2 de outubro de 2022

Os seis amores


Antes de versarmos sobre os quatro (na verdade, seis) amores, é importante desde o início mencionar que Lewis identifica nos amores três elementos:

(a) Amor-doação: é o amor propriamente dito, em sua forma mais pura. É por exemplo o amor de Deus aos homens, um amor totalmente desinteressado, sem trocas, sem barganhas.

(b) Amor-necessidade: é o amor exercido sob o impulso de algum desejo subjacente. Há um interesse, uma intenção, por trás do ato de amor. É por exemplo o amor dos homens a Deus: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos" (Novo Testamento) ou "abre bem a tua boca, e ta encherei" (Velho Testamento). O amor-necessidade se manifesta de duas maneiras:

* por semelhança: no exemplo do amor dos homens a Deus trata-se da racionalidade, da grandeza, da fecundidade humanas. Os amores humanos se exercem por semelhança. Eles imageam o amor divino, e por isso mesmo caso se tornem deuses em si se tornarão imediatamente em demônios.

* por aproximação: trata-se da união, da visão, da contemplação de Deus.

(c) Amor-apreciação: é o amor resultante da impressão de que objetos, situações, cenários, grupos, instituições etc. devam existir em si e por si, de que lhes temos uma dívida a saldar, de que lhes devemos homenagear mantendo-os vivos e ativos. O amor a uma obra de arte, por exemplo.

Esses três elementos não existem de maneira isolada. Eles se sucedem um ao outro. Por exemplo, um homem pode amar uma mulher a ponto de não conseguir viver sem ela (necessidade), a ponto de querer provê-la de alegria, conforto, proteção, riqueza (doação), e a ponto de admirá-la enquanto pessoa, de agradecer pelo simples fato de tal pessoa existir (apreciação).

1. Amor sub-humano

Às vezes nos referimos às coisas que nos dão prazer (às coisas que "gostamos") como se as amássemos. "Amo batata frita", por exemplo. É certamente um uso pouco exigente da linguagem. No entanto, em linhas gerais, podems identificar dois tipos de prazer: 

(a) prazer-necessidade: tomamos um copo d'água por necessidade, mesmo que sintamos prazer nesse ato. Uma vez atendida a necessidade (ou "desejo", se quiser), cessa o prazer.

(b) prazer-apreciação: passamos em frente a uma floricultura e sentimos o agradável perfume das flores. Isso nos dá prazer a despeito de não haver uma necessidade (ou "desejo") precedente. No entanto, aqui, além de não haver uma necessidade que "empurre" o prazer, há um senso de gratificação, de remuneração, que "puxa" o prazr e lhe concede uma espécie de direito de existir. Em suma, se há prazeres que existem por cruda necessidade, há prazeres que sentimos que lhes devemos o direito de existir.

Uma vez compreendido o prazer-apreciação (que evidentemente está relacionado ao amor-apreciação mencionado acima), Lewis se concentra nos dois principais amores sub-humanos:

(I) Amor à natureza: os amantes da natureza não estão procupados com os elementos individuais da natureza (flores, árvores, animais), mas é o "estado de espírito" ou "ânimo" que a natureza lhe proporciona. O perigo aqui, o "demönio", é o espírito do botânico profissional, que, pelo contrário, se ocupa dos elementos específicos e quantitativos da natureza.

(II) Amor à patria: esse amor se manifesta como amor ao entorno, ao bairro, aos velhos conhecidos, às paisagens familiares, ao passado da cidade/província/país, às estórias heróicas da formação do país. Assim como o convívio fmiliar é um passo para romper parte do egoísmo do idivíduo, o convívio nacional é um passo para romper parte do egoísmo familiar. O perigo aqui, o "demönio", é o espírito do historiador profissional, que enaltece os elementos negativos da formação e desenvlvimento do pais e nivela moralmente os fatos, o racista/ultranacionalista, que nega a dignidade de outros povos/países, e o cínico, que rejeita completamente o sentimento de patriotismo para com seu país movido por um senso ético distorcido, exagerado, como se as causas de seu país devessem ter o status de causas divinas.

2. Amor da afeição (storge)

A afeição (ou "empatia" como diríamos hoje em dia) é de longe o mais humilde, o mais furtivo e o mais difundido dos amores. É uma espécie de "amor democrático", no sentido de que é um amor cuja expressão não apenas se deseja, mas se espera, que seja encontrado em praticamente qualquer ambiente que se frequente. A afeição é aquele amor no qual há uma espécie de satisfação em estar junto. Simples assim. Praticamente qualquer pessoa pode ser objeto de afeição. Na verdade, nem mesmo é necessária uma afinidade prévia para seu exercicio, ou seja, não é necessário que as pessoas "se combinem" física ou psicologicamente para que a afeição entre elas desperte. Não há barreiras etárias, sexuais, educacionais, econômicas. Nem mesmo entre espécies, já que aqui se encontra também a afeição do homem por um animal e vice-versa. 

Há, no entanto, um traço que necessita estar presente na relação afetiva: o fato de que as partes têm de compartilhar certa familiaridade, certa intimidade. É curioso como aqui entram coleguismos e camaradagens entre pessoas as mais insuspeitas: pessoas que à distância jamais se combinariam se veem ligadas afetivamente de maneira quase cômica.

A afeição, assim como os demais amores, apresenta o elemento de amor-necessidade. É mais ou menos intuitivo que a amizade e o amor erótico exijam certo mérito, certo esforço, para serem mantidos. A afeição também, mas ocorre que sua presença é tão generalizada que por vezes as pessoas querem que esteja presente, como se fosse algo natural. Não é bem assim. Esperar que o afeto desperte é razoável, mas presumir que temos o direito de que desperte é estupidez. Se não há normalidade e tolerância entre as pessoas a relação se transformará em aversão exatamente com a mesma naturalidade e velocidade da afeição. Traços de incivilidade, de afirmações dogmáticas, de contradições, de ridicularizações, de referências insultuosas: a ideia de que o afeto tudo suporta, que a intimidade tudo permite, parece tão verdadeira, mas é falsa. Um erro crasso, fatal. 

Ocorre que a regra fundamental do convívio público -- todos somos iguais, ninguém tem prioridade ou superioridade sobre os demais -- é deixada de lado no ambiente privado. Mas é precisamente o contrário que deve acontecer. Embora as formalidades não existam no âmbito privado, isso não significa que a regra fundamental do convívio possa ser igualmente dispensada. As formalidades existem precisamente porque não existe um nível profundo, sutil e sensível de cortesia entre as partes. No ambiente privado, as boas maneiras devem ser ainda mais observadas exatamente porque os rituais da formalidade estão ausentes. Quem não é cortês em casa também não é cortês em público: a pessoa macaqueia a cortesia em público, mas não a exerce realmente.

Outro aspecto curioso da afeição é o ciúme que porventura surge quando uma das partes rompe a familiaridade. Dois amigos, por exemplo, podem ter seu laço de afeição rompido, ou perturbado, se um deles se interessa por algo novo, por um esporte, religião, hobby, plano, filosofia etc. novo. O outro, por ciúmes, tenderá a ridicularizar o novo interesse.

E quanto ao elemento amor-doação? Ele está presente na afeição? Aparentemente sim, mas não exatamente. Pensemos no amor maternal. Dar à luz, dar de mamar, dar atenção...tudo remete a doação. Mas observe que se a doação não for feita haverá consequências graves à mãe e ao bebê. O que há na verdade é uma necessidade de doação e, ao fim e ao cabo, uma necessidade de ser necessário. De qualquer forma, esse elemento do "precisar ser precisado" pode ser perfeitamente pervertido e transformar-se num demônio. É o caso da mãe que seguidamente cuida da família, que cozinha quado não é necessário, que limpa quando não é necessário, que cuida da saúde dos filhos quando não é necessário. E por que o faz? Porque o que está por trás do instinto de doação não é a doação em si, mas a necessidade de doar. A doação deve ocorrer até que se torne supérflua, até que deva ser abdicado. O mesmo pode ocorrer na relação professor-aluno, chefe-empregado, dono-cão. 

O elemento doação do afeto pode invalidar o objeto do amor. O afeto só produz felicidade em meio ao bom-senso, à racionalidade, à decência. A mãe que supercuida é a mãe que se compraz no sofrimento que sente a despeito do bem-estar alheio. A justiça deve regular o afeto sob pena de tornar-se um demônio.

3. Amor da amizade (philia)

Muitos confundem o companheirismo com a amizade. O companheirismo, a camaradagem, o convívio no sentido mais amplo da palavra, é fruto da afeição. O companheirismo, é verdade, é a matriz a partir da qual surge a amizade, mas cabe que não as confundamos. 

A amizade é o menos natural dos amores, ou seja, a raça humna, biologicamente falando, não a necessita para sobreviver. A amizade é um relacionamento estabelecido por livre escolha, no qual impera um ambiente racional, tranquilo, luminoso. É uma relação humana do mais alto grau de individualidade. Ela surge quando duas pessoas, em geral dois homens ou duas mulheres, descobrem que compartilham um insight, um interese, um gosto, uma visao, em comum. É o momento que dizem: "O quê?! Quer dizer que você também pensa assim? Eu achava que só eu pensava assim", ou "Você vê a mesma verdade que eu vejo? Você se importa com essa mesma verdade que vemos?" Neste instante se estabelece uma imensa solidão entre eles. É como se houvesse uma união intelectual que, ao mesmo tempo que é uma união, é uma exclusão dos demais.

Se o companheirismo tem a ver com fazer algo juntos, a amizade tem a ver com fazer algo imaterial, intangível, insubstancial, juntos. É como se estivessem percorrendo um caminho secreto. Pouco importa os detalhes da vida pessoal, se são casados, solteiros, onde trabalham, onde estudaram, quantos filhos têm ou não têm etc. O que importa é percorrer a estrada juntos. Esse efeito "bolha" da amizade pode despertar naqueles que não pertencem à bolha, ou naqueles que desconhecem o amor da amizade, um sentimento de inveja, ou seja, um desejo de que a bolha seja destruída.

O que acontece quando um homem e uma mulher se tornam amigos? É quase certo que a amizade evoluirá para um relacionamento amoroso. Isso pode ocorrer até mesmo em questão de minutos. Na verdade, se não houver nenhum fator físico, nenhuma repulsa moral, que impeça o surgimento do amor romântico, é praticamente inevitável que ocorra. E vice-versa: o amor romântco pode facilmente despertar a amizade entre o casal.

O elemento mais característico da amizade é o amor-apreciação. Da amizade surgem o respeito, a admiração, a confiança, e tais sentimentos, como dissemos acima, são a base para o desejo de que os objetos do amor, no caso o amigo, simplesmente permaneçam, simplesmente existam em si e por si. O amigo passa a deter uma espécie de "direito de existir".

Mas há perigos na amizade, há um risco de que ela se transforme num demônio. Ocorre que o elemento excludente da amizade é forçosamente negativo: se minha amizade está assentada sobre certa visão sobre uma questão filosófica, por exemplo, então seremos indiferentes a uma visão alternativa a essa questão. O perigo está em que essa indiferença no varejo se transforme em indiferença no atacado. Em outras palavras, o círculo de amizade pode se transformar numa espécie de "classe" cujo combustível é o senso de superioridade em relação a quem está do lado de fora. O problema está na migração, ou exacerbação, do senso de superioridade. Não são só nossas ideias, ou tipo artístico, ou visão de mundo, ou estilo musical, que são superiores. Nós somos superiores. A amizade não mais se assenta sobre um tema ou visão que a delimita, mas se assenta na própria exclusão em si, no próprio orgulho em pertencer a essa classe de pessoas superiores.

A amizade é um amor espiritual, quase angelical. O antídoto para esse demônio deverá ser também espiritual: a humildade. A amizade parece ter sido um ato de escolha. Não foi. Deus usa a amizade como instrumento para que admirem um no outro suas belezas.

4. Amor romântico (eros)

O amor romântico, também chamado de amor erótico, é o estado de estar apaixonado. O que normalmente ocorre é o amante começar a desenvolver certa preocupação com a amada, algo ainda leve, um tanto esporádico. Não se trata, no entanto, de uma preocupação com algum aspecto ou circunstância sobre a amada, mas uma preocupação com a pessoa em si, em sua totalidade. Neste estado, o que o amante quer, acima de tudo, é simplesmente pensar na amada.

Há um momento, no entanto, em que o amor romântico efetivamente irrompe e, como um invasor, trata de reorganizar todo a vida interior do amado de maneira a orientá-la à amada. O amante deseja a amada, a pessoa em si, não o prazer que eventualmente ela pode provê-lo. Observa-se claramente aqui que o amor romântico não porta o elemento do amor-necessidade, mas do amor-apreciação. O prazer sexual é apenas um subproduto da relação romântica, um efeito colateral, digamos. Na verdade, a abstinência sexual é mais fácil de ser cumprida no estado de estar apaixonado, sem que, no entanto, o desejo sexual em si seja diminuído.

Está claro que o amor romântico não almeja o prazer sexual, mas não esta tão claro que ele tampouco almeja a felicidade. Prova disso é que mesmo os amantes que entendem racionalmente que seu relacionamento será um fracasso, que seu casamento será infeliz, preferem estar juntos e infelizes do que separados e felizes.

O amor romântico se transforma em deus, e portanto num demônio, quando seu alcance extrapola os limits do bom-senso e da decência e adentra o território dos crimes passionais, suicídios, perseguições, assassinatos, desprezo aos próprios pais, filhos, traições, infidelidades a amigos etc. É o amor romântico exigindo sua existência a todo custo. É o amor romântico que se transformou numa cláusula pétrea, numa religião.

Outro aspecto demoníaco do amor romântico é imaginar que tem de durar para sempre enquanto o casal estiver junto. É claro que isso não vai acontcer: os egos do casal furtivamente voltarão a manifestar-se. E logo descobrirão que o mero sentimento não é suficiente para sustentar a relação, que deverão trabalhar de maeir diligente e intencionalmente para manter vivo parte daquilo que o amor romântico lhes havia mostrado.

5. Amor transcendente (agape)

Os amores naturais que elencamos até agora não são autosuficientes. Em geral diz-se que para exercitarmos os amores naturais devemos acrescentar algo de "bom-senso" neles. Pois este bom-senso nada mais é do que o amor transcendente da caridade (não tem necessariamente a ver com filantropia, com "fazer caridade"), o amor a Deus. Assim como Deus criou o Jardim e posicionou o homem entre Ele e esse Jardim, assim também Deus plantou os amores naturais no homem e posicionou o amor a Deus entre Si e esses amores naturais. De pouco ou nada servem se não estivrem moldados e de certa forma enquadrados dentro do amor transcendente a Deus.

Algumas pessoas, preocupadas com o devido exercício do amor a Deus, concluem que os amores naturais não apenas não contribuem como rivalizam com esse amor transcendente. Trata-se evidentemente de um exagero, de um zelo desmedido e farisaico. ou, na melhor das hipóteses, de um medo de correr o risco de amar travestido de cálculo racional. Basta uma simples e honesta reflexão sobre meus próprios sentimentos para concluir que a verdadeira rivalidade reside muito mais entre meu ego e o ego alheio, entre minha auto-imagem e meus semelhantes, entre meu orgulho e o próximo. Sim, claro, há também a rivalidade entre o ego humano e Deus. Mas, convenhamos, há muito mais que se corrigir antes que possamos nos dar ao luxo de debruçarmos sobre a oposição ego-Deus. Quem sou eu para invocar tal rivalidade quando sou incapaz de transmitir os amores mais humanos e naturais?

Por outro lado, há aqueles que preferem não amar seus semelhantes, seja desenvolvendo uma simples empatia (afeição), seja uma amizade ou amar uma mulher, porque não querem correr o risco de se sentirem frustrados ou de se frustrarem de novo. A ideia de substituir os amores humanos pelo amor a Deus é tola porque supõe que possamos entregar a Deus um coração íntegro, inteiro, conservado. Ora, exercitar o amr a Deus implica precisamente em entregar seu coração partido a Deus. Se no exercício dos amores humanos seu coração partiu, e ele vai partir, que seja. É exatamente isso que você deve entregar a Deus. Quando Jesus Cristo diz que devemos odiar pai e mãe etc., o contexto é odiá-los quando eles rivalizam ou bloqueiam o amor a Deus. A ideia não é "um ou outro", mas "um e outro".

Deus implantou nos homens, dizíamos, os amores naturais. Mas também implantou em nós dois dons, ou capacidades, que não são naturais, ou pelo menos não são explicáveis do ponto de vista puramente individual, egocêntrico. Dissemos que o amor de uma mãe pelo seu bebê contém o elemento amor-doação. Bem, mais ou menos. Além de ser necessário amá-lo para que não sofra e, pior, não morra, o bebê é em si mesmo um objeto amável, ou seja, porta em si certos traços que o tornam amável: doçura, inocência, purea, beleza etc. Ou seja, o amor-doação não é tão doação assim. Ocorre que há certas instâncias em que o exercício do amor parece ser puramente doação. É o caso, por exemplo, dos objetos que não são nada amáveis em si: leprosos, doentes, estúpidos, criminosos, inimigos, miseráveis etc. Segundo Lewis, esses dons, esses exercícios de amor, essas caridades, não são naturais, mas são fruto da energia divina. E mais: o amor dos homens a Deus tampouco é natural e também provém, paradoxalmente, das energias divinas. Somos levados por Deus a amá-Lo. Curioso.

Há ainda um elemento adicional no amor transcendente: Deus implantou nos homens a necessidade de nos amarmos mutuamente. E outras palavras, o próprio amor, em si e por si, é uma necessidade. Se não amamos, sofremos, seja um sofrimento pontual, seja um sofrimento crônico e difuso. E mais: os homens também precisam, têm necessidade, de amar a Deus. Não se trata portanto de mera doação, mas de uma necessidade também. Amamos nossos pais, esposas, amigos, não apenas porque são amáveis, mas porque o Amor está neles.

É no exercício dos amores naturais e transcendentes que, por semelhança, reconhecemos a Jesus Cristo. Quando nos encontrarmos com Ele face a face, com o Amor, seremos capazes de responder positivamente à Sua presença porque esse Amor já havíamos encontrado antes, embora de forma semelhante apenas. Ele nos será algo um tanto familiar, um convívio que já existia de certa forma. Observa a importância e a gravidade de amarmos ao próximo como a nós mesmos.

6. Amor divino (theosis)

Aqui não há semelhança, mas aproximação. Aqui não há necessidade nem doação, mas apreciação pura e simples. Aqui não há se exercita o amor, mas se é o Amor. Aqui não há dois, amante e Amado, mas dois-em-um. Eis o objetivo da vida humana e da vida angélica, eis o centro e sentido último de nossa existência. É a união com Deus.

Lewis praticamente nada versa sobre este amor. Se sente incapaz de fazê-lo. É compreensível.

Fonte: C.S. Lewis, The Four Loves, HarperCollins Publisher, San Francisco, EUA, 2017.