27 de setembro de 2024

O mínimo do mínimo em psicologia


OS 4 MODELOS DE PSICOLOGIA

1. Modelo explicativo. Os profissionais que atuam com base eminentemente na “psicologia empírica”, ou seja, eles identificam os fatores determinantes dos fenômenos que investigam. Aqui entram as abordagens da análise do comportamento (behaviorismo etc.) e a TCC, por exemplo. São abordagens supostamente ligadas à causa eficiente, às relações causa-efeito mais diretas, mais "palpáveis". Estão muito próximas da psicologia popular. A ética estoica também entra neste modelo.

2. Modelo interpretativo. Os profissionais que supõem que os fenômenos têm uma “dupla face” – uma face evidente e uma face oculta –, o que lhes exige aplicar uma chave de interpretação pessoal. Aqui entra a psicanálise, por exemplo. São abordagens supostamente ligadas à causa formal dos fenômenos psíquicos.

3. Modelo compreensivo. Os profissionais que estabelecem relações de sentido entre os fenômenos. Aqui entra a logoterapia, por exemplo. São abordagens que pretendem orientar-se pela causa final dos fenômenos psíquicos.

4. Modelo descritivo. Os profissionais que se debruçam sobre a pessoa humana. Aqui entra a psicologia tomista, que não apenas engloba as três causas anteriormente mencionadas, mas as inserem no contexto do ser e da essência e da analogia entis.

A PSICOLOGIA MODERNA

A psicologia científica moderna baseia-se nos modelos 1, 2 e 3 acima e, por isso mesmo, não leva em conta a alma inteligível, mas apenas as almas vegetativa e sensível. Por isso, a psicologia moderna desconhece a vontade e o intelecto, reduzindo-os ao desejo (apetite) e à cognição (sentidos internos), respectivamente. A psicologia moderna assemelha-se mais à medicina veterinária ou à zoologia do que à psicologia.

ACONTECIMENTOS VS. VIVÊNCIAS

A psicologia aristotélico-tomista entende que toda a realidade é disposta de modo que a inteligência seja capaz de colher dados do real, acessando apenas aquilo que se mostra à percepção, e por isso é papel da psicologia tocar o profundo a partir do acesso ao que é superficial, ao que é imediatamente percebido. Eis que deve ser uma psicologia voltada à vida interior.

Há um paralelo aí: as coisas que acontecem em nossa vida interior acontecem na materialidade. Mas as causalidades na materialidade são distintas das causalidades da vida interior. Na matéria falamos de acontecimentos, na vida interior falamos de vivências.

Fonte: Paulo Pacheco, O mínimo sobre psicologia, Editora CEDET, Campinas, SP, Brasil, 2023.