A atitude geral
Nunca se dedicar senão a grandes coisas, ou às pequenas em função das grandes e jamais por si mesmas. E as grandes são as que interessam à minha vida inteira e que contribuem para determinar o sentido de meu destino.
* * *
Regras fundamentais
Mais vale entregar-se à espontaneidade e ao gosto mesmo do prazer do que escutar esse falso raciocínio que nos desvia do presente e procura sempre no futuro o caminho do interesse. Nunca se deve falar nem agir como um mercenário. O egoísmo e a espontaneidade não devem ser confundidos.
Não há egoísmo que não comporte algum cálculo, não há espontaneidade que não comporte alguma nobreza. E o próprio gosto do prazer não é sem desinteresse. Resistir ao egoísmo é encontrar em si uma espontaneidade nativa, anterior a todos os cálculos, e fora de si um contato direto com a realidade que o interesse nunca permite.
Esse laço imediato entre a espontaneidade e a realidade, tal é a própria essência da sinceridade. A partir do momento em que a reflexão se interpõe entre elas e em que o indivíduo pensa em seu próprio bem, a sinceridade começa a se alterar.
* * *
Regras de comportamente com relação aos outros homens
Há palavras que são pronunciadas com a simples intenção de agir sobre os outros homens e de produzir algum efeito: o que sucede também quando se escreve. Elas não têm valor: as únicas palavras que contam são as pronunciadas tendo em vista a verdade e não o resultado.
Elas excluem qualquer intenção de enganar, mesmo por bondade. Elas não produzem nada que não seja excelente, pois respeitam a ordem do mundo e convocam todos os homens a tomar lugar nele.
Há duas máximas que parecem contraditórias e que, no entanto, constituem apenas uma.
A primeira é jamais pensar no público, pois a verdade nos escapa se não pensamos nela, mas na opinião que os outros possam ter dela.
A segunda é não pensar senão no público, pois a verdade só vale por sua eficácia espiritual, ou seja, por esse ato que há nela e que, produzindo minha própria comunicação com o todo, produz também uma comunicação entre todos os seres.
* * *
Ser inteiro no que se faz
Há uma luz que vem de Deus e que é semelhante à luz do dia, e outra que vem do homem e que é semelhante à de nossas lâmpadas. Quem vê a primeira não tem necessidade da outra, mas quem crê dispor da segunda pensa que não há outra.
Nunca se dedicar senão a grandes coisas, ou às pequenas em função das grandes e jamais por si mesmas. E as grandes são as que interessam à minha vida inteira e que contribuem para determinar o sentido de meu destino.
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Regras fundamentais
Mais vale entregar-se à espontaneidade e ao gosto mesmo do prazer do que escutar esse falso raciocínio que nos desvia do presente e procura sempre no futuro o caminho do interesse. Nunca se deve falar nem agir como um mercenário. O egoísmo e a espontaneidade não devem ser confundidos.
Não há egoísmo que não comporte algum cálculo, não há espontaneidade que não comporte alguma nobreza. E o próprio gosto do prazer não é sem desinteresse. Resistir ao egoísmo é encontrar em si uma espontaneidade nativa, anterior a todos os cálculos, e fora de si um contato direto com a realidade que o interesse nunca permite.
Esse laço imediato entre a espontaneidade e a realidade, tal é a própria essência da sinceridade. A partir do momento em que a reflexão se interpõe entre elas e em que o indivíduo pensa em seu próprio bem, a sinceridade começa a se alterar.
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Regras de comportamente com relação aos outros homens
Há palavras que são pronunciadas com a simples intenção de agir sobre os outros homens e de produzir algum efeito: o que sucede também quando se escreve. Elas não têm valor: as únicas palavras que contam são as pronunciadas tendo em vista a verdade e não o resultado.
Elas excluem qualquer intenção de enganar, mesmo por bondade. Elas não produzem nada que não seja excelente, pois respeitam a ordem do mundo e convocam todos os homens a tomar lugar nele.
Há duas máximas que parecem contraditórias e que, no entanto, constituem apenas uma.
A primeira é jamais pensar no público, pois a verdade nos escapa se não pensamos nela, mas na opinião que os outros possam ter dela.
A segunda é não pensar senão no público, pois a verdade só vale por sua eficácia espiritual, ou seja, por esse ato que há nela e que, produzindo minha própria comunicação com o todo, produz também uma comunicação entre todos os seres.
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Ser inteiro no que se faz
Há uma luz que vem de Deus e que é semelhante à luz do dia, e outra que vem do homem e que é semelhante à de nossas lâmpadas. Quem vê a primeira não tem necessidade da outra, mas quem crê dispor da segunda pensa que não há outra.
Fonte: Louis Lavelle, Regras da Vida Cotidiana, É Realizações Editora, São Paulo, Brasil, 2011.