
Embora não esteja claro, no Velho Testamento, quem é o Espírito Santo, os apóstolos descobriram quem Ele é por experiência. A experiência deles é uma repetição da experiência dos profetas, mas há uma diferença: os apóstolos foram glorificados após a Encarnação. O Yahweh do Velho Testamento tem, agora, a natureza humana do Cristo. Embora três apóstolos tivessem sido parcialmente glorificados durante a Transfiguração no Monte Tabor, todos os apóstolos foram plenamente glorificados no Pentecostes, durante o qual alcançaram o estado mais elevado de glorificação que qualquer ser humano pode alcançar nesta vida.
Em seguida à experiência dos apóstolos vieram as experiências dos demais glorificados: os Padres da Igreja e os santos que atingiram a theosis. E a experiência da theosis continua a se manifestar em cada geração, até hoje. [63] Esta experiência da theosis é o núcleo da tradição ortodoxa, o fundamento dos concílios locais e ecumênicos, e a base da lei canônica e da vida litúrgica da Igreja.
Se os teólogos ortodoxos contemporâneos desejam adquirir objetividade em seus estudos, eles devem confiar na experiência da theosis. Em outras palavras, podemos dizer que um estudante da tradição patrística só terá adquirido verdadeira objetividade em seu método teológico quando ele mesmo tenha passado pela purificação e pela iluminação, alcançado a theosis. É somente desta maneira que o pesquisador não apenas entenderá a tradição patrística, mas verificará, por si próprio, a verdade desta tradição por meio do Espírito Santo.
Nota:
[63] Durante as últimas décadas, muitos santos da Igreja que experimentaram a theosis se tornaram conhecidos, tais como Ancião Paísio, o Hagiorita, Ancião Sofrônio de Essex, Ancião Porfírio de Atenas, Ancião Iakovos de Evia, Ancião José, o Hesicasta e Ancião Efraim de Katounakia, entre muitos outros dentro e fora da Grécia.