3 de fevereiro de 2011

Deus, o diabo e nós


Pe. John Romanides

Deus também ama o diabo. Porém, o diabo jamais será salvo. Deus ama a todos. A questão não é "se Deus me ama, então serei salvo". A questão é submeter-se à terapia, que é necessária para alcançar o estado de iluminação, de maneira que, quando estivermos diante da visão da glória de Deus, veremos a glória de Deus como luz, e não como fogo eterno e trevas exteriores.

O diabo não segue regras. Ele não faz guerra da maneira como nós fazemos guerra, ele não diz coisas como "de acordo com o Tratado de Lausanne..." O diabo não conhece limites, não tem regras de conduta para uma "guerra justa" contra os homens. Por isso, é muito difícil que os homens se tornem teólogos ortodoxos. A primeira preocupação do diabo para conosco é evitar que ouçamos o nome do Cristo, absolutamente nada sobre o nome do Cristo. Se por algum engano do diabo ouvirmos falar do Cristo e começarmos a nos interessar, bem, então o diabo muda de tática. Embora tenha perdido esta batalha, ele possui outros baluartes. Ele faz guerra em outros lugares.

Há pessoas que acham que só porque têm boas intenções -- por exemplo, quando têm compaixão para com uma pessoa pobre --, então essas boas intenções são humanas. E quando têm bons sentimentos, dizem que são sentimentos inspirados por Deus. Ora, bons sentimentos também podem ser inspirados pelo diabo. São muitas as inspirações. Na tradição patrística, o único sentimento isento de ilusões é quando o Espírito Santo reza dentro de nós.

Fonte: Empirical Dogmatics, do Metropolita Hieroteu de Náfpaktos

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