23 de dezembro de 2019

A sabedoria de Ivan Ilyin



Amor

As pessoas não conseguem viver sem amor porque ele é a força mais seletiva da vida. A vida é como uma enorme corrente que flui perpetuamente em todas as direções, que nos arremete e nos arrasta. Não podemos incluir em nossas vidas tudo o que esta corrente nos traz; não podemos nos render ao seu conteúdo caótico e avassalador. Quem o tentar estará fadado a esgotar suas forças e se destruir: nada de bom virá disso pois se perderá em completa assimilação. Devemos ser seletivos e abnegar muito em prol de relativamente pouco; este pouco devemos receber, guardar, atesourar, salvar, desenvolver e aperfeiçoar e, dessa forma, construir nossa identidade. O amor é uma força seletiva por definição: ele “prefere”, “adota”, “se apega”, atesoura, cuida, busca e preserva a lealdade. Paralelamente, a vontade não passa de um instrumento do amor nos afazeres da vida. A vontade sem amor é vazia, dura, rude, violenta e, acima de tudo, indiferente ao bem e ao mal. Ela rapidamente transformará a vida em uma prisão de segurança máxima comandada por homens depravados. Muitas organizações construídas sobre estes princípios ainda existem. Que Deus nos proteja delas e de suas influências... Não, não conseguimos viver sem amor: é um grande dom – vislumbrar o bem supremo, escolhê-lo e vivê-lo. Temos a essencial e preciosa capacidade de dizer “sim”, de adotar e iniciar um serviço desinteressado. Como é terrível a vida da pessoa sem esse dom! Que vulgaridade, que vida desperdiçada!

Equidade

A equidade absolutamente não precisa da igualdade. Pelo contrário, a equidade requer desigualdade. A equidade é a arte da desigualdade. Mas em sua base também estão uma consciência viva e um amor vivo ao homem. O dom especial da equidade existe em todas as pessoas. Este dom pressupõe que a pessoa tenha um coração gentil e amoroso, um coração que não queira aumentar a quantidade de injustiçados, sofridos e amargurados. Este dom também pressupõe uma vigilância viva, uma sensibilidade afiada para com a individualidade humana e a capacidade de sentir e entender os outros. O homem justo rejeita a interpretação mecânica das pessoas segundo características abstratas.

Eis porque a equidade é um empreendimento criativo: ela contempla a vida por meio do coração, captura a singularidade de cada pessoa e procura avaliá-la com exatidão e lidar cm ela com objetividade. A equidade é atenta, cuidadosa, social; ela porta um senso de moderação; ela é inclinada à simpatia, a condescendência delicada e ao perdão.

É tolice buscar a equidade no ódio, pois o ódio é invejoso; ele não leva à equidade, mas a igualdade universal. É tolice buscar a justiça na revolução, pois a revolução excita-se no ódio e na vingança; o ódio é cego, é destrutivo, é o inimigo da justa desigualdade, e não presta honras às “habilidades superiores” [Dostoyevsky].

A equidade não pode ser delimitada a regras gerais ou a instituições governamentais. A equidade não é um “sistema”, mas uma entidade viva. Ela deve ser imaginada na forma de um fluxo de amor vivo e objetivo pelas pessoas. Somente tal amor pode resolver o problema: ele produzirá uma equidade viva, recriará tudo na vida e no relacionamento das pessoas, e criará uma nova desigualdade objetiva.

Ódio

Experimentamos a antipatia de outra pessoa pela primeira vez quando sentimos que nossa energia vital não é aceita por ela: sentimos que nossa energia é repelida, até mesmo terminantemente recusada. Só isso já é incômodo e doloroso. Essa situação pode nos levar ao desânimo ou mesmo a um estado de confusão. Uma estranha sensação de fracasso ou inaptidão pessoal, até mesmo de irrelevância de nossa existência, desperta na alma; o desejo de comunhão é interrompido, nossa energia perde o poder de irradiar-se, ficamos sem palavras, o coração deseja retirar-se. Pessoas retraídas e antissociais frequentemente nos inspiram este sentimento nas pessoas abertas e sociáveis mesmo quando não há nenhuma antipatia que seja digna de nota. Mas uma vez que a antipatia nasça ela pode desenvolver-se em animosidade, transformar-se em repulsa e aprofundar-se em ódio; isso pode acontecer a despeito se fizermos algo concreto para merecer tal ódio...

Claro, não podemos controlar os sentimentos das outras pessoas; sinceramente, não é nada simples encontrar o caminho seguro e a força espiritual necessária para solucionar esta formidável tarefa... Mas de uma coisa tenho certeza: este fogo obscuro tem de ser extinto. Ela precisa perdoar-me e fazer as pazes comigo. Ela não apenas deve “conceder-me vida” e chegar a um acordo com minha existência; ela precisa sentir felicidade porque eu vivo nesta terra e me dar a chance de ser feliz por sua existência. Pois, como dizia o grande sábio ortodoxo Serafim de Sarov, “O homem é a maior alegria do homem”...

Antes de mais nada, preciso aprender e entender como – e por que – mereço este ódio. Será que tenho alguma culpa pelo fato de que agora ambos estamos sofrendo – ele, o odiador, e eu, o odiado? Talvez eu tenha inconscientemente cutucado uma antiga ferida ainda não cicatrizada em seu coração, fazendo com que todo o legado acumulado de seu passado, suas velhas angústias, seus agravos não perdoados, colapsassem na minha cabeça. Neste caso, somente a compaixão pode ajudar – um entendimento amoroso de sua alma. Mas, talvez sem que tenha notado, eu o tenha infectado com meu próprio ódio oculto, que vive esquecido em mim, que tenha emanado de mim sem meu consentimento. Neste caso, tenho que primeiramente limpar minha alma e transformar os traços de ódio esquecido em amor. E mesmo que minha parte da culpa seja completamente insignificante e impremeditada, devo começar por aceitá-la e eliminá-la, mesmo que isto me obrigue – com sinceridade e amor – a obter o perdão dela.

Em segundo lugar, devo perdoar-lhe por seu ódio. Não devo, não me atrevo, a responder seus raios negros com raios igualmente negros de desprezo e repulsa. Não devo evitar encontrá-lo; não tenho o direito de fugir. Devo encarar sua face odiosa frente a frente e dar-lhe a correta resposta espiritual com meu coração e minha vontade. A partir daí, responderei o raio do seu ódio com um feixe branco – claro, humilde, bondoso, indulgente e perdoável. “Por favor, aceite minha existência da mesma maneira que eu aceito a sua – com amor”. De fato, com amor, pois perdoar não é apenas não buscar vingança, não apenas curar a ferida, mas amar o perdoado.

Isso tudo provavelmente será difícil de cumprir; seu ódio muito provavelmente vai mostrar-se relutante, e não vai querer se transformar ou descansar tão rapidamente assim. Mas serei insistente e manterei minha fé na vitória; é minha garantia de sucesso. O ódio é curado pelo amor, somente pelo amor. Um raio de amor verdadeiro pacifica os animais selvagens. Eis o que nos ensinam as vidas dos santos – não se trata de fantasia ou lenda de fiéis.

Culpa

Como é doloroso e às vezes incrivelmente difícil determinar e aceitar nossa própria culpa. “Amigos e inimigos, natureza e homem, pais e educadores, a concorrência infeliz de circunstâncias e condições, ‘sociedade’ e ‘influência’, céu e inferno, mas eu não! E isso posso provar – tenho que provar – porque disso não pode restar nenhuma dúvida”.

Oh, essa “necessidade” traiçoeira por auto-justificação. Me consome por completo. Essa caça por evidências...por que preciso disso se acredito tanto que “essa história não tem nada a ver comigo?” Quem está exigindo de mim essas evidências? Quem suspeita de mim senão eu mesmo? Isso somente atesta o fato de que nas profundezas da minha alma me considero culpado; certa voz silenciosa secretamente repete, dentro de mim, e não me deixa em paz...

E, de repente, influenciado por tais percepções inesperadas, paro de fugir da minha própria culpa. Minha covarde ansiedade cessa. Mas estou pronto: que meu acusador se pronuncie.

Sim, coragem é necessária para investigar suas próprias afrontas sem buscar libertar-se disso através da fuga. Por que você deve procurar examinar todas as suas ações pelo melhor e mais nobre lado? Que ingenuidade! De onde vem esta necessidade para apresentar-se – a si mesmo e aos demais – como uma pessoa justa, que nunca comete erros?

Em primeiro lugar, tenho que reconhecer o fato de que todas as pessoas, sem exceção, enquanto vivem nesta terra, compartilham da mesma culpa deste mundo: pelo desejo ou falta dela, mas também pela falta de vontade, pela falta de inclinação para fazer escolhas intencionais; ação e inação, mas também de mau grado ou “lavar as mãos” como Pilatos; sentimentos e pensamentos, mas também uma apatia de madeira e uma indiferença rígida.

Todo pensamento maligno, toda emoção odiosa, todo desejo malicioso, tudo isso invariavelmente envenena o ar espiritual do mundo e o espalha ainda mais.

Eis porque não existem pessoas “sem culpa” ou “inocentes”. Há somente aquelas que conhecem sua culpa, que são capazes de carregar sua própria culpa e a porção de culpa do mundo, e aquelas que, em sua cegueira, não sabem disso, mas tentam imaginar e apresentar aos outros sua inocência imaginária.

O primeiro tipo são pessoas que têm coragem e humildade suficientes para não fecharem seus olhos às suas próprias culpas. Elas são as portadores da culpa do mundo, purificando o mundo e fortalecendo seu tecido espiritual.

O segundo tipo são os eternos fugitivos, os que “se salvam” desesperadamente de sua culpa, pois sua culpa os persegue como no antigo conta de Erinyes. Elas imaginam que são responsáveis somente pelas coisas que deliberada e intencionalmente realizaram em suas vidas exteriores; elas não sabem nada sobre o éter abrangente que ocupa o mundo e sua culpa mundial compartilhada na qual todos as linhas e fios se encontram entrelaçados em um todo inseparável. Elas buscam a paz em sua inocência imaginária, a qual para elas e para qualquer um é completamente inalcançável. Como raciocinam de maneira astuta e lógica, que impressionante poder de julgamento quando expõem as pessoas à sua volta, apontando suas falhas, culpando-os e estigmatizando-os! E tudo isso porque lhes apetece se auto-justificarem desta forma. Mas quando o assunto lhes compete, de repente se volvem míopes, ingênuos e estúpidos. Se soubessem o quanto ferem a si mesmos e ao mundo! Elas se apressam em provar a si mesmas que são “muito boas” e “completamente inocentes”, que não precisam mudar ou melhorar nada em si mesmos. No entanto, exatamente por causa disso, as emanações que emitem ao mundo permanecem incontroladas e impurificadas; o ar do mundo, já tão contaminado e doente, mais e mais se empapa com os venenos da vulgaridade, do ódio e da malicia emitidos por elas...

Por isso não busco a libertação por meio da fuga. Aceito minha culpa e a carrego de hoje em diante – calmamente, honestamente e resolutamente. Haverá provavelmente horas difíceis e dolorosas, mas esta dor é purificante e benéfica. Vou procurar e encontrar minha própria culpa nas ações, palavras e feitos; vou procurar mais a fundo, vou investigar as condições inexpressivas e mudas da alma, onde se inicia meu total isolamento e onde mesmo a autoconsciência não alcança. Vou procurar em toda parte: onde faltei com o amor e o perdão, onde me esqueci da expansão universal e do éter compartilhado pelo espírito; onde eu parei de servir a Deus e fazer Sua obra – ou, pelo menos, quando eu a faço de malgrado? Sem cair em confusão ou desespero, vejo toda minha vida como uma cadeia de ações e estados de ser culpados – e disso extraio mais coragem e humildade.

Conforme chego a este estado, recebo o direito de explorar a questão da culpa das outras pessoas – não para expô-las ou julgá-las, o qual desejo cada vez menos, mas para experimentar sua situação de vida e condição espiritual de tal forma que eu possa vislumbrar-me no lugar da pessoa culpada em cada ocasião, e imaginar que sua culpa era minha. Isso promove e aprofunda minha experiencia de culpa, e lentamente aprendo a portar não apenas minha fração de culpa, mas também a das outras pessoas, a carregá-la, ou seja, conquistá-la, em meu espírito através do amor.

Porém, francamente, tenho muito por trilhar... Não sei se chegarei a dominar esta arte. Talvez sim, talvez não... Mas de uma coisa tenho certeza: este é o caminho certo.

Amizade

As pessoas naturalmente “gostam” uma das outras e “desfrutam a companhia” uma das outras, mesmo hoje em dia. Mas, meu Deus, como isso é superficial, que escasso, que raso! Isso apenas significa que elas passam tempos “agradáveis” e “divertidos” juntas, que elas conseguem “agradar” umas às outras... Se descobrem uma afinidade em inclinações e gostos; se evitam chatear-se mutuamente com certo sucesso fazendo uso de suas arestas arredondadas, sem cantos, sem emitir opiniões conflitivas; se ambos sabem ouvir o tagarelar um do outro com aparência amigável, bajulando ligeiramente um ao outro e compelindo um ao outro um pouquinho – já é o suficiente. Assim se forma a tal “amizade” entre as pessoas, a qual essencialmente é composta de convenções exteriores, brincadeiras vazias, “boas maneiras” escorregadias, brincadeiras vazias e cálculos ocultos. Algumas amizades se fundam no amor comum pela fofoca ou pelo vicio mútuo de reclamar. Mas também existem as “amizades” de bajuladores, “amizades” de vaidades, “amizades” de patrocínio, “amizade” de ofensas, “amizades” de preferências e “amizades” de alcoolismo. Às vezes um dá, às vezes outro recebe – e ambos se consideram “amigos”. Uma mão lava a outra: as pessoas tocam seus negócios e afazeres juntas, sem confiarem muito umas nas outras, e ainda assim pensam que “se tornaram amigas”. Mas “amizade” também é o nome que se dá à atração passageira entre um homem e uma mulher que não se comprometem jamais, ou às vezes é apenas uma paixão romântica que, com o tempo, os separará para sempre. Todas estas “amizades” imaginárias se resumem ao fato de que as pessoas que são estranhas, ou mesmo completamente contrárias umas às outras, cruzam caminhos e temporariamente aliviam suas vidas mediante contatos rasos e auto-interessados. Elas não veem, não sabem, não amam umas às outras, e frequentemente sua amizade se despedaça tão rapidamente que é difícil dizer se algum dia chegaram a se conhecer.

Há somente uma força neste mundo capaz de conquistar a solidão humana, e esta força é o amor. Há somente um caminho possível para emergirmos da areia da vida e resistir às suas tempestades, que é a vida espiritual. E assim pois a amizade é um amor espiritual que une as pessoas, e amor espiritual que é a chama viva de Deus. Quem não conhece a chama de Deus e nunca a experimentou não entenderá o que é a verdadeira amizade, nem será capaz de recriá-la nem jamais entenderá a lealdade ou o verdadeiro sacrifício. Eis porque somente as pessoas do espírito são capazes da verdadeira amizade.

Não existe verdadeira amizade sem amor, porque é o amor que une as pessoas. A verdadeira amizade é uma união voluntária; nela a pessoa está ao mesmo tempo livre e conectada. Esta conexão não interrompe ou diminui a liberdade; pelo contrário, lhe dá vida, e esta liberdade, ao encontrar vida em unidade, conecta as pessoas em espírito.

A pessoa verdadeira porta em seu coração certo calor oculto, como se em seu interior, em secreto, queimasse um carvão.

A amizade começa quanto a faísca emitida pelo espírito entra em contato entra em contato com a salsa ardente da pessoa e por ela é aceita. Em contrapartida uma faísca é emitida em resposta à faísca aceita; tal faísca une-se à primeira e, por sua vez, inspira nova resposta. Assim se inicia uma troca de luz. A faísca nunca desaparece nas trevas do entorno. Cada uma atinge seu objetivo. O espírito regozija-se em sua mansa sinceridade.  Ele sabe que encontrará contemplação espiritual e entendimento empático.

Assim a verdadeira amizade, como o amor – mais especificamente, amor espiritual – cria o núcleo inicial desta união; algum dia, estes pequenos núcleos de fogo espiritual formarão uma grande e unificada chama de Deus, um tecido luminoso e alegre do Reino de Deus através do mundo...

É por isso que cada um de nós deve procurar a verdadeira amizade ao longo de nossas vidas, a construí-la espiritualmente e preservá-la amorosamente. Somente então descobriremos o que abrange o êxtase da verdadeira fidelidade e da tranquilidade natural do verdadeiro sacrifício.

Aprender a ouvir

Toda beleza – mesmo a beleza menor e sem sentido, assim como todos os momentos alegres da vida – tem grande e insuperável valor. Tais belezas lavam os pesares da alma; elas nos trazem o sopro leve da vida e nos dão uma pequena fração de felicidade... Podemos estar seguros de que não há um único momento leve e alegre que seja desperdiçado na vida da pessoa.

Por isso precisamos aprender a ouvir: a ouvir a natureza das coisas com respiração suspensa, a adentrar na corrente viva da natureza, a unirmos à alegria e beleza do mundo. Eis porque quem busca a natureza viva, a arte gentil e as brincadeiras alegres devem se libertar internamente e eliminar quaisquer tensões.

Mas antes que podamos nos render a impulsos lúdicos ou a experimentar a criação de uma nova beleza, precisamos desenvolver a confiança em nós mesmos. Devemos silenciar quaisquer objeções ou considerações secundárias; devemos nos atirar imediatamente, sem titubear, sem nos interromper, sem tentar ser inteligente, sem nos fazer de desamparados pelo motivo ou pretensão que for. Devemos esquecer as tarefas e objetivos pessoais, pois toda brincadeira tem seu próprio objetivo subjetivo, sua própria tarefa individual. Devemos nos entregar a este objetivo – quanto mais ingênuo, espontâneo e pleno, melhor.

Tudo o que nos resta é desfrutar com gratidão, e, em meio a tal desfrute, encontrar a cura.

Privação

A vida é uma batalha que precisamos vencer; o vitorioso é aquele que aprende a personificar a bondade e a justiça. Claro, toda sorte de tentações e perigos surgirá, e cada um desses perigos representa, em essência, uma ameaça. Se examinarmos essas ameaças constataremos que todas elas são virtualmente a mesma: todos são ameaças de perda. Isso porque a chamada “humilhação” é também uma perda de liberdade, perda do reconhecimento alheio, perda de sucesso financeiro; essas privações podem, claro, tornar as coisas mais difíceis. Nós jamais devemos aceitar a perda de nossa verdadeira dignidade ou respeito próprio, no entanto não devemos levar ao coração a ausência de reconhecimento alheio, ou suas calúnias e difamações. Temos de saber como seguir a vida sem “sucesso”, “estima” ou a chamada “glória”.

Somos ameaçados por privações ao longo de toda a vida. Nossas vidas são impregnadas com pensamentos e preocupações sobre possíveis perdas, acidentes, humilhações e pobreza. Mas é isso que constitui a escola da vida; nisto reside nossa preparação para o sucesso e o treinamento para a vitória. Essa escola requer que derrotemos espiritualmente as ameaças e as privações. A habilidade de lidar com leveza nossas preocupações, de renunciar facilmente àquilo que nos falta, constitui a arte de viver. Nenhuma perda ou privação deve perturbar o equilíbrio da alma.

A arte de superar a privação se efetua com base em duas condições. Em primeiro lugar, a pessoa deve ter na vida determinado valor superior, exigente, ao qual ela verdadeiramente ame acima de todas as coisas, e que realmente mereça seu amor. Tal é o sol do amor santo e santificante, à luz do qual nenhuma privação parecerá difícil, ou nenhuma ameaça parecerá aterrorizante. Em segundo lugar, a pessoa deve desenvolver a capacidade de concentrar sua atenção, amor, vontade e imaginação – não naquilo que lhe falta, que lhe foi privado – mas naquilo que lhe é dado. Quem sempre pensa no que lhe falta estará sempre faminto, invejoso e carregado de ódio. Os discípulos de Antonio, o Grande, certa vez lhe perguntaram como ele conseguia ver o Senhor Deus. Ele respondeu da seguinte maneira: “De manhã cedo, quando saio de minha cabana de barro em direção ao deserto, vejo o sol nascer, ouço os pássaros cantarem, uma brisa suave sopra em meu rosto – e meu coração vê o Senhor e canta de alegria”.

O que isso quer dizer é que a privação nos impele à contemplação dedicada ao mundo, como se uma voz mística estivesse nos dizendo: “O que já lhe foi dado esconde a verdadeira riqueza; sinta-a, domine-a e renuncie tudo o mais que não lhe foi dado, pois não você não precisa disso...” Em todas as coisas terrenas há uma medida de profundidade. Nesta profundidade se encontra a porta para a sabedoria e para a bem-aventurança.

Saúde

Como é tedioso estar sempre pensando em sua própria saúde – eternamente se prevenir, ter medo de tudo, evitar fazer as coisas pensando “será que isso pode me machucar?” A vida inteira se transforma em um mar de pavor e horror. Você se transforma em seu próprio guarda prisional.

A poeira do mundo

Toda trivialidade insignificante de nossa existência – toda vicissitude, toda circunstancia elementar e vazia da vida que atinge certo peso e “significância” a nossos olhos, a qual na verdade é desprovida de qualquer propósito superior; todo fator oco e vagabundo da vida que pede nossa atenção, toda banalidade que pleiteia nosso tempo e dedicação, que irrita, agita, desaponta, distrai, exaure e drena – tudo isso é poeira, a própria malfadada e lamentável poeira da vida...

Oculta ao longo dos caminhos da vida, esta astuta poeira se encontra por todos os lados; melhor não a perturbar, melhor não a sacudir ao vento. Ela penetra silenciosamente nos aposentos interiores da nossa alma e se assenta em tudo o que ali se encontra. Eis porque devemos ser capazes de limpá-la de nosso espaço interior – e se não desenvolvermos esta habilidade estaremos sob risco de sermos sufocados por ela: seus pensamentos ”combinarão“ conceitos abstratos (poeira lógica); sua imaginação infundada brincará subjetivamente com imagens (poeira estética); sua vontade se desconectará de suas raízes sacras e se tornará cínica, sedenta de poder e cruel (poeira política); e seu coração frio e amortecido esquecerá como amar e estará coberto com a poeira da vida moralmente indiferente.

Riquezas e posses

A resposta não está em negar ou proibir posses; isso seria tolice, inatural e danoso. Em vez disso, devemos controlar nossas posses, não as eliminar, tornando-nos assim livres delas. Esta liberdade não pode vir das outras pessoas; as devemos pleitear nós mesmos, devemos libertar nossas almas. Se é fácil para mim pensar nas minhas posses, então sou livre delas. Sou eu quem determina o destino de cada uma das minhas posses, e o faço facilmente: meu destino não depende do que eu tenho; não sou um cachorro acorrentado a minhas posses nem sou um guarda que os vigia de noite; não sou um mendigo que pede dinheiro a cada ocasião e o esconde na meia. É vergonhoso temer por suas posses e ainda mais vergonhoso invejar aqueles que são mais ricos que você. Devemos viver de uma maneira completamente diferente: devemos sacar com facilidade de nossa conta bancária o que quer que seja necessário, e dar com alegria onde quer que o coração nos mova a dar, provendo a quem lhe falta, sacrificando alegremente sem pesar, esperando nada em troca daquele que não pode dar, e de maneira fraterna, sem cobrar juros. Mais importante ainda, nunca vacilar por suas posses: “O Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21). Aquele que vacila por sua riqueza se rebaixa e perde sua dignidade, e é melhor que uma pessoa modesta com pensamentos modestos que não tenha nenhuma riqueza...

Idade

Secretamente, de soslaio, nos perguntamos o que os outros pensam de nós, se gostam ou não gostam de nós, se nos aceitam, e quantos anos acham que temos.

Aquele cujo coração canta é eternamente jovem, mas aquele cujo coração nunca cantou nasceu velho. A verdadeira juventude é um atributo do espírito e sua força, sua criatividade. Aonde quer que o espírito se mova e desabroche, onde quer que o coração cante – lá, a velhice é somente uma indelicadeza do tempo e uma realidade fantasma. Infelizmente as pessoas não sabem muito disso. Elas não têm força espiritual para determinar sua idade, e lhes falta a capacidade de permanecer espiritualmente jovens. Por esta razão elas facilmente se rendem ao estado de seus corpos, ansiosamente contam os anos de suas vidas, observando em estado de desamparo seus cabelos rarearem, tentando esconder sua verdadeira idade de todos, ofendendo-se com perguntas indelicadas e mantendo sua data de nascimento em segredo. No final das contas, suas glândulas se tornam a coisa mais importante de suas vidas... Frequentemente nos encontramos infelizes por causa de nossa miopia e ingenuidade; não entendemos que a espiritualidade é a chave para a verdadeira felicidade...

Que venha a velhice: não é ela que ameaça a juventude. É possível ser velho e jovem ao mesmo tempo. Devemos superar espiritualmente nossa idade e torná-la um detalhe irrelevante de nossa existência.

Fácil falar... Mas como fazer isso?

Eis como.

Primeiramente, devemos calcular nossa idade não de acordo com as condições do corpo, mas de acordo com as condições do espírito. Em segundo lugar, em cada fase da vida, devemos sentir prazer em suas alegrias mais nobres e resolver as tarefas espirituais que se apresentam em cada fase específica. Em terceiro lugar, em qualquer idade, devemos viver pelas coisas que não amadurecem e não envelhecem – as coisas que existiram desde o princípio dos tempos e que existirão para o resto da vida. Tudo isso é parte da arte de viver.

Isso significa viver a serviço do eterno – em amor, em contemplação espiritual, e imerso na tapeçaria divina do mundo – então sua vida será abençoada e alegre... Em outras palavras, significa rejubilar-se no sopro de Deus quando criança; quando jovem, contemplar a centelha divina no ser amado; ao entrar na vida, já perceber por Quem fomos criados – e para quê. Quando homem maduro, convencer-se firmemente Quem e o que reivindica sua lealdade. Sua sabedoria, na vida avançada, será imbuída de amor espiritual, e iluminará as pessoas em sua vida como um farol espiritual. Quem cruzar com os raios de sua luz sentirá sua fonte sobrenatural. E uma vez que deixe este mundo, entrará em paz e alegria no mundo eterno ao qual seus pensamentos já estavam conectados em toda sua vida...

Se vivermos desta maneira, então nossa vida se transformará em um jardim florido. A velhice será superada, a velhice será exaltada... E não haverá razão para resmungar ou reclamar.

Oração

Eis algo que ocorre frequentemente: quando uma pessoa se encontra privada de algo, lhe dói observar quem o tenha. “Ninguém deveria ter o que eu não tenho”. Os benefícios dos outros a ferroam e a ofendem; é raro que alguém “perdoe” os outros por seus dons.

O que um cego pode dizer sobre as cores de uma bela pintura ou de uma delicada flor? Nada! E ainda assim muita gente conclui que a pintura não existe ou que a flor é uma alucinação... Quem acreditaria no surdo que anuncia que não existe música, que tudo não passa de “ficção de hipócritas”? A pessoa privada de seu olho e ouvido espirituais não tem direito de versar sobre assuntos espirituais. A pessoa de coração insensível ou percepção espiritual amortecida não sabe nada sobre o amor, pois como ela seria capaz de perceber o amor de Deus?

Que descabido, que ingênuo, que primitivo imaginar que as únicas realidades são aquelas acessíveis através dos cinco sentidos.

O retorno

Em meio às adversidades e sofrimentos de nosso tempo, às tentações que nos invadem e aos temores que nos cercam, aprendemos de novo a rezar. Pois estamos perdendo este que é o maior dos dons e simplesmente esquecemos esta habilidade tão maravilhosa. E, apesar disso, sem a oração, o homem se encontra distante de Deus, cortado de fonte da verdadeira vida: ele se vê rendido à origem do mal e não tem forças para lutar contra ele.

A vida flui por e através de nós, como numa corrente de todo tipo possível de sentimentos, desejos e paixões – uma multidão de preocupações e ocupações, uma nuvem de poeira que consiste em conteúdos fragmentados e insignificantes. Nos perdemos neste fluxo, nesta neblina, e perdemos o sentido de nossas vidas.

Precisamos apartar minutos, ou mesmo horas, para respirar e contemplar sem restrições, de um tempo no qual nossas preocupações são silenciadas, no qual tudo que constitui nossa vida cotidiana seja esquecido e nos libertemos de tudo o que seja banal, demasiado humano e vulgar.

Se eu for capaz de me afastar do conteúdo cotidiano e caótica da minha vida, então meu coração e minha vontade se abrirão às melhores e mais exaltadas coisas.

Contudo, não imaginemos que podemos apelar ao Deus do amor e da luz em cada um de nossos afazeres e esquemas mundanos, pois nossas ações terrenas são às vezes cruas e egoístas, frequentemente nefastas, insidiosas e destrutivas. Não podemos rogar ao Deus da luz nas trevas dos nossos afazeres frios. Não devemos esperar ajuda do Deus do amor em questões predatórias e odiosas. A oração se justifica e se eleva somente na batalha pelo bem.

A primeira ajuda que posso suplicar é iluminar minha alma em questões de escolha e serviço: que me seja dada a capacidade de discernir fielmente entre o bem e o mal, e desejar infalivelmente a bondade e a perfeição; que eu me seja dada a pura contemplação, insight confiável, percepção verdadeira e decisão firme.

Quem transmite orações que não cumpram tais requisitos não rezam a Deus, mas a seu senhor, o diabo.

Não há oração que deva excluir meus próprios esforços ou que os considere inúteis: meu amor, meu desejo, meu esforço e minha luta devem todos estar a serviço da causa pela qual rezo. Se a causa for realmente boa e verdadeira aos olhos de Deus, então devo dedicar a ela ainda mais esforços – a ela servir, por ela batalhar, quaisquer ameaças desafiar, aos perigos se opor.

Se estou rezando por mim, por minha vida e bem-estar, então posso estar seguro de que estou trilhando o caminho verdadeiro de minha vida. A oração que brota de uma consciência pura pode fazer maravilhas.

As aflições do mundo

Enquanto a pessoa se mantiver presa e cega a seus próprios sofrimentos pessoais, quando de maneira desesperada não vê nenhuma saída por conta de sua cegueira, ela se deixa derrotar por sua natureza bruta e não consegue encontrar o caminho a Deus. Ela deve sair do seu próprio eu em espírito, elevar-se e enxergar o sofrimento do próximo, de todas as pessoas, de todas as coisas criadas. Em princípio ficará horrorizada, e este horror ante aos tormentos do mundo levará à indignação, a protestos e talvez à rebeldia. Estes humores e sentimentos não a levarão a Deus, mas a afastarão de Deus, e a levará até mesmo contra Deus.

A pessoa padece pelo tormento alheio, simpatiza com o outro e começa a demonstrar uma participação viva e construtiva. Ela se esquece de si mesma e passa a viver em função do sofrimento alheio e, assim, se livra de conviver com suas próprias dores e aflições. Sua própria personalidade não mais a acorrenta nem a cega; em seu lugar, a personalidade da outra pessoa começa a invadi-la e preencher sua vida e alma. Se a pessoa não notar esta situação a tempo para derrotar esta nova prisão, então em breve se tornará prisioneiro dos tormentos de outra criatura. Enquanto a comiseração detiver a palavra final e se portar como a expressão mais alta de seu amor, o sofrimento de qualquer ser humano lhe parecerá uma tragédia ou infelicidade, e passará assim a ver o “mal” existente em cada tormento da criatura. Ela começa a acreditar que o propósito mais importante da vida está em libertar a humanidade de seu sofrimento. Ela não suporta ver um ser sofrendo, e a batalha contra o sofrimento se torna sua principal ocupação. Uma vida sem mazelas lhe parecerá o propósito terreno mais importante.

Isto significa que a pessoa que sente pena descobriu seu próximo, e isso é muito bom. Mas ela ainda não descobriu o sentido do sofrimento; o propósito da humanidade ainda não lhe foi revelado. Seu amor pelo próximo se estende não ao “anjo” oculto nas profundezas de sua alma que sofre e luta por libertação, mas à criatura que suspira e chora; ela procura não ajudar o “anjo”, mas servir à criatura; seu objetivo não é que o espírito sofredor seja purificado e emerja vitorioso, mas aliviar o tormento do ser criado. É por isso que a pessoa que sente pena ainda se encontra atormentada pelo medo e pelo horror, por isso ela ainda não aceita o sofrimento e não compreende nem seu sentido, nem sua graça: ela ainda tem medo da dor e não sabe nada de sua natureza iluminadora nem dos frutos de sua derrota. E por isso as aflições do mundo não a levam a Deus: ela segue presa aos confins da humanidade e do sentimentalismo, intocada pelos raios iluminadores de Deus.

O amor somente liberta quando a pessoa vê um filho de Deus naquele que sofre, vê que está sendo derrotado e está sendo purificado por este sofrimento. Não deveríamos ficar excessivamente horrorizados à vista de uma criatura que sofre. Não convém fugir da dor e do sofrimento a qualquer custo. Devemos perceber a necessidade do sofrimento e captar o sentido universal de tudo isso.

Ao encontrar-se afastada (até mesmo apartada) de Deus, a criatura humana deve sofrer. Este sofrimento é um chamamento a Deus. Eis porque o sofrimento existe; aí reside seu sentido, seu propósito último. As plantas e os animais estão sujeitos ao sofrimento básico universal em sua potência mais fraca, e por isso são incapazes de transformá-la em luta e iluminação. Mas o homem tem um chamado superior: ele tem de aceitar o sofrimento dado como algo “enviado”, como um chamado à purificação, como uma batalha pessoal em prol da iluminação desta pessoa.

Os tormentos da criatura são terríveis somente se a pessoa não compreende o propósito maior deste sofrimento nem descobre seu caminho de ascensão: ela enxerga somente agonia sem sentido.

* * *

Há dias e momentos na vida quando a pessoa de repente se encontra diante da morte. São momentos terríveis; são dias abençoados. Nestes momentos, a morte, como um emissário divino, julga nossa vida. Mas quando o perigo da morte passa e chega a paz e a quietude, nos damos conta que nossa vida inteira foi revirada e peneirada, e chegamos a uma das conclusões mais importantes: nem tudo pelo qual vivemos é digno da dedicação de nossa vida. Somente se as coisas e ações que constituem nossas vidas não temem nem a morte nem a proximidade da morte elas podem ser consideradas plenamente dignas. Tudo o que é digno de nossa escolha e preferência, de nosso amor e serviço, mesmo na hora de nossa morte, é maravilhoso e apropriado. As coisas para as quais podemos e devemos entregar nossas vidas são as coisas dignas de amar e servir. Aquilo pelo qual não vale a pena morrer não vale a pena viver.

Fonte: Ivan Ilyin, The Singing Heart, Orthodox Christian Translation Society, Memphis, TN, EUA, 2016.

16 de dezembro de 2019

Para uma mente firme e resoluta


Felicidade

1. Sinta-se feliz hoje pelo que fez para sentir-se feliz amanhã.
2. Sinta-se feliz hoje por ter trocado a impulsividade pela maturidade e, assim, armazenar benefícios para o futuro.
3. Sinta-se feliz hoje por ter evitado evitar o desconforto agora em prol da felicidade e da saúde futuras.
4. Sinta-se feliz hoje porque a preguiça não o dominou e você escolheu o trabalho e a felicidade da realização e da produtividade.
5. Sinta-se feliz hoje porque você planejou e trabalhou por sua felicidade amanhã ao assumir as dores de trabalhar agora e tornar seu trabalho mais leve e fácil amanhã.

Pensamento

1. Pensar sobre o problema é o problema.
2. Pensar sobre o problema é o que precisa ser pensado.
3. Pensar sobre o problema é o que você faz para racionalizar o fato de não trabalhar no problema.
4. Pensar sobre o problema é o que faz o problema continuar pois é o pensamento que alimenta o problema.
5. Pensar sobre o problema é o que você usa como pretexto para não resolver o problema ou ao menos não resolvê-lo no tempo devido.

Amigo interior

1. Estimule o amigo interior e assim encontrará o amigo exterior.
2. Estimule o inimigo interior e assim encontrará o inimigo exterior.
3. Estimule a bondade própria e assim encontrará pessoas boas.
4. Estimule o perdão próprio e assim encontrará pessoas que perdoam.
5. Estimule a compaixão própria e encontrará pessoas compassivas.

Energia negativa

1. Lamente-se e preocupe-se e assim acumulará energias negativas.
2. Persiga e sabote para servir e espalhar energias negativas.
3. Culpe e reclame para aumentar e multiplicar energias negativas.
4. Maldiga e condene tudo o que puder para viver e chafurdar em energias negativas.
5. Fale de maneira crítica e negativa de tudo o que puder para beber e nadar em energias negativas.

Mude

1. Pare de tentar mudar os outros e comece a mudar suas respostas aos outros.
2. Pare de forçar e tentar conseguir algo e comece a ter paciência e praticar o aprendizado.
3. Pare de pensar que o mundo está errado e comece a pensar que suas respostas ao mundo estão erradas.
4. Pare de lamentar-se e preocupar-se e comece a planejar, solucionar e contribuir proativamente com o mundo.
5. Pare de culpar e condenar a vida ou os outros pelos seus problemas e comece a assumir que os problemas são seus e assim empoderar-se para lidar e superá-los.

Palavras

1. Por trás das palavras escute os jogos e enredos serem planejados.
2. Por trás das palavras escute o orgulho e a vergonha dando cor às palavras.
3. Por trás das palavras escute as emoções e os sentimentos guiando as palavras.
4. Por trás das palavras escute o sentido oculto e as palavras não ditas.
5. Por trás das palavras escute as intenções e motivações disfarçadas de palavras.

Padrões de pensamento

1. Tenha cuidado com os padrões de pensamento com os quais você se apega porque eles viverão com você.
2. Tenha cuidado com os padrões de pensamento com os quais você se apega porque eles afetarão seus resultados.
3. Tenha cuidado com os padrões de pensamento com os quais você se apega porque eles poderão tentar te substituir.
4. Tenha cuidado com os padrões de pensamento com os quais você se apega porque eles poderão tentar mudar e controlar você.
5. Tenha cuidado com os padrões de pensamento com os quais você se apega porque afetarão sua carreira, sua saúde, seus relacionamentos.

Exercícios

1. O exercício espiritual é mais importante que o exercício emocional.
2. O exercício emocional é mais importante que o exercício mental.
3. O exercício mental é mais importante que o exercício social.
4. O exercício social é mais importante que o exercício físico.
5. O exercício físico é mais importante que o exercício inconsequente.

Depressão

1. A depressão pode ser entendida como o resultado do acúmulo de frustrações que resultam de falsas expectativas.
2. A depressão pode ser entendida como o resultado do acúmulo de frustrações que resultam da tentativa de fazer sentido à vida sem sucesso.
3. A depressão pode ser entendida como o resultado do acúmulo de frustrações que resultam da tentativa de ganhar o jogo da auto-estima e falhar inúmeras vezes.
4. A depressão pode ser entendida como o resultado do acúmulo de frustrações que resultam da tentativa e fracasso de ganhar a aceitação e a aprovação de uma quantidade mínima de pessoas a partir da qual você passe a acreditar.
5. A depressão pode ser entendida como o resultado do acúmulo de frustrações que resultam da tentativa e fracasso de encontrar uma vida pacífica e feliz para si mesmo apesar dos desafios, dificuldades, obstáculos, provações e tribulações.

Orgulho

1. O orgulho é uma maneira de gostar de fazer o mal.
2. O orgulho é uma maneira de acobertar e esconder o mal que se faz.
3. O orgulho é uma maneira de desculpar e racionalizar o mal que se faz.
4. O orgulho é uma maneira de fingir ser melhor que os outros enquanto diz que os outros cometem erros, e ignorar seus próprios erros jogando o jogo da superioridade fascista.
5. O orgulho é uma maneira de pleitear auto-estima e prazer do ego para impulsionar sua morte/vida com falsas animações por meio de imagens e conceitos que parecem bons mas servem apenas para ocultar o mal.

O eu perturbado

1. Os ofendidos escolhem estar ofendidos e, como se fossem criancinhas, querem que os outros assumam a responsabilidade por estarem ofendidos.
2. Os chateados fingem que não são eles mesmos que se chateiam e querem que o mundo faça a o papel de papai e mamãe e cure sua chateação.
3. Os perturbados escolhem estar perturbados e se comportam como tolos ao entregar essa responsabilidade a forças exteriores.
4. Os incomodados se incomodam a si mesmos mas insistem que são os outros que controlam seu coração, sua alma e sua mente e os tornam incomodados.
5. As pessoas desconcertadas preferem continuar ignorando que são elas mesmas que se perturbam com suas atitudes, crenças, comparações, avaliações, expectaivas, medidas, opiniões, perspectivas e previsões, entregando assim o controle pessoal a toda e qualquer força exterior.

Gente má

1. As pessoas querem ser melhores para serem más.
2. Se você acha que está certo então você pode ser mau.
3. Para muitos o objetivo da vida é encontrar um pretexto para chamar os outros de retardados, inferiores, estúpidos e inúteis.
4. A maldade é o motivo subjacente a muitos dos comportamentos humanos porque a maldade lhes confere um grande orgulho.
5. A maldade é o caminho para o prazer do ego, do orgulho e da alta auto-estima porque somente quem se sente superior se dá o direito de tratar os outro como inferiores.

Sofrimento e responsabilidade

1. Sofrer não te desobriga de sua responsabilidade emocional.
2. Sofrer não te desobriga da responsabilidade por suas atitudes.
3. Sofrer não te desobriga da responsabilidade por fazer a coisa certa.
4. Sofrer não te desobriga da responsabilidade por seguir o bem supremo.
5. Sofrer não te desobriga da responsabilidade por suas reações e respostas.

Não espere nada

1. Não espere nada e aceite tudo.
2. Não espere nada e seja grato por tudo.
3. Não espere nada e fique surpreso com tudo.
4. Não espere nada e se contente com tudo.
5. Não espere nada e seja curioso sobre tudo.

Julgar

1. Julgarei a ação, não o autor.
2. Condenarei o pecado, não o pecador.
3. Criticarei o produto, não a pessoa.
4. Compararei o comportamento, não o ser.
5. Avaliarei o desempenho, não o artista.

Medicina

1. Os profissionais da saúde deveriam ser mais do que macânicos de carros que apenas consertam ou trocam peças.
2. Os tratamentos médicos que não levam em conta os aspectos sentimentais e mentais das pessoas são tratamentos mecânicos e primitivos.
3. As pessoas são mais do que máquinas ou robôs, e já passou da hora da medicina ocidental reconhecer e tratar o paciente como um todo, e não somente uma coleção de sintomas.
4. As pessoas vão continuar a procurar falsários e charlatães para seus tratamentos médicos sempre que perceberem que seus "doutores" não estão conscientes que os pacientes também sentem, pensam, comem, se exercitam e têm relacionamentos com outras pessoas.
5. Focar-se nos sintomas como se fossem causas é o mesmo que igualar correlação com causação, demonstrando assim falta de vontade de buscar compreensão e tratamento abrangentes da saúde humana.

Vítima I

1. As vítimas são boas porque sofrem, e você é mau por não ser uma delas.
2. As vítimas são boas porque sofrem, e você é mau por não sofrer com elas.
3. As vítimas são boas porque sofrem, e você é mau por não resolver seu sofrimento.
4. As vítimas são boas porque sofrem, e você é mau por não prevenir seu sofrimento.
5. As vítimas são boas porque sofrem, e você é mau por não apreciar e entender seu sofrimento.

Vítima II

1. Se faça de vítima para sentir orgulho de saber mais que os algozes.
2. Se faça de vítima para sentir orgulho de fazer melhor que os algozes.
3. Se faça de vítima para sentir orgulho de ser melhor que os algozes.
4. Se faça de vítima para sentir orgulho de ter o direito de abusar dos algozes porque eles abusaram antes de você.
5. Se faça de vítima para sentir orgulho de ser superior aos algozes porque você tem uma moral superior e se comporta de maneira superior.

Insulto

1. Se alguém te chama de algum nome feio, então você não foi insultado até que você considere esse nome como insulto.
2. Se alguém te insulta com palavras, então você não foi insultado até que você leve essas palavras ao coração como insulto.
3. Se alguém cortar um dos seus dedos para insultar você, então você não foi insultado até que você considere essa ação como insulto.
4. Se alguém te chama de estúpido, então você não foi insultado até que você assuma identidades negativas associadas à palavra "estúpido".
5. Se alguém te chama de inútil, então você não foi insultado até que você acredite que "inútil" seja realmente um reflexo do que ou quem você é.

Ferida e cura

1. Uma ferida pode catalisar recuperação, redenção e reabilitação.
2. O ferido que se cura usa sua ferida para buscar saúde e virtude.
3. O ferido que se cura usa sua ferida para arrepender-se e encontrar graça e perdão.
4. O ferido que se cura usa sua ferida para aprofundar-se na natureza de seu oposto, isto é, da saúde e da virtude.
5. Uma ferida pode ser uma força de desequilíbrio que motiva a pessoa a procurar ainda mais bondade para encontrar um equilíbrio superior (homeostasis) a fim de contrabalançar uma ferida profunda.

Todo mundo é melhor

1. Todo mundo é mais inteligente do que eu porque eu mesmo não tenho nenhuma inteligência.
2. Todo mundo é mais eficiente do que eu porque eu mesmo não tenho nenhuma habilidade.
3. Todo mundo é melhor do que eu porque eu mesmo não tenho nenhuma bondade.
4. Todo mundo é mais virtuoso do que eu porque eu mesmo não tenho nenhuma virtude.
5. Todo mundo merece mais estima e elogio do que eu porque eu mesmo não tenho nenhuma estima ou elogio por mim.

Fardo

1. Se meus pensamentos me impõem fardos que não posso carregar, então meus pensamentos estão alimentando e trabalhando para o ego, não para mim.
2. Se meus pensamentos querem que eu faça coisas para as quais não tenho capacidade, então meus pensamentos estão alimentando e trabalhando para o ego, não para mim.
3. Se meus pensamentos me impõem responsabilidades que não tenho poder de assumir, então meus pensamentos estão alimentando e trabalhando para o ego, não para mim.
4. Se meus pensamentos exigem que eu cumpra tarefas psicológicas para as quais não tenho capacidade de cumprir, então meus pensamentos estão alimentando e trabalhando para o ego, não para mim.
5. Se meus pensamentos querem que eu mude e controle pensamentos e sentimentos que eu não posso mudar ou controlar, então meus pensamentos estão alimentando e trabalhando para o ego, não para mim.

Pensamentos

1. Pensamentos são pensamentos, não as coisas que descrevem.
2. Pensamentos são pensamentos, não eventos, pessoas, lugares ou coisas.
3. Pensamentos são pensamentos, não as coisas que categorizam, rotulam ou nomeiam.
4. Pensamentos são pensamentos, não as coisas sobre as quais fornecem informações e conhecimento.
5. Pensamentos são pensamentos, não as memórias que são usadas para organizar, recordar, classificar ou armazenar.

Coçar

1. Coce uma ferida de pele e seus pensamentos vão torná-la pior, não melhor.
2. Cutuque um corte e seus pensamentos vão torná-lo pior, não melhor.
3. Raspe um hematoma e seus pensamentos vão torná-lo pior, não melhor.
4. Coce uma picada de inseto e seus pensamentos vão torná-la pior, não melhor.
5- Mexa e remexa a ferida e seus pensamentos vão torná-la pior, não melhor.

Pensar não é ação

1. Agir sobre o pensamento não é agir.
2. Agir sobre a informação não é agir.
3. Agir sobre descrições não é agir.
4. Agir sobre imagens e conceitos não é agir.
5. Agir sobre atitudes, crenças, desejos, expectativas, interpretações ou previsões não é agir.

Pensamentos são poderosos

1. A qualidade dos seus pensamentos promove a qualidade da sua vida.
2. O equilíbrio dos seus pensamentos promove o equilíbrio da sua vida.
3. A flexibilidade dos seus pensamentos promove a flexibilidade da sua vida.
4. A abertura dos seus pensamentos promove a abertura da sua vida.
5. A virtuosidade dos seus pensamentos promove a virtuosidade da sua vida.

Perda

1. A perda de um ente querido pode ser a causa para que você finalmente entregue o controle a Deus.
2. Uma derrota ou fracasso pode ser a causa para que você finalmente entregue o controle a Deus.
3. Uma doença ou machucado pode ser a causa para que você finalmente entregue o controle a Deus.
4. Chegar ao fundo do poço pode ser a causa para que você finalmente entregue o controle a Deus.
5. Um acidente, uma crise ou um desastre podem ser a causa para que você finalmente entregue o controle a Deus.

Abstrato e concreto

1. A educação pode transformar você em um pensador abstrato, mas se você não temperar isso com pensamentos concretos então vai acabasr acreditando em qualquer coisa baseado em aparências e verbalizações.
2. Os pensamentos abstratos e concretos trabalham juntos quando um carpinteiro lê as plantas de um prédio enquanto fabrica suas paredes.
3. O abstrato e o teórico vão de mãos dadas, mas ambos precisam de provas, testes de realidade e verificações para serem úteis no mundo das coisas.
4. Você é capaz de reconhecer os pensamentos abstratos e concretos para que operem juntos e apoiem e melhorem os resultados de cada um?
5. Você é capaz de aceitar o valor intrínseco e a necessidade tanto do pensamento concreto (físico) quanto do pensamento abstrato (verbal) para que produzam os melhores produtos e sociedades para todos?

O que acontece

1. O que acontece no mundo não está sob seu controle, mas você pode influenciar e afetar pequenas partes dele.
2. O que acontece com você não está sob seu controle, mas você pode influenciar e afetar grandes partes dele.
3. O que acontece dentro de você está sob seu controle, e você pode influenciar e afetar tudo nele.
4. O que acontece dentro de você influencia o mundo, o que acontece com você, e o que acotecerá em seguida.
5. Talvez seja hora de você começar a focar-se no que mais afeta você, no que acontece dentro de você, uma vez que isso afeta tudo o mais na sua vida também.

Prestação de contas

1. Você foi mal na prova. Você culpa o professor, o livro-texto ou suas habilidades de estudo e aprendizado?
2. A serra cortou fora da marca. Você culpa a madeira, a serra, a lâmina cega ou suas habilidades de serralheiro?
3. A receita saiu errada. Você culpa o modo de preparo, os utensílios da cozinha ou suas habilidades de cozinheiro?
4. O cachorro não obedece a seus comandos. Você culpa o cachorro, o ambiente ou suas habilidades de treinador de cães?
5. Seu filho se comporta mal na escola. Você culpa a criança, as outras crianças, a escola, o professor ou a educação que você dá a ela?

A adoração da medida

1. Nós adoramos as medidas.
2. Nós consideramos uma coisa importante quando a conseguimos medir.
3. Alguns dizem que o que não se pode medir não é importante.
4. Alguns dizem que o que não se pode medir não existe.
5. Como medimos o emocional, o insubstancial, o intangível, o espiritual e tudo aquilo que está para além das coisas mensuráveis e que as pessoas consideram os fatores mais importantes da vida?

A opção de mudar

1. Você tem a opção de mudar sua atenção dos eventos ao aceitá-los e deixá-los passar para que você reenfoque em algo melhor.
2. Você tem a opção de mudar o que está pensando sobre uma determinada experiência para pensamentos que enfretem, solucionem e produzam mais.
3. Você tem a opção de recusar-se a repetir os pensamentos ou memórias transtornantes sobre quaisquer eventos, experiências ou memórias.
4. Você tem a opção de recusar a levar seus pensamentos transtornantes a sério ou para o lado pessoal.
5. Você tem a opção de recusar a agir de acordo com o que sente sobre circunstâncias, eventos ou experiências infelizes.

Silêncio

1. Somente a mente silenciosa pode ver corretamente.
2. Somente a mente silenciosa pode  ouvir corretamente.
3. Somente a mente silenciosa pode falar corretamente.
4. Somente a mente silenciosa pode desempenhar corretamente.
5. Somente a mente silenciosa pode entender corretamente.

O controle do seu coração

1. Se alguém consegue te ofender, então eles podem controlar seu coração.
2. Se alguém consegue te irritar, então eles podem controlar seu coração.
3. Se alguiém consegue te deixar ansioso, então eles podem controlar seu coração.
4. Se alguém consegue te atrapalhar ou perturbar, então eles podem controlar seu coração.
5. Se alguém consegue te deixar depressivo, então eles podem controlar seu coração.

Escravidão voluntária

1. Se você quer a aprovação dos outros, então você quer se escravizar à autoestima.
2. Se você quer a aprovação dos outros, então você quer ser prisioneiro de suas opiniões.
3. Se você quer a aprovação dos outros, então você quer se conformar a seus autoconceitos e autoimagens.
4. Se você quer a aprovação dos outros, então você quer depender de seus autoconceitos e autoimagens.
5. Se você quer a aprovação dos outros, então você quer entregar sua vida em troca de seus autoconceitos e autoimagens.

O crítico interior

1- Você não é a causa ou a fonte do crítico interior.
2. Não é sua responsabilidade calar o crítico interior.
3. Não é sua responsabilidade controlar ou converter o crítico interior.
4. É sua responsabilidade deixar de ouvir o crítico interior.
5. É sua responsabilidade desconstruir o crítico interior até que você declare que ele não é você nem vem de você.

Palavras I

1. Palavras são pontes; uma vez que cruze para o outro lado, então você pode abandonar a ponte e as palavras da sua mente.
2. Palavras são escadarias; uma vez que chegue ao andar de cima, então você pode abandonar a escada e as palavras que te levaram lá.
3. Escadas são elevadores; quando as portas se abrem em um novo andar, então você pode abandonar o elevador e as palavras que se serviram para chegar lá.
4. Palavras são degraus; quando você sobe ao seguinte degrau, então você pode abandonar os degraus e as palavras que desfrutou para chegar até lá.
5. Palavras são escadas; quando você para de subir porque chegou no telhado, então você pode abandonar a escada e as palavras que usou quando ainda estava no jardim.

Palavras II

1. Palavras e um relógio podem te indicar as horas, mas o tempo não está dentro das palavras ou do relógio.
2. Palavras e um telescópio podem apontar para as estrelas, mas as estrelas não estão dentro das palavras ou do telescópio.
3. Palavras e uma talhadeira podem esculpir um cavalo para sua mente, mas o cavalo não está dentro das palavras ou da talhadeira.
4. Palavras e uma câmera podem mostrar a imagem de uma pessoa, mas a pessoa não está dentro das palavras ou da câmera.
5. Palavras e um computador podem descrever, explicar ou criticar um filme, mas o filme não está dentro das descrições, explicações e críticas do filme.

A gestão dos pensamentos

1. Gerencie seus pensaamentos como você gerencia suas conversas com os outros: encoraje e inspire virtudes maiores.
2. Gerencie seus pensaamentos como você gerencia suas conversas com os outros: rejeite as influências e intenções negativas.
3. Gerencie seus pensaamentos como você gerencia suas conversas com os outros: crie fronteiras e limites para a autenticidade.
4. Gerencie seus pensaamentos como você gerencia suas conversas com os outros: afaste e recuse personalizar ideologias ou opiniões.
5. Gerencie seus pensaamentos como você gerencia suas conversas com os outros: garanta que haverá tempo igual para ouvir e compartilhar pontos de vista.

Os detalhes

1. Lide com os detalhes, senão o diabo o fará.
2. Você tem que prestar atenção aos detalhes porque tudo o que existe é um detalhe.
3. Trocar os detalhes pelo todo é esquecer como se contrói o todo.
4. Trocar os detalhes pelo todo é esquecer o objetivo da existência do todo.
5. Trocar os detalhes pelo todo é esquecer do que é feito o todo.

Preocupação com o comportamento alheio

1. Você se preocupa muito com o comportamento dos outros e como isso te afeta, mas cadê sua preocupação com o seu próprio comportamento e como isso afeta os outros?
2. Você se preocupa muito com o comportamento dos outros e como isso te afeta, mas cadê sua preocupação com o seu próprio comportamento e como isso afeta você?
3. Você se preocupa muito com o pensamento dos outros e como isso te afeta, mas cadê sua preocupação com seus próprios pensamentos e como isso afeta você?
4. Você se preocupa muito com o sentimento dos outros e como isso te afeta, mas cadê sua preocupação com os seus próprios sentimentos e como isso afeta você?
5. Você se preocupa muito com a atitude dos outros e como isso te afeta, mas cadê sua preocupação com suas próprias atitudes e como isso afeta sua disciplina, intenção, objetivos, felicidade, saúde, motivação, relacionamentos, gestão de tempo e assim por diante?

Respeito e consideração

1. As pessoas querem elogios de quem elas não elogiam.
2. As pessoas querem respeito de quem elas não respeitam.
3. As pessoas querem atenção de quem elas não prestam atenção.
4. As pessoas querem elogios, respeito e atenção porque seus egos mortos precisam ser impactados por uma aparência de vida.
5. As pessoas valorizam a importância e o elogio vindos de qualquer fonte, sem perceberem que existe somente uma fonte, e que esta fonte nunca dá essas coisas para o ego.

Orgulho e vergonha

1. Primeiro vem o orgulho, depois a vergonha.
2. Não há vergonha onde não há orgulho.
3. A vergonha tem a ver com a perda do orgulho; portanto, se você não pleitear orgilho não sofrerá de vergonha.
4. Esperar somente o orgulho é não entender a natureza dualista e sinergética do orgulho e da vergonha.
5. Você até pode aprender a ocultar sua vergolha nas trevas, mas enquanto continuar buscando orgulho materialmente ou espiritualmente, você obterá vergonha.

O inimigo

1. Seu inimigo é sua mente fraca.
2. Seu inimigo é sua falta de autodisciplina.
3. Seu inimigo é sua devoção à auto-estima.
4. Seu inimigo é sua preguiça, sua falta de motivação, sua procrastinação.
5. Seu inimigo é não testar os resultados das suas atitudes, crenças, dietas, sentimentos, entretenimentos, hábitos, cuidados pessoais, sistema social, pensamentos e rotinas.

Ouvir e falar

1. O sol e a lua falam? Mesmo assim você os escuta.
2. As estrelas falam? Mesmo assim você as escuta.
3. Talvez haja mais formas de falar para você descobrir.
4. Talvez ouvir seja uma forma de falar.
5. Talvez ser aberto e atencioso sejam formas de falar.

A serviço do ego

1. Você quer ser forte e acaba sendo fraco.
2. Você quer ser inteligente e acaba sendo estúpido.
3. Você quer ser superior e acaba sendo inferior.
4. Você quer estar no comando das coisas e acaba perdendo o controle das coisas.
5. Por que estes opostos acontecem? Porque você quer que as coisas estejam a serviço do ego, e não a serviço de Deus.

Reclamações

1. Qual a fonte das suas reclamações? Será que não é o estado miserável do seu ego?
2. Qual a fonte das suas reclamações? Será que não é o desejo do ego sentir prazer na destruição?
3. Qual a fonte das suas reclamações? Será que não é o desejo de sentir-se superior e evitar sentimentos inferiores?
4. Qual a fonte das suas reclamações? Será que não é o desejo de escapar (ego) se focando nos outros?
5. Qual a fonte das suas reclamações? Será que não é o fato de estar atolado em energias negativas e desejar descarregá-las?

Os outros e você

1. Quem objetifica os outros objetifica a si mesmo.
2. Quem fracassa em aceitar os outros fracassa em aceitar a si mesmo.
3. Quem culpa e condena os outros culpa e condena a si mesmo.
4. Quem frequentemente está irritado com os outros está frequentemente irritado consigo mesmo.
5. Quem não consegue lidar com as ações dos outros não consegue lidar com suas próprias ações.

Aparência de bondade

1. Quem quer parecer bom são aqueles que querem encobrir o mal que fazem.
2. Quem quer agradar os outros são aqueles que querem ser elogiados pelos outros.
3. Quem quer fama e fortuna são aqueles que buscam justificar a si mesmos.
4. Quem busca ser superior são aqueles que encobrem a própria inferioridade que construíram.
5. Quem busca saber, fazer e ser melhor que os outros materialmente ou espiritualmente são aqueles que buscam destruir os outros.

Pensamentos que perturbam

1. Se sua mente estivesse quieta você estaria perturbado?
2. Se seus pensamentos não te perturbassem você estaria perturbado?
3. Seus pensamentos inventam problemas para dominar seu coração, sua alma e sua mente?
4. Seus pensamentos exageram os problemas para dominar seu coração, sua alma e sua mente?
5. Seus pensamentos encontram e preveem problemas para dominar seu coração, sua alma e sua mente?

Conselhos

1. As pessoas que mais precisam de conselhos físicos são as que menos querem.
2. As pessoas que mais precisam de conselhos emocionais são as que menos querem.
3. As pessoas que mais precisam de conselhos espirituais são as que menos querem.
4. As pessoas que mais precisam de conselhos financeiros são as que menos querem.
5. As pessoas que mais precisam de conselhos empresariais e de marketing são as que menos querem.

Aceitação

1. Aceitar é mais do que reconhecimento ou tolerância.
2. Aceitar é conviver com elguma coisa sem desejar mudá-la ("Ora, vejam só, as coisas são o que são").
3. Aceitar não significa perdoar, concordar ou aprovar, mas conviver com as coisas como elas são e não como você quer que elas sejam.
4. Aceitar é a principal habilidade para lidar com as coiass porque, sem aceitação, jamais conseguirá lidar com nada, pouco importa qual método utilize.
5. Aceitar é o primeiro passo para enfrentar problemas porque, sem reconheer plenamente o problema como ele é, sua capacidade de enfrentamento de problemas fracassará, será inefetiva ou se despedaçará no futuro porque você não enfrentou e lidou com todas as variáveis do problema.

O torcedor

1. Quem existe sem o outro, o esporte ou o comentarista?
2. Quem existe sem o outro, o esporte ou o torcedor?
3. Você é um jogador no campo, um torcedor na arquibancada ou um comentarista no estúdio?
4. Sua mente e seus pensamentoes estão jogando no campo da vida, torcendo na arquibancada ou comentando no estúdio?
5. Quando sua vida se tornou um torcedor em vez de um jogador por causa de seu diálogo interior?

Como desumanizar alguém

1. Desumanize uma pessoa rotulando-a e depois ataque os rótulos como se eles fossem essa pessoa.
2. Desumanize uma pessoa criticando-a e depois ataque estes criticismos como se eles fossem essa pessoa.
3. Desumanize uma pessoa classificando-a e depois ataque essas classificações como se elas fossem essa pessoa.
4. Desumanize uma pessoa etiquetando-a e depois ataque essas características como se elas fossem essa pessoa.
5. Desunanize uma pessoa objetificando-a e depois ataque estes objetos mentais como se eles fossem essa pessoa.

Esperar e esperar

1. Esperar até que você sinta o momento certo é esperar por mágicas.
2. Esperar até que você sinta o momento certo é esperar a oportunidade passar.
3. Esperar até que você sinta o momento certo é esperar que os sentimentos mudem, mas os sentimentos não mudam nem se desenvolvem em outros sentimentos.
4. Arriscar é arriscado; portanto, você tem que se permitir sentir medo e coragem ao mesmo tempo.
5. Você não precisa agir do jeito que sente, e você deve rapidamente decidir agir da maneira contrária a que sente quando valer a pena correr o risco dos ganhos potenciais.

O Jogo Psicológico da Culpa, em 5 etapas

1. A consciência ou a cultura te dizem que alguns sentimentos ou pensamentos são maus ou errados e que você tem que tentar controlar ou consertar eles.
2. Você tentar controlar ou consertar os sentimentos e pensamentos maus ou errados.
3. Você fracassa em controlar ou consertar os sentimentos e pensamntos maus ou errados porque ninguém consegue transformar um sentimento ou um pensamento em outro.
4. A consciência ou a cultura te dizem que o fato de você ter fracassado torna as coisas ainda piores, o que de fato aconteceu porque ao tentar controlar ou consertar sentimentos e pensamentos você acaba aumentando-os com tempo, energia e substância.
5. A consciência ou a cultura te dizem que você tem que se sentir culpado ou envergonhado por fracassar em controlar ou consertar sentimentos ou pensamentos.

Vingança e castigo

1. A vida está cheia de sofrimentos então você deveria preocupar-se em eliminar sofrimentos, não acrescentar ainda mais.
2. A pessoa que fala mal de você fala mal de si mesma ainda mais.
3. Você não precisa se vingar daqueles que te fazer mal porque eles buscam castigar a si mesmos.
4. Você não precisa acrescentar mais tormento à vida das pessoas que causam tormentos; elas já fazem isso por si mesmas.
5. Se você acha difícil aguentar uma pessoa desagradável, então tenha compaixão porque ela não conseguem escapar de si mesmas.

Gratidão e felicidade

1. Você consegue ficar bravo com uma pessoa ao mesmo tempo que é grato por ela?
2. Você consegue ficar irritado com a vida ao mesmo tempo que é grato por ela?
3. Você consegue ficar chateado com seu emprego ao mesmo tempo que é grato por ter um emprego?
4. Você consegue ficar desapontado com seu cônjuge ao mesmo tempo que é grato por tê-lo contigo?
5. Você consegue ficar estressado com a situação da sua vida ao mesmo tempo que é grato por ela?

Onde plantar sementes

1. Você não planta sementes nas pedras.
2. Você não planta sementes na areia.
3. Você não planta cementes no cimento ou no ferro.
4. Você não planta sementes nas ruas e estradas.
5. Você planta sementes em solo fértil, ou seja, em pessoas que ainda são capazes de sentir sem pensar.

Mais reclamações

1. O que você não gosta nos outros está dentro de você.
2. O que você reclama é daquilo que vocë é culpado.
3. O que você despreza e zomba está dentro do seu coração.
4. Os argumentos que você cria contra os outros funcionam melhor contra você.
5. O que você acha que precisa ser consertado precisa antes ser consertado em você.

Fonte: Kevin FitzMaurice, Daily Dose of Discernment.