A sindérese é o princípio para o agir
prático, ou seja, capta os preceitos fundamentais para a ação moral e a lei
natural (p.ex., faça o bem e evite o mal, respeito pela vida, honrar os pais, caridade
e compaixão, autopreservação etc.). Ele é semelhante ao hábito do intellectus,
que vimos na postagem anterior, mas do ponto de vista da vontade, não do
intelecto. Mas, aqui, ao contrário do intellectus, que é um hábito
perfectível (uma virtude, portanto), a sindérese é um hábito inato, que garante
as condições das nossas ações práticas. Não é perfectível, portanto. Tampouco jamais
é extinta (mesmo em doentes mentais, pessoas em coma ou bebês).
A consciência, por outro lado, é a aplicação
particular da sindérese, obrigando relativamente (ou seja, “impele”) o
homem enquanto crê que seja uma consciência reta, além de considerar a retidão
do que foi feito ou do que será feito. A consciência, portanto, pode errar
porque ao aplicar o princípio pode fazê-lo erroneamente.
Portanto, a sindérese é a base para a
inclinação ao bem, enquanto a consciência é a consideração de tais princípios
em determinadas ações.
Fonte: Tomás de Aquino, A sindérese e a consciência, Ecclesiae Editora, Campinas, SP, Brasil, 2015.