A questão da maturidade, a despeito do que
se poderia imaginar, não é algo que interesse somente aos jovens adultos que lutam
para conquistá-la. Pelo contrário, é um tema que deveria interessar ainda mais aos
adultos mais velhos precisamente para atestarem que sua idade biológica não os
deixará trair. Maturidade, no fim das contas, é um eufemismo de normalidade, de
sanidade. Atingir a maioridade é fácil: basta estar vivo, bem alimentado
e ter evitado situações de perigo durante a infância e adolescência. A
maioridade virá, quer queira, quer não. Mas não é assim com a maturidade.
Ao contrário dos animais, que não precisam atingi-la porque não têm uma parte espiritual
(intelecto e vontade) à qual devam ordenar suas vidas afetivas, mesmo se
tratando de animais superiores, suas vidas resumem-se aos sentidos e paixões afetivas.
Um gato é o mesmo gato da Grécia antiga, do Império Bizantino, da China, da
Idade Média europeia, e será o mesmo gato do Brasil no ano que vem. Com os
homens, evidentemente, a coisa é mais complicada.
A maturidade humana é atingida quando o
homem passa pela sua segunda navegação, ou seja, quando foi capaz, ainda na adolescência
ou quando jovem adulto, a fazer a travessia da vida sensível para a vida inteligível.
A mens (intelecto e volição) e seu desenvolvimento, a descoberta de sua
intimidade, a busca pelo seu aperfeiçoamento mediante as virtudes, o reconhecimento
do fim último e dos meios necessários para atingi-lo, todas estas preocupações,
enfim, estão no centro da personalidade do homem maduro. O homem imaturo,
embora tenha idade, não tem vida espiritual e intelectual, mas, ao invés disso,
tem somente vida afetiva. É uma vida animal, apenas com a notável distinção da linguagem
e de sua forma física humana característica.
Já vimos aqui neste blog algo sobre as características
da maturidade. Por exemplo, Kevin Fitzmaurice tem uma obra,
talvez a melhor sua, dedicada ao tema. Para ele, a exemplo de outros psicólogos
da linha TCC, é ensinar a responsabilidade e a honestidade emocionais. Vimos
que um dos traços da maturidade é precisamente alcançar maiores graus de
maturidade. Similarmente, a psicóloga espanhola Leonor Lega traça algumas características do homem adulto, ou seja, maduro.
O que veremos aqui são mais alguns traços (ou
“marcas”) de maturidade, mas dessa vez enumerados por Brett McKay. No entanto,
vamos procurar relacioná-las com as 4 virtudes cardeais e, assim, dispô-las de
maneira mais organizada e interessante (clique na imagem).