13 de novembro de 2018

Atitude

Uma atitude é uma união ou síntese de pensamentos e sentimentos que direciona comportamentos, reações ou respostas.  Suas atitudes são frequentemente baseadas em uma combinação de alguns de seus mapas mentais e emocionais sobre como as pessoas, lugares e coisas funcionam.  Esses mapas são chamados de "esquemas" na psicoterapia.

Uma atitude nada mais é do que alguns pensamentos e sentimentos combinados sobre alguma memória, alguma experiência.  Sua atitude é como você já pensa e sente antes que algo aconteça.  Sua atitude é a sua maneira de responder à vida, ao que acontece enquanto você espera que algo mais aconteça.  Atitudes são profecias auto-realizáveis.  Você tende a se identificar com suas atitudes.  Os outros tendem a rotular ou categorizar você como suas atitudes.  Todos esses processos funcionam para tornar suas atitudes parte do seu ego.  Esse apego provoca defensividade em relação às suas atitudes.  Atitudes que são difíceis de se render, apesar da esmagadora evidência contra elas, são atitudes com as quais você se identificou.

Atitudes sobre o perigo do ego são irreais, pois o ego é irreal.  O ego e o perigo do ego existem apenas como realidades verbais, como todas as fantasias.  A maioria de seus perigos do ego não são nem mesmo fantasias legítimas, porque na maioria das vezes, quando você imagina que os outros estão pensando em você, eles estão realmente pensando em si mesmos.  Pense nas atitudes como se fossem programas prontos para responder, sem qualquer pausa, para saber como você pensa ou sente. 

Emergências e perigos muitas vezes exigem uma resposta rápida.  Atitudes proporcionam resposta rápida.  O problema é que você desenvolve e mantém muitas atitudes desnecessárias para parecer superior aos outros ou para evitar parecer inferior aos outros.  Na maioria das vezes suas atitudes não são apenas desnecessárias, elas bloqueiam seu funcionamento inteligente.

As 5 partes de uma atitude

Se alguma das cinco partes ou componentes listados abaixo estiver faltando, então ou não é uma atitude ou ainda não é uma atitude.  1) Um memorando de uma experiência generalizada conectada a pelo menos uma experiência de exemplo específica.  2) Um julgamento da experiência específica e generalizada como uma experiência.  3) Um sentimento desse julgamento, por exemplo, ansiedade ou raiva.  4) Um dos cinco possíveis desejos, intenções ou motivos: terminar, prevenir, mudar, continuar ou repetir.  (1) Desejo de acabar com a experiência.  (2) Um desejo de impedir que a experiência aconteça novamente.  (3) Um desejo de controlar ou mudar a experiência agora ou quando acontecer de novo . (4) Um desejo de continuar, estender ou manter a experiência.  (5) Um desejo de encontrar, causar ou de alguma forma repetir a experiência.  Todos os cinco desejos podem causar estresse sobre a experiência.  5) Uma conexão direta entre dois opostos.  Os opostos podem ser falados como “o que é” versus “o que deveria ser”, o começo versus o fim , ou “o que está errado” versus “o que é certo”.

5 Atitudes de enfrentamento

1) Aceitar 2) Pesquisar 3) Preferir 4) Dever de 5) Ter que

Atitude de Aceitar

Aceitar é a atitude de nenhuma escolha, nenhum desejo, nenhuma distinção, nenhuma comparação, nenhuma medida e nenhuma condição. Aceitar pode ser entendido como escolher enfrentar “o que é”, o que significa que não há conflito em você entre “o que é” e “o que deveria ser”. A aceitação final é entregar a Deus.  Aceitar não é aceitável para todas as situações, porque há momentos em que você precisa fazer escolhas, assumir riscos e agir. Aceitar abuso, exploração ou terrorismo não é um objetivo. O dom da aceitação é a serenidade. Serenidade é paz de espírito, é quietude da mente.

"Eu aceito as pessoas se comportando da maneira que elas se comportam. Eu aceito os lugares e as coisas como elas são. Eu saúdo a vida com seus vais e véns".

Atitude de Pesquisar

Pesquisar é a atitude de procurar uma escolha.  Pesquisar significa que nenhuma escolha foi feita, mas que uma escolha ou decisão é desejável. Pesquisar requer que você pense "eu não sei" ou não é uma busca real.  Pesquisar não é aceitar a realidade porque a busca implica estar justamente está procurando uma substituição ou ajuste para a realidade.  A pesquisa não é adequada para todas as situações, porque nem sempre há tempo para pesquisar. Por exemplo, quando há uma emergência ou uma crise real, você precisa de ação, não buscando a resposta correta. Se a busca se tornar um fim em si mesma, então a busca está sendo mal utilizada para as necessidades ou evitações do ego.

"Eu estudo maneiras de me comportar de maneira mais eficaz. Eu procuro maneiras para coisas e lugares melhores. Eu exploro maneiras de interagir melhor".

Atitude de Preferir

Preferir é a atitude de desejar, querer, escolher e gostar de uma coisa sobre outra. Ao preferi você sabe o que você gostaria, então você não é insosso, incerto, perdido ou incapaz de tomar uma decisão.  No entanto, você permanece aberto a outras opções e a não conseguir o que deseja.  Você prefere movê-lo para o seu objetivo, mas aceita o fim mesmo quando não é seu objetivo ideal.

Preferir não é certo para todas as situações, porque o que você preferir pode não ter nada a ver com as opções disponíveis, ou pode não haver opções.

"Eu gostaria de me comportar de maneira diferente. Eu quero lugares e coisas diferentes. Espero que minha vida se torne melhor para mim".

Atitude de dever de ("shoulding")

Deve de é a atitude de saber o que é certo, ter uma decisão clara, fazer uma escolha clara e acreditar que você sabe o que é melhor. O deve de está fazendo uma escolha única, ao contrário de preferir, que está apenas desejando uma escolha sobre outras escolhas menos aceitáveis. Com certeza você está certo, confiante, dirigido e concentrado.  Embora a preferência possa ser dispersa, o foco deve estar bem enfocado.  No entanto isso não vale para todas as situações, porque muitas situações não permitem apenas um método, uma resposta, um plano ou uma maneira de fazer as coisas. O deve de também não vale quando não há escolhas a fazer. Se não há opções, não importa o que você acha que esteja certo, o deve de só vai lhe causar estresse e ansiedade.

"As pessoas devem se comportar de maneira diferente. Lugares e coisas devem ser melhorados. A vida deve ser melhor".

Atitude de ter que ("musting")

Ter que é a atitude oposta de aceitar. Enquanto a atitude de aceitar quer acabar com o estresse, a atitude de ter que quer aumentar o estresse.  Ter que é a atitude de não aceitar desculpas, não permitir variação, não aceitar os defeitos inferiores, não tolerar, ter uma opção e manter um foco incondicional. Ter que nem sempre funciona porque as atribuições, metas e planos podem ser alterados pelas circunstâncias.  O preconceito pode ser supergeneralizado e, assim, levar ao problema de ter uma personalidade perfeccionista ou controladora.  Ter que em excesso pode levar, por exemplo, a uma incapacidade de delegar ou aceitar o progresso paulatino.

"As pessoas devem se comportar de maneira diferente. Lugares e coisas serão alterados. A vida deve ser respeitada mais do que é".

Um novo olhar sobre a motivação

Agora você pode entender a motivação como sendo uma atitude dominante.  Assim, o primeiro passo para se tornar motivado é deixar de aceitar (ausência de experiência).  Você sai da zona de conforto (neutralidade).  O segundo passo é procurar metas e métodos: pesquisar. O terceiro passo é escolher metas e métodos: preferir. O quarto passo é manter um objetivo ou método: deve de. O quinto passo é trabalhar no objetivo ou método: ter que.

9 Atitudes ineficaces

1) Encobrir 2) Culpar 3) Condenar 4) Reclamar 5) Preucupar-se 6) Exigir 7) Perseguir 8) Reformular 9) Substituir

Atitude de Encobrir

Encobrir também é conhecido como supressão, repressão, escuridão e inconsciência. Encobrir é o ato de esconder da consciência o que é ego-distônico, ou seja, o que o ego não queira ver ou admitir por medo da dor do ego que daí resultará. encobrir mantém o estresse e o conflito da consciência.  No entanto, o estresse e o conflito continuam inabaláveis ​​na inconsciência, na escuridão.  Encobrir cria mais estresse e conflito, porque você terá um conflito com alguém que consegue ver o estresse e o conflito que você está negando.  Encobrir é ruim, pois força você a trabalhar a energia -- sua mente não está disposta a encarar -- de maneiras tortuosas. Essas formas distorcidas podem incluir desde atacar os outros ou até atacar o seu próprio corpo.  Seu corpo normalmente "queimará" o estresse no coração ou no estômago.  Encobrir de maneira correta é tanto a habilidade de focar e a capacidade de conter problemas para o momento e local certos.  Encobrir de maneira errada é quando você não está enfrentando seus erros e sua falta de habilidades psicológicas.

Atitude de Culpar

Culpar é o ato de colocar a responsabilidade sobre alguém ou alguma coisa além de você mesmo. Você culpa os outros porque você não quer se condenar por suas falhas.  Culpar cria tensão e conflito porque coloca o controle dos seus sentimentos em pessoas e lugares que você não pode controlar. Culpar deixa você imaturo e impotente. Culpar doa seu poder pessoal a outros que não aceitarão ou não poderão aceitá-lo. Culpar você mantém preso no passado e no problema. A culpa aumenta mais do que resolve problemas e conflitos. Culpar leva e mantém a vitimização.

Atitude de Condenar

Condenar é uma expressão de raiva. A condenação é o ato de condenar a si mesmo ou ao outro como sendo seres humanos ruins. A boa condenação é a negação do que é errado.  A condenação ruim é o mesmo que jogar gasolina em uma casa em chamas.

Atitude de Reclamar

Lamente-se reclamando da sua dor como se você não fosse a pessoa principal responsável pela sua dor. Choramingar é a sua esperança de que, se você se sentir desagradável o bastante, alguém virá e resgatará você. Lamentar é fazer o papel de vítima na esperança de alguém vai socorrer você. As mulheres reclamam para serem consoladas. Os homens reclamam para serem encorajados. Se o consolo não funciona para uma mulher, evite essa mulher o quanto puder. Se o encorajamento não funciona para um homem, evite esse homem o quanto puder.

Atitude de Preocupar-se

Preocupar-se é o pensamento mágico de que a preocupação faz alguma coisa.  Preocupar-se é o pensamento mágico de que a preocupação pode evitar o desastre. Preocupar-se é acreditar no estresse e no conflito, e assim encontrará estresse e conflito em todos os lugares.  A preocupação compartilha o estresse e o conflito com os outros, na tentativa de tornar real o estresse e o conflito. A preocupação correta é ser realista sobre os perigos potenciais. A preocupação errada é imaginar o perigo debaixo de cada cama.

Atitude de Exigir

Exigir é insistir que o seu caminho se torne realidade, independentemente de ser ou não possível ou provável. Exigir é a sua tentativa de forçar o seu caminho, apesar do fato de que você não está no controle da realidade. Exigir é o seu orgulho correndo solto.  O correto é insistir apenas em valores absolutos. A exigência errada é insistir no que você gosta ou deseja.

Atitude de Perseguir

Perseguir é punir a si mesmo ou aos outros.  Perseguir é torturar os outros por não fazer com que você se sinta do jeito que você quer se sentir. Perseguir é atormentar as pessoas por vingança. Perseguir é oprimir os outros porque você não está conseguindo o que quer. Perseguir é aterrorizar os outros para o desarranjo.  A perseguição correta é focada em valores corretos.  A perseguição errada é focada em exigências e desejos errados.

Atitude de Reformular

Reformular é semelhante à atitude de encobrir. A diferença entre as atitudes de encobrir e reformular é que encobrir se faz com a nudez ou a inconsciência e reformular se faz com pensamentos, imagens ou sentimentos.  reformular é uma forma sorrateira de mentir. Reformular é esconder uma realidade com outra.  Reformulações típicas como “Eu quis dizer para ajudar a não machucar”, “Eu só estava brincando”, “Não foi tão ruim,” pode ser entendido como uma forma de resistência à terapia.  Reformular significa esconder a perspectiva errada sob uma perspectiva falsa.

Atitude de Substituir

Substituir é mais uma forma de cobertura, de ocultação.  Substituir cobre não com trevas ou com pensamentos, mas distraindo sua atenção de uma coisa com outra coisa. Você pode substituir um vício por outro. Você pode substituir o trabalho solitário por ansiedade social. Você pode substituir um cônjuge por um dos pais. A correta substituição é redirecionar de improdutivo para produtivo.  A má substituição é negar um problema, concentrando-se em outra coisa.

As 2 principais preocupações dos adultos

As duas principais preocupações dos adultos são: (1) buscar o prazer do ego, uma auto-estima positiva;  (2) evitar a dor do ego, uma auto-estima negativa. Por exemplo, você encobre para evitar acusações que levem à auto-queda. Você culpa os outros para evitar que você seja culpado. Você amaldiçoa os outros para impedir você de ser amaldiçoado. Você choraminga para fazer os outros culparem qualquer outra pessoa que não seja você. Você exige que os outros mudem para que você não seja culpado novamente. Você persegue os outros por te deixarem culpado para que eles não façam isso novamente. Você reformula seus erros para evitar que se julgue. Você substitui qualquer foco em suas falhas com foco nas falhas de outra pessoa.

As culpas, do melhor ao pior

MELHOR: culpe suas regras de escolha.
BOM: culpe suas escolhas.
DESPERDÍCIO: culpe seus comportamentos.
ERRADO: culpe a vida ou a existência.
RUIM: culpar a sociedade ou o governo.
PIOR: culpar pais, parceiros, família, o eu.

O que culpar pelo meu comportamento errado? Posso culpar meu eu? Não. Meu eu não é meus pensamentos, sentimentos ou comportamentos. Posso culpar meu comportamento?  Não. Meu comportamento não define meu eu . Posso culpar meu processo de decisão?  Sim.  Eu não faço nada sem decidir fazê-lo. Embora eu não esteja consciente de muitas das minhas decisões ou de muitos dos meus processos decisórios, isso não significa que eles não estejam operacionais. Meu comportamento não é o processo decisório que me levou a escolher o comportamento errado. Só o meu processo de tomada de decisão é o meu processo de decisão. Conseqüentemente, somente o meu processo de tomada de decisão deve ser responsabilizado e responsabilizado pelo meu comportamento errado. Meu eu e meu comportamento não decidem o que eu faço.  Meus processos decisórios decidem o que eu faço.

Emoções "GADSAP"

O GADSAP, pronunciado gad sap, é um acrônimo para as emoções problemáticas.  As emoções problemáticas são culpa, ansiedade, depressão, vergonha, raiva e orgulho. Essas emoções são problemáticas porque muitas vezes são mal utilizadas para causar discórdia e dor psicológica.

Culpa

A culpa é a sensação de estar condenado no presente. A culpa é útil quando a culpa leva você a mudar de processos de escolha ineficazes ou destrutivos para processos de escolha eficazes ou criativos .  A culpa é dolorosa quando a culpa leva você a condenar e culpar o seu ser ou do outro. A culpa é útil quando focada em regras ou deveres para escolhas, e não quando focada em regras ou deveres para si mesmo. A culpa é um desperdício quando a culpa leva você a culpar e a amaldiçoar o comportamento de alguém ou de outra pessoa. A culpa é mais eficaz quando se concentra na melhoria das atitudes e, especialmente, nas atitudes que controlam as escolhas.

Ansiedade

A ansiedade é a sensação de dano potencial no presente ou no futuro. Ansiedade é medo da dor. Não há ansiedade sem medo da dor. No entanto, o medo não precisa ser baseado na realidade -- pode ser apenas sobre eventos imaginários ou fantasiosos. Existem quatro tipos de ansiedade: (1) ansiedade sobre a dor física;  (2) ansiedade sobre a dor do ego;  (3) ansiedade sobre os outros se machucarem fisicamente;  (4) ansiedade sobre outros se machucarem psicologicamente. As três condições para a ansiedade são: 1) Lembrar-se da dor passada ou da dor futura imaginária.  2) Dúvida sobre sua capacidade de resolver problemas ou lidar com a dor. 3) Crença de que deve haver uma maneira melhor de resolver problemas ou lidar com a dor.  A base para a ansiedade é a necessidade percebida de prevenção da dor.

A primeira pergunta que devemos fazer é: “A dor jamais deve ser experimentada?” Pode ser que a dor seja uma parte natural da vida. Pode ser que a dor seja aleatória ou cíclica.  Pode ser que a dor seja improvável de acontecer novamente.  Pode até ser que a dor seja útil de alguma forma. A segunda pergunta é: “ Você realmente tem que evitar a dor?” Pode ser que você nunca consiga evitar a dor. Pode ser que ninguém consiga evitar a dor. Pode ser que você consiga evitar ou diminuir a dor, mas não impedi-la. 

Você não usa um alarme para resolver problemas. Você usa um alarme para notificá-lo de que há ou poderá haver problemas. Por favor, não atravesse uma rua movimentada sem ansiedade . Por favor, não use equipamentos perigosos sem ansiedade. No entanto, não deixe a ansiedade guiar seu comportamento ou problemas seguramente surgirão. 

A ansiedade é apenas para dizer "o quê".  A ansiedade nunca é para dizer "como".  Ansiedade é um alarme, não um guia.  A ansiedade não deve ser seu ator ou ação. A ansiedade deve ser apenas sua consciência.

Depressão

A depressão é a sensação de estar inescapavelmente condenado no passado, presente e futuro. A depressão é a autodestruição correndo solta. A depressão é a auto-repressão no comando da sua consciência.

A primeira pergunta que devemos fazer é: “Eu realmente tenho que encontrar todas as minhas falhas?” Pode ser que, ao procurar por falhas, você crie falhas. Pode ser que não haja fim para encontrar as falhas humanas porque os seres humanos não são perfeitos em nada. Pode ser que, ao se concentrar em encontrar falhas, você esteja apenas aumentando suas falhas e adicionando essa falha à lista. Pode ser uma tarefa impossível encontrar todas as suas falhas. A segunda pergunta é: "Eu realmente tenho que culpar e me condenar por todos os meus defeitos?" Eu posso descobrir que culpar e condenar é a minha pior falha. Eu posso descobrir que culpar e condenar a mim mesmo como minhas falhas apenas as faz aumentar. Eu posso descobrir que culpar e me condenar me impede de trabalhar no problema real: meus processos de escolha.

Vergonha

Vergonha é a sensação de ser um pária. A culpa é sobre quebrar suas regras, sobre ofender sua consciência. A vergonha é sobre as regras da sociedade, sobre ofender a consciência da sociedade. Vergonha é fazer com que você se sinta mal, então você será bom. Vergonha é fazer com que você se sinta um demônio, então você vai agir como um anjo. Maldizer-se é prazer masoquista.
A diferença entre vergonha e culpa é que a culpa é a sua consciência pessoal falando e a vergonha é a sua consciência social falando. Em outras palavras, a culpa é a consciência de que você quebrou uma das suas regras ou valores, e a vergonha é a consciência de que você quebrou uma das regras ou valores da sociedade. A vergonha é necessária para a socialização. A vergonha é prejudicial quando você se envergonha de sua identidade.

Raiva

A raiva é a sensação de mágoa física ou mental. A raiva é uma maneira de se machucar. Não há raiva sem ferir. No entanto, o problema não precisa ser baseado na realidade - pode ser apenas imaginado.  A dor do ego resulta em raiva, porque a dor é real, embora no que se baseia -- o ego -- seja inteiramente irreal.

Raiva não é ação.  A raiva é um chamado à ação.  A raiva é um grito de guerra, não a batalha.
Dor ou mágoa é apenas uma das condições da raiva. Há duas outras condições que também precisam ser atendidas para você desenvolve a raiva: (1) você deve estar certo de que um dos seus valores ou regras foram quebradas;  (2) você deve acreditar que o seus valores ou regras não deveriam ter sido quebrados. A base para a raiva é a necessidade percebida de acabar com a dor.

A raiva psicológica vem da dor do ego. A dor do ego vem da escolha de aceitar pensamentos negativos, sentimentos ou eventos como sendo seu eu.

Orgulho

O orgulho é a sensação do prazer do ego. O orgulho é pensar que você é de alguma forma superior aos outros. O orgulho é o veneno nos relacionamentos humanos. O orgulho é pensar que você é bom para fazer o bem. O prazer do ego geralmente vem do orgulho de julgar os outros como piores; portanto, você é melhor. Você sente orgulho de pensar que está compensando seus erros punindo-os.  Você sente orgulho de torná-los sua vítima e inferiores.

O orgulho pode ser entendido como dois deveres: (1) Para que eu seja bom, eu e os outros devem ver a mim fazendo o bem ; (2) Para eu ser bom, devo acreditar e ser responsável por qualquer bem que eu faça.  Alguém pode realmente se tornar melhor fazendo o melhor?  Alguém pode realmente se tornar bom fazendo o bem? Você pode jogar beisebol melhor do que outros, mas não pode ser melhor que os outros.

O orgulho de fazer um bom trabalho pode ser a motivação para fazer mais bons trabalhos. O orgulho de si mesmo é acreditar que você é um ser humano superior, apesar do fato de que todos os seres humanos são iguais.

Inconsciência incompreendida

A inconsciência é normal, natural e necessária. A inconsciência é usada para esconder conflitos e imagens negativas do ego. Os graus de inconsciência -- inconsciente, subconsciente, pré-consciênte, consciente -- existem como níveis de negação, escuridão e proteção do ego.  Apenas consciência e inconsciência são necessárias.

Sua mente consciente é serial.  Sua mente inconsciente é paralela.  O que isto significa é que conscientemente você só pode se concentrar em uma coisa de cada vez. Às vezes você se empolga tanto que parece estar se concentrando em mais de uma coisa de cada vez, mas conscientemente isso é realmente impossível. Inconscientemente, sua mente pode trabalhar em paralelo ou em muitas coisas ao mesmo tempo.  Por exemplo, ao aprender a dirigir um automóvel, você está consciente da direção, do freio, do aceleradoro, da localização, entre muitas variáveis. Quando você está aprendendo, você pode conscientemente prestar atenção a apenas uma dessas variáveis ​​de cada vez. 

Isso faz com que a direção pareça impossível. Mas à medida que você aprende cada processo individualmente e atribui as atitudes adequadas para governá-lo, esse processo se torna inconsciente.
Você usa mal sua inconsciência escondendo conflitos e aspectos feios do seu ego nela. Embora seja necessário colocar programas na inconsciência para que eles possam ser executados no piloto automático, usar a inconsciência para ocultar o que você não quer manipular ou o que você deseja negar é usar a inconsciência de maneira errada. Colocar a auto-imagem negativa na inconsciência é o subproduto da auto-estima. Auto-estima é apenas o nome moderno do ego. Como é impossível ter um positivo sem negativo, sempre que você se define como imagens e conceitos positivos, também está se definindo como imagens e conceitos negativos. A fim de manter qualquer auto-imagem positiva, então você deve negar seu oposto, ocultando seu oposto na inconsciência. Da inconsciência, você pode projetar o negativo em um bode expiatório ou inimigo externo.

Quando você está tendo dificuldades em qualquer área, então você precisa reconhecer suas atitudes inconscientes. Você faz isso prestando atenção às suas reações nos relacionamentos relacionados. Você faz isso diminuindo suas reações nos relacionamentos. Você faz isso procurando atitudes antes, durante e depois de reagir.

Você pode estar certo, ou você pode fazer o certo. Enquanto você estiver certo, então você não pode fazer o certo. Por quê? Porque ser o certo transforma o conhecimento em pensamento. E porque o conhecimento pode existir apenas como uma dualidade, para estar certo, você também deve estar errado. Então, conscientemente, você se identifica como certo, e inconscientemente se identifica como se estivesse certo. Para manter essa dualidade, você pode encontrar ou criar um inimigo externo para representar sua inconsciência incerta.  Ou, para manter essa dualidade, você pode encontrar ou criar um inimigo interno para posar como sua inconsciência. Que comecem os jogos!  Você não pode fazer nada. A ação não é uma coisa certa.  Quando você faz bem uma coisa, você não pode fazer o bem. Quando você mata a escolha, perde a escolha. A escolha é uma ação, não uma coisa.  Por isso, as pessoas mais imorais são aquelas que pregam e ensinam a moralidade, pois elas mesmas não podem segui-la.  Eles estão mortos como moralidade.  A moralidade está morta como eles.

Fonte: Kevin FitzMaurice, Attitude Is All You Need, FitzMaurice Publishers, 2a edição, Portland, OR, EUA, 2011. Trechos selecionados.

20 de setembro de 2018

Como lidar com o estresse



Por que encarar o estresse como seu inimigo quando o estresse pode ser seu melhor amigo? Por que lutar contra o estresse quando você pode redirecionar o estresse para trabalhar para você? Por que sofrer de estresse quando você pode ter sucesso com o estresse?

9 aspectos do estresse

É importante lembrar que o estresse só funciona e só existe como um sistema, não como uma coleção de peças.

1. Estresse é espaço

“Espaço" é uma área na mente que está vazia, sem espaço. Todas as experiências de estresse começam com a experiência de espaço.

2. Estresse é energia

Energia é a primeira coisa a se mover para o espaço criado por um desequilíbrio. O estresse é a experiência da energia empurrando e cutucando você em direção a um objetivo. O estresse é a força criativa que traz algo novo para o futuro.

3. Estresse é dualidade

O estresse é dialético, dualista. Linguagem, conhecimento e todas as medições requerem dualidade. Segurança, prevenção e planejamento, tudo isso exige dualidade. Mas a dualidade é apenas uma parte da vida; a dualidade nem é o modo como todas as coisas funcionam, nem é o modo como todas as coisas podem ser entendidas.

2 polaridades do estresse

A primeira polaridade do estresse é o passado (ou o presente) vs. o futuro. A segunda polaridade do estresse é a ausência de algo desejado vs. a presença desse objetivo ou objeto desejado.

4. Estresse é tempo

O estresse sempre tem duas posições opostas ocorrendo no tempo: o negativo, que existe agora, e o positivo, que deve existir no futuro.

5. Estresse é comparação

Comparação requer dualidade. A comparação é baseada no contraste entre opostos. A comparação do estresse sempre envolve o tempo como um fator. A comparação do estresse é sobre algo que deveria estar aqui agora, mas não está aqui agora.

6. Estresse é julgamento

Depois que duas coisas são comparadas, então o julgamento é o que diz se uma coisa é melhor ou pior que a outra. O julgamento fornece ou atribui valor à comparação.

7. Estresse é desequilíbrio

Um desequilíbrio ocorre quando duas coisas desiguais são justapostas. A consciência do desequilíbrio só é possível se houver espaço entre os dois itens que são comparados e considerados desiguais. O desequilíbrio requer dualidade. O desequilíbrio requer o conceito “tempo” para estar ciente do efeito do desequilíbrio. O desequilíbrio requer comparação para medir o grau do desequilíbrio. O desequilíbrio requer julgamento para avaliar e interpretar o desequilíbrio como sendo certo ou errado.

8. Estresse é objetivo

O estresse sempre tem um objetivo, tem um objetivo a ser cumprido.

9. Estresse é motivação

O estresse é a experiência de um vácuo, e “a natureza abomina o vácuo", assim que a natureza trabalha para preencher esse vácuo. O estresse é motivação, porque o estresse exige resposta e ação.
 
O estresse pode ser positivo

O estresse positivo é a experiência de algo se tornar o que deveria se tornar. O estresse positivo é progresso. Constatar que as paredes da casa estão subindo é experimentar estresse positivo. O estresse positivo envolve a interpretação positiva de resultados. O estresse torna algo manifesto.

O estresse pode ser negativo

Ter estresse negativo é tentar trabalhar. Para ter estresse negativo basta trabalhar sem progresso. O estresse negativo tenta tirar seu carro do atoleiro sem qualquer sucesso. O estresse negativo vai fazer com que você continue tentando realizar algo para o qual você é incapaz. O estresse negativo pode causar frustração e decepção, fazendo você trabalhar em algo impraticável. O estresse negativo não sabe o que é possível ou impossível. A energia do estresse negativo pode afetar seu corpo, seus relacionamentos, ou mesmo resultar em um vício quando sua mente se cansa de tentar resolver o insolúvel.

O perfeccionismo é positivo e negativo

O perfeccionismo é um estresse positivo quando consegue realizar o trabalho. Quando o perfeccionismo não alcança progresso ou realização, tal negação resulta na experiência de estresse negativo, mesmo se algum progresso ou trabalho positivo tenha sido realizado.

4 passos para o perfeccionismo perfeito

1. Use o perfeccionismo para encontrar ou imaginar o ideal mais elevado possível. 2. Esforce-se para encontrar esse ideal com todos os recursos que você puder reunir. 3. Não permita que o perfeccionismo interprete os resultados do seu trabalho, porque o perfeccionismo sempre concluirá que os resultados são insatisfatórios. 4. Aceite os resultados do seu esforço, lembrando-se que não existem ferramentas ou materiais perfeitos; portanto, não existem resultados perfeitos.

Não pense: "Eu fiz o meu melhor"; em vez disso, pense: "eu procurei e serví o mais alto”. Seus resultados serão sempre mais do que aceitáveis ​​quando você procurar e sirvir aos mais altos ideais que você puer encontrar. No entanto, seus resultados nunca alcançarão esses resultados ideais. Em suma, "Mire as estrelas, mas fique feliz quando pousar na lua”.

O estresse é inescapável

Correr, evitar e fugir do estresse são formas de estresse. O único lugar onde não há estresse é no túmulo.

Dilema do estresse

O dilema do estresse é que não podemos viver sem estresse, mas o estresse também pode nos matar.

Equilíbrio e Estresse

É uma lei da natureza que todo e qualquer desequilíbrio liberará energia, que será de uma maneira ou de outra trabalhada ou exercida. Se a energia de um desequilíbrio não for dirigida e exercida sobre o alvo ou meta de seu desejo, então a energia será redirecionada a um alvo ou objetivo que você pode não querer. Úlceras e hipertensão são duas maneiras comuns que o corpo encontra para queimar a energia do estresse que você não estã consumindo no objetivo almejado.
 
3 tipos de estresse

1. O movimento para frente

O movimento para algum objetivo, tarefa ou sonho está caminhando para frente. Este movimento para frente é experimentado como estresse positivo.

2. Movimento está engessado

O movimento para algum objetivo, tarefa ou sonho está preso ou engessado. Este movimento engessado é experimentado como estresse autodestrutivo.

3. O movimento para trás

O movimento para algum objetivo, tarefa ou sonho está caminhando para trás. Este movimento para trás é experimentado como estresse negativo.

Crenças Positivas para o Stress Positivo

Crenças positivas sobre o estresse sobre a vida 1. Não posso controlar a vida ou as causas da vida. 2. Eu só posso controlar minhas respostas às causas da vida. 3. Eu controlarei minhas respostas para uma vida melhor.

Crenças de Estresse Positivas sobre os outros 1. Não consigo controlar os outros. 2. Eu só posso controlar minhas respostas aos outros. 3. Eu controlarei minhas respostas aos outros para melhor.

Crenças de Estresse Positivas sobre o eu 1. Eu causo estresse por minhas atitudes, escolhas e comportamentos. 2. Eu controlarei minhas atitudes, escolhas e comportamentos para ter um estresse mais positivo e menos negativo. 3. Eu escolherei intenções, expectativas e interpretações que causem estresse positivo ou aliviam o estresse negativo.
 
Solução 1 para o Estresse: Escolhas de Trabalho

1. Escolha o trabalho produtivo

Escolha fazer tarefas que tenham resultados positivos. Use seu tempo para se concentrar no que obtém resultados. Concentre-se nos princípios mais elevados que puder, porque eles guiam o melhor progresso.

2. Evite o trabalho improdutivo

Evite deixar um projeto se tornar político ou envolvido em uma luta de poder pelo controle sobre o resultado ou quem recebe o crédito. Não permita que procedimentos burocráticos parem o trabalho. Não deixe o microgerenciamento dominar o trabalho.

3. Não procrastinar ou evitar o trabalho

Não procrastine, escape ou evite o trabalho, porque essas ações causam estresse autodestrutivo. O estresse autodestrutivo é o estresse vivenciado tanto de forma negativa quanto pessoal. Quando surge o estresse autodestrutivo, você não apenas acredita que o estresse é contra seus objetivos, como também acredita fortemente que o estresse está contra você. Sentimentos extremos de estresse autodestrutivo podem levar à paranóia, à projeção de um inimigo externo em alguém ou a alguma coisa, e a teorias da conspiração sobre alianças e forças inexistentes.

Evite distrações. Crie um ambiente de trabalho calmo, sem perturbações. Divida os projetos em partes, e em partes gerenciáveis ​​que não sobrecarreguem você. Aceite erros como parte do caminho para o progresso. Concentre-se no resultado positivo do trabalho, em vez do esforço negativo do trabalho.

4. Evite o trabalho contraproducente

Faça o trabalho que pode ser feito agora. Trabalhe na parte do projeto que você, neste momento, está motivado para trabalhar. Mantenha as pessoas afastadas que possam interferir ou desencorajar o trabalho. Trabalhe quando tiver energia e estiver interessado. Trabalhe quando estiver motivado e positivo. Faça pausas e volte ao trabalho com o coração e a mente abertos. Se o seu trabalho não está progredindo como deveria, então pergunte a si mesmo se você está cuidando de si e da sua família como deveria.

Solução 2 para o Estresse: Escolhas de Atitudes

Atitudes criam estresse

1. Pensar “sempre fazemos pelo menos algum progresso” causará estresse positivo.

2. Pensar “isso nunca parece chegar a lugar algum” causará estresse autodestrutivo.

3. Pensar: “estamos sempre atrasados” causará estresse negativo.

Percepção = realidade

Para os seres humanos, sua percepção é sua realidade. Isso ocorre porque os seres humanos são subjetivos, e não robôs objetivos, sem condicionamento, intenções, expectativas e interpretações. Aceite a natureza subjetiva da percepção humana e opte por fazê-la funcionar para você. A comida bem empratada tem um gosto melhor? "Sim e não". "Não" na mentalidade objetiva do computador. "Sim" em respostas humanas subjetivas.

3 atitudes de estresse são semelhantes

As três atitudes de estresse a se enfocar são:

1. Demandas realistas = estresse positivo

As demandas positivas são baseadas em "deve ser". Algo ou alguém é visto como tendo que ser de certa maneira. A mensagem das exigências positivas e realistas é procurar controlar apenas o que você pode controlar. Por que “deve ser” muitas vezes é uma solução? Posso controlar a vida? Não, mas posso influenciar positivamente e afetar a vida. Se o seu "deve ser" está tentando controlar o que você pode controlar, então o seu "deve ser" será capaz de completar ou fazer progressos no seu destino desejado ou objetivo.

2. Demandas não realistas = estresse negativo

Um mau administrador muitas vezes recorre a exigências positivas e não realistas. A mensagem de demandas positivas e não-realistas é não tentar controlar o que você não pode controlar. Isso fará com que o estresse negativo se acumule no alvo ou na meta, para que você se mova para outro alvo ou objetivo, para encontrar um novo lar para esse alvo, para essa energia.

3. Demandas negativas = estresse negativo

Exigências negativas são comandos de que algo não deve existir ou não acontecer. Exigências negativas são freqüentemente comandos de que algo deve ser desfeito. Demandas negativas são freqüentemente comandos de que a realidade deve ser invertida ou reescrita. Algo ou alguém é visto como não sendo do jeito que supostamente deveria ser; portanto, que algo ou alguém não deve ser do jeito que eles são. Racionalmente, todos nós sabemos que o passado não pode ser desfeito. No entanto, ainda tendemos a exigir que o passado se adapte ao modo como pensamos que o passado deveria ser. Racionalmente, todos nós sabemos que alguém que fez algo realmente fez aquilo. No entanto, ainda tendemos a exigir que ele ou ela não tivesse feito isso no passado. Racionalmente, todos nós sabemos que o que fizemos foi o que fizemos. No entanto, ainda tendemos a exigir que tenhamos feito de forma diferente da que fizemos. Os objetivos do tipo "não devem" são impossíveis. 1. Você não pode mudar "o que é" em "o que não é". 2. Você não pode mudar "o que era" em "o que não era". 3. Você não pode mudar "o que será" em "o que não será". 4. Você não pode fazer os fatos desaparecerem ou magicamente mudarem só porque você não gosta deles.
 
Solução 3 para o Estresse: Corrija-o Aceite-o

Concentre-se em saber quando escolher resolver problemas e quando escolher lidar com os problemas.

2 opções produtivas

A resolução de problemas aumenta e promove o estresse positivo e a realização de metas. Lidar com o problema diminui e previne o estresse negativo ao mesmo tempo em que suspende a solução de problemas. A estratégia geral que este livro recomenda é resolver primeiro o problema e depois decidir se a resolução de problemas está bloqueada ou é impossível.

Corrigir ou aceitar

Escolha se concentrar no trabalho para melhorar as coisas ou opte por se concentrar na aceitação dos problemas para conviver melhor com eles.

1. Resolva o problema procurando e encontrando informações, conselhos, apoio e ajuda, mas não culpando ou condenando. 2. Lide com isso aceitando, focando em outra coisa, orando e confiando no apoio social, mas não choramingando.

4 coisas que eu posso mudar

1. Minha atitude em relação à vida, aos outros e a mim mesmo. 2. Como eu respondo à vida, aos outros, às provações e às tribulações. 3. Como escolho gastar meu tempo e energia. 4. Como eu resolvo problemas e luto com minhas limitações.

4 coisas que eu não posso mudar

1. A maneira como a vida é agora. 2. A maneira como os outros são agora. 3. O que eu fiz ou não fiz. 4. Minhas limitações reais ou atuais.

2 opções saudáveis

Faça cartazes, pinturas, anotações, mensagens, gravações de áudio – o que funcionar melhor para você - e escreva a seguinte mensagem em sua casa, na escola, no trabalho e no carro. Corrija-o ou aceite-o.

Solução 4 para o Estresse: os 3Rs

Eles formam a base de um sistema completo de auto-ajuda, conforme descrito no livro Garden.

Solução 5 para o Estresse: eu posso vs. eu vou

Concentre-se na escolha correta para evitar falhar no controle, o que produz estresse negativo.

Se você quiser evitar o estresse negativo, evite tentar controlar o que não vai ou não pode controlar. Se você quiser ter estresse positivo, concentre-se em controlar o que pode e vai controlar.

3 tipos de demandas de estresse

1. Eu devo, posso e vou.

Exigir trabalhos quando você ou outros podem e cumprirão a demanda.

2. Eu devo, mas não posso.

Exigir resultados negativos quando você ou outras pessoas não podem cumprir a demanda. Livre-se de suas demandas e comandos para si e para os outros quando essas exigências não puderem ser realizadas.

3. Eu devo, mas não vou.

Exigir resultados negativos quando você ou outros podem, mas não cumprirão a demanda.

Espere até que a motivação ou intenção de cumprir a demanda esteja pronta para acompanhar a demanda. É melhor descobrir por que os funcionários não estão seguindo os procedimentos de segurança para só então fazer mais exigências para que os procedimentos sejam seguidos.
 
Solução 6 para o Estesse: FAM

A REBT encoraja as pessoas a terem a Auto-Aceitação Incondicional (USA), a Aceitação Incondicional dos Outros (UOA) e a Aceitação de Vida Incondicional (ULA).

Desenvolver o FAM: Frustração como motivação

A maioria dos pensamentos sugeridos abaixo são pensamentos que você pode escolher durante as provações, tribulações e dificuldades. Esses pensamentos ajudarão você a desenvolver um relacionamento vitorioso com a frustração.

Ficarei grato por esses desafios porque eles me farão mais forte.

Desenvolverei novas práticas eficazes durante essas batalhas.

Honrarei o trabalho como sendo um privilégio, não importa quão difícil ou tortuoso seja o trabalho.

Vou encarar o aprendizado como algo que me prepara para trabalhos maiores e mais interessantes.

Vou encarar minhas lutas como oportunidades.

Solução 7 para o Estresse: estresse sobre objetivos

A dialética do estresse

O estresse é principalmente uma dialética entre o certo e o errado ou entre o positivo e o negativo. Portanto, evite tomar a parte fraca do estresse como se fosse um direito seu porque, então, a parte “forte”(o objetivo) do estresse lhe escapará.

Você pode cobrir uma meta que é negativa com pensamentos positivos e afirmar que é positiva quando é realmente negativa. Por exemplo, os terroristas fazem isso alegando que matar mulheres e crianças inocentes serve a Deus.

Vire o estresse do avesso

Use o estresse da sua dor e sofrimento para se concentrar em objetivos positivos. Use o estresse de sua raiva para trabalhar para corrigir os erros. Use o estresse da sua ansiedade para ajudar a tornar o mundo mais seguro para as crianças. Use o estresse da sua depressão para ajudar os outros a encontrarem sentido na vida. Use o estresse de sua dor para ajudar os outros a valorizar as coisas importantes da vida.

Lidar com o estresse

Se você não for redirecionar, refocar ou tornar seu estresse, deixe-o em paz, deixe-o a sós ou se entregue. Muita gente busca uma vida livre de estresse. Não existe vida sem estresse, mas apenas morte sem estresse.

A tendência humana para o negativo

A natureza humana, bem como todas as coisas, tem tendência para o negativo. Em outras palavras, todas as coisas tendem à desorganização, decadência, morte e destruição. É preciso um sistema externo para orientar qualquer coisa para a organização e para a vida. Portanto, você deve estar vigilante sobre sua tendência ao negativo. Quando o seu estresse quiser preguiça, procrastinação, medo, escapismo, comer em excesso, ou algum outro fim negativo, então aceite que existe uma necessidade, mas também aceite e insista que a necessidade pode ser satisfeita por meio de objetivos melhores. Conceda a si mesmo o maior tempo possível com a companhia de pensadores positivos e buscando informações positivas por meio de livros, música, meditação, oração e por outros meios.

O estresse estrutura o tempo

As pessoas querem ser mantidas estimuladas ou ocupadas para que possam evitar enfrentar o estresse. As pessoas gostam da TV porque a TV as ocupa para não precisarem ocupar-se do estresse. As pessoas gostam de esportes e de notícias porque podem ser usadas para distrair as pessoas do estresse. As pessoas preferem o drama sem sentido e o conflito em lugar do silêncio e da serenidade porque o silêncio leva as pessoas face a face com o estresse.

Sofra bem

Há apenas uma coisa que eu temo: não ser digno dos meus sofrimentos. Fyodor Mikhailovich Dostoyevsky.


Fonte: Kevin FitzMaurice, Stress for Success, FitzMaurice Publishers, 2a edição, Portland, OR, EUA, 2013. Trechos selecionados.

30 de julho de 2018

Cuide do seu jardim

O método 3R é equivalente ao que seriam as ferramentas de jardinagem para se cuidar de um jardim. O jardim é a sua mente. O objetivo, portanto, é cuidar das plantas que há em seu jardim e arrancar as ervas daninhas.

O 3R vem das palavras Recognize, Remove e Replace. Você reconhece as plantas como sendo plantas e as ervas daninhas como sendo ervas daninhas. Depois você remove as ervas daninhas. Por fim você substitui as ervas daninhas arrancadas por plantas. Todos os dias você escolhe as ferramentas que vai usar para cuidar do seu jardim e deixá-lo arrumado.

1R. Reconhecer

O primeiro passo é sepre reconhecer, identificar. Nâo há muito o que possa fazer se você não reconhece antes o problema.

Um dos métodos para reconhecer as ervas daninhas é o WWBADD. Vejamos:

Whining [choramingar/lamuriar/queixar-se/lamentar-se]: reclamar, fugir do eu focando-se nos erros dos outros.

Worrying [preocupar-se, afligir-se]: ansiedade, angústia, suar frio, desespero, evitar a vida focando no perigo.

Blaming [culpar]: irresponsabilidade, caça às bruxas, acusar, apontar o dedo, vitimização, irresponsabilidade emocional, evitar crescer focando-se nos erros dos outros.

Attaching [vincular, apegar-se, juntar, amarrar]: identificar-se com o outro e não com o eu, identidades do ego, apegos do ego, buscar segurança nas aparências, buscar segurança em rótulos e títulos, escapar do eu se refugiando no ego.

Demanding [exigir]: supercontrolar, "tem que", codepender, manipulação, escapar do eu fazendo drama.

Damning [condenar]: demonizar, condenar, denunciar, castigar, saber mais do que o outro, desumanizar, escapar do eu inferiorizando os outros.

2R. Remover

Remover é o segundo dos 3R e é aquele que se deve exercer com mais vigor. Se você tentar remover as ervas daninhas com pensamentos não-emotivos então seus resultados serão medíocres. Remover é a prática de arrancar as ervas daninhas do seu jardim.

É comum que você tenha de remover uma erva daninha várias vezes antes que ela realmente saia do seu jardim. Mesmo assim a erva poderá retornar a seu jardim a qualquer momento. E por quê? Porque uma vez que você esteja ciente de uma erva ela ficará gavada na sua mente para sempre. O stress pode trazer o melhor ou pior de você. Se o stress lhe trouxer o pior então todas as velhas ervas daninhas vão querer voltar para o jardim. Escolha o stress para fortalecê-lo ou enfraquecê-lo. A escolha é sua, não as circustâncias.

Remover uma erva daninha é negá-la tempo e espaço em seu jardim.

Um dos métodos para remover as ervas danilhas é o método 3P. Vejamos:

Remova o pensamento autodestrutivo vislumbrando-o como nocivo.

Preço. Quanto me custa pensar desse jeito? A quem sacrifico, e vale a pena? Me desencoraja? Me traz o que tenho de melhor ou pior? Pensar assim me faz lamuriar, culpar, apegar-me, exigir, condenar e procrastinar?

Produto. Como meu pensamento me faz sentir? Animado ou irritado? Como me faz agir? Com aceitação ou com punição? Me ajuda a resolver ou lidar com o problema?

Proteção. Pensar dessa forma me dá uma desculpa para escapar, evitar, vingar, fazer drama, buscar poder, controle, manipulação, chantagem emocional, querer a simpatia alheia, obter orgulho, ser resgatado, preguiçoso, exigente, sumir ou dar falso testemunho?

3R. Replace

A substituição [replacement] é a parte mais desprezada nas terapias e aconselhamentos. Porém, é crucial para preencher o vazio que fica depois que um problema ou erva daninha se vá. é muito comum que um problema resolvido retorne travestido, disfarçado. É realmente muito comum que um problema tenha sido superado apenas para ser substituído por outro pior.

Neste ponto é interessante consultar o método de substituição de ervas daninhas fornecido pela terapia TREC [REBT], que fornece as crenças racionais [rB] que substituirão as crenças irracionais [iB].

Além disso, é necessário que você entenda o que é o desapego. Desapegar-se não significa pensamento frio e calculista. Ao contrário, desapegar-se é o pensamento emocional que entende que o apego nega a liberdade de sentir e experienciar espontaneamente.

Se você se apega a uma pessoa, lugar ou coisa, então sua vida estará limitada por isso. O apego faz você mentir e negar a realidade. O apego requer cobertura, maquinações, trevas, para manter suas ilusões e engodos. Muitas tradições espirituais enfatizam o desapego como meio de libertação.

Eu persistentemente repito em minha mente que...

a falha não faz de mim um fracassado.

o que é difícil não me fere nem me mata.

sou um ser, não um devir.

sou um ser, não um fazer.

sou um ser, não um sentimento.

sou um ser, não um parecer-alguma-coisa.

sou um ser, não um pensar.

sou um ser, não um pensamento ou uma coisa.

sou um ser, não uma ação.

sou um ser, não opiniões.

sou um ser, não cargos, tarefas, máscaras ou performances.

não sou meus bons ou maus comportamentos porque eu sou aquele que os faz.

não sou meus bons ou maus pensamentos porque eu sou aquele que os pensa.

não sou minhas boas ou más experiências porque eu sou aquele que as experiencia.

não sou minhas boas ou más memórias porque eu sou aquele que as têm.

não sou minhas bons ou maus erros porque eu sou aquele que os cometeu.

estou bem sem tentar transformar-me em outra coisa.

estou a salvo mesmo que meu corpo esteja em risco.

sou o ator, não as ações.

sou o escolhedor, não a escolha.

sou o recipiente, não o conteúdo.

sou o experienciador, não o experienciado.

eu jamais perderei meu status de ser humano.

eu me recuso a ter opiniões negativas sobre o eu.

eu vou corrigir meu comportamento, não o meu eu.

eu vou criticar os pensamentos, não as pessoas.

ninguém jamais poderá causar dano a meu eu.

somente meu ego é uma impostura, não meu eu.

falhar ao desempenhar um papel não é uma falha do eu.

as coisas estão mortas, mas eu estou vivo; portanto, não sou uma coisa.

tentar se transformar em alguma coisa é tentar morrer como essa coisa.

* * *

Exemplo e influência. O que você pode fazer para ajudar os outros? Ajude a si mesmo. Sim, seu exemplo é o melhor presente que você pode dar. Ao modelar, em vez de pregar, você ajudará mais. Tudo o que você tem é exemplo e influência. Use ambos. Cite especialistas se possível. Fale sobre o que você está fazendo e que está dando certo. Deixe-os ver que você está indo bem. Faça com que a coisa toda seja sobre você, não sobre eles. Pratique o que você prega. Faça o certo. Lidere pelo exemplo. Compartilhe lutas e vitórias. Sacrifique-se pelo que é certo. Vou repetir: a coisa toda é sobre você.

* * *

Parte do processo de crescimento é expulsar seus pais e professores do seu jardim. Parte do processo de crescimento é examinar seu jardim para verificar se as plantas que ali estão você realmente as teria escolhido.

Tentar cuidar dos outros, ou seja, cuidar da mente dos outros, é o mesmo que tentar lhes dizer como pensar. Por acaso você gosta que as outras pessoas digam como você deve pensar?

Não é melhor conduzir as pessoas a uma nova mentalidade com exemplos e influência ao invés de palavras?

* * *

Os seres humanos têm basicamente duas escolhas: (1) viver dentro de princípios e (2) viver por desejos primitivos.

Os seres humanos e todas as coisas precisam de orientação externa. Cuidando de seus jardins, os seres humanos transformam a orientação externa em orientação interna. Os seres humanos precisam ser governados por algo superior, senão acabam se afundando. As evidências em favor dessa ideia estão por toda parte e em todas as coisas.

Controle vs. liberdade é o velho (e errado) entendimento a esse respeito. O problema não é ter muito de um e pouco do outro; na verdade, o problema está em ambos, controle e liberdade. Controle e liberdade não funcionam, seja isoladamente, seja em conjunto.

A liberdade não funciona na natureza humana. Vários experimentos com liberdade foram tentados no passado e todos mostraram que precisamos de orientação. Um exemplo assustador foram as ações das pessoas depois da Revolução Francesa. Um exemplo mais recente seria os anos 1960. A liberdade também foi tentada nas artes e os resultados foram desastrosos.

O controle não funciona na natureza humana. Inúmeras formas de filosofias, psicologias, práticas, governos e religiões falharam ao controlar a natureza humana.

A solução é a submissão [under]. Submissão é o conceito de rendição absoluta. Rendição extrema, forte ou branda não resolve. Todas falham porque são condicionais, porque abrem a possibilidade de você se rebelar ou desistir. Condicional significa parcial.

O único sucesso possível vem do incondicional. Viver sob princípios significa viver por eles, e não apenas para pregá-los ou declamá-los.

Devir, aprender ou tentar jamais farão com que você viva em submissão [under]. Todo e qualquer método de transformação da natureza humana é falho. A natureza humana não pode ser tansformada sem que seja morta e transformada em outra coisa.

É impossível que da lama pouco a pouco consigamos ouro. A alquimia sempre falha. Nenhuma prática, por mais intensa que seja, transformará luxúria em amor. Não há estudo no mundo que transforme ganância em caridade. Não há disciplina no mundo que transforme narcisismo em compaixão. Nenhuma prática do mundo transformará a raiva em alegria. Ou você está em submissão ou não estã. Renda-se agora ou nunca.

O único progresso que existe é fazer menos o mal e mais o bem. Não há progresso em o mal se transformar em bem. Elefantes não vão se transformar em formigas, mesmo com todo o tempo do mundo.

Sim, faça menos mal e mais bem, e chame isso de progresso se você quiser. Não, não diga que sua ganância está ficando menos gananciosa. Se você está agindo gananciosamente com menos frequência, ótimo. Mas isso não é a ganância se transformando em caridade. Isso é parar, não progredir. Você chama isso de progresso, mas não é exatamente progresso. Parar com mais frequência não é realmente mais progresso, mas apenas mais paradas. Fazer mais o bem e menos o mal é escolha, não disciplina, nem controle, nem mudança.

O melhor dos seres humanos vem da submissão, não de fazer o que querem. A natureza humana não pode ser livre assim como um bote não vai chegar ao destino simplesmente largando ele na água. O bote precisa de um leme. Os seres humanos precisam de um leme. O leme não é condicional; ele dá uma direção.

A liberdade do controle é necessária. Mas a liberdade de uma natureza humana sem direção também é necessária. A absoluta submissão aos valores é a única e verdadeira liberdade para a natureza humana. A liberdade vem depois da submissão, não antes. O rio é livre porque ele segue as margens. O monge é livre dentro da ordem do mosteiro. O grande poeta é livre dentro das formas poéticas.

Pare de devir, para de se transformar, e escolha mudar para a submissão [under]. Escolha é a resposta, não mudança. Escolha viver por seus ideais, e deixe que os outros sigam os estímulos cegos de seus corpos e egos.

Fonte: Kevin FitzMaurice, Garden Your Mind, FitzMaurice Publishers, Portland, OR, EUA, 2010. Trechos selecionados.

29 de julho de 2018

O direito de estar errado

-- Ora, não importa o quanto a pessoa esteja errada, todo ser humano tem o direito de estar errado -- e você não está lhe dando este direito.

-- Mas por que todo ser humano tem o direito de estar errado?

-- Simplesmente porque ele é humano; e pelo fato de ser humano ele é falível e propenso a erros. Se o seu chefe, por exemplo, está errado, então seus erros obviamente resultam de alguma combinação entre sua estupidez, ignorância e transtornos emocionais; e ele, como ser humano falível que é, tem todo o direito de ser estúpido, ignorante ou emocionalmente transtornado -- por mais que talvez fosse muito melhor que ele não fosse assim. Você está lhe negando o direito de ser humano e, pior, está esperando que ele -- note como isso é bobo, admita! -- se comporte de maneira super-humana ou angélica. Não importa se seu chefe esteja certo ou errado, guardar rancor por ele estar, na sua opinião, errado dificilmente vai fazer ele agir corretamente, não acha? E o seu ressentimento, sem sombra de dúvida, não vai te ajudar ou fazer você se sentir melhor. Então para que serve o seu ressentimento? Em outras palavras, a postura do ressentimento não faz sentido. Além disso, não faz sentido tornar a coisa ainda mais penosa e fastidiosa ao continuamente reproduzir a si mesmo a ideia de como a coisa toda é horrível.

Fonte: Albert Ellis, Reason and Emotion in Psychotherapy, Birch Lane Press, Nova York, NY, EUA, 1994. p. 162-163.

28 de julho de 2018

O segredo da maturidade


Maturidade é responsabilidade. Maturidade é você se considerar responsável antes de considerar os outros como responsáveis. Maturidade é procurar suas falhas antes de apontar as falhas das pessoas, lugares ou coisas como causa dos seus problemas. Maturidade é o ato de assumir a responsabiidade pessoal por todos os aspectos da sua vida.

A maturidade se demonstra respondendo racionalmente a eventos irracionais. A maturidade se demonstra através de uma postura equânime frente a certas adversidades.

O maior grau de maturidade é aquele em que você procura as escolhas interiores que determinaram seu destino exterior. Você não culpa nem mesmo o acaso, muito menos os outros. Ao invés disso, você examina suas intenções, sentimentos e pensamentos a fim de entender as escolhas que fez para servir a tal resultado. Este nível de maturidade requer um grau de consciência interior que é tão incomum quanto sábio.

O maior segredo da maturidade é que a maturidade depende completamente da responsabilidade emocional. Responsabilidade emocional é a percepção e a prática do princípio de que somente você pode decidir, e decide, como vai se sentir. Como a pessoa emocionalmente imatura acredita que são os eventos, os outros e a vida que causam seus sentimentos, então ela precisa tentar controlar ou mudar os eventos, os outros e a a vida para controlar como ela se sente. Como as pessoas fracassam ao tentar controlar os eventos, os outros e a vida, elas se frustram, se ferem e se irritam.

* * *

As 7 razões para a responsabilidade emocional

1. Você decide o que identificar como eu (pense "isto sou eu") e a que manter sua identidade desapegada. Deixar uma coisa fora da sua identidade deixa essa coisa fraca, desapegada.

2. Você decide o que experimentar com seu coração e a que manter-se emocionalmente desapegado com seu coração. Deixar uma coisa fora do seu coração deixa essa coisa fraca, desapegada.

3. Você decide a que prestar atenção, o que lembrar e sobre o que pensar -- ou o que deixar naturalmente pssar através de sua mente.

4. Você decide o que tentar controlar ou mudar e o que aceitar tal como é. O que quer que tente controlar ou mudar irá afetá-lo emocionalmente.

5. Você decide o que considerar importante ou desimportante. O que quer que encare como importe irá afetá-lo emocionalmente.

6. Você é responsável por seu coração, alma, mente, identidade, atenção, consciência ou memória. Qualquer um desses pode afetá-lo emocionalmente.

7. A ciência ensina que é a proximidade, frequência, intensidade e duração dos sinais que determinam o impacto ou força dos sinais experimentados. Portanto, os sinais na sua mente podem afetar, e afetam, você mais do que seus sinais corporais ou ambientais podem afetá-lo.

* * *

Uso e abuso

Infelizmente, o conceito de responsabilidade emocional é abusado por algumas pessoas no sentido de escusar suas ações e evitar tomar a responsabilidade pelos imapctos de suas ações. É verdade que você nunca será responsável pelos sentimentos dos outros, mas também é verdade você sempre será responsável pelo que transmite, comunica ou faz para afetar os outros.

Sim, é verdade que os outros são livres para reagir àquilo que você comunica. Mas será que isso significa que você deve intencionalmente tornar a reação das pessoas mais difícil e desafiadora?

O verdadeiro problema com a responsabilidade emocional é que ele acaba com nosso jogo favorito: o Jogo da Culpa [Blame Game]. Nós jogamos o Jogo da Culpa ao odiar, perseguir ou culpar os outros por nossos sentimentos, ao mesmo tempo em que reagimos a nossos sentimentos com uma postura de vítima, de desamparo, de impotência. Uma opção é jogar o Jogo da Culpa com nossa consciência, corpo, lugares, coisas, eventos ou até mesmo com Deus.

No passado, a única solução ou escapatória ao Jogo da Culpa era jogar ou encontrar alguém (dependência) ou alguma coisa (vício) para jogar o jogo do pára-choque -- alguém que brinque de consertar, ajudar ou resgatar a nós ou a nossos sentimentos.

O segredo da maturidade é que ela não vem com a idade, mas vem de assumir 100% da responsabilidade por nossos pensamentos, sentimentos, ações e experiências, e assumir 0% da responsabilidade pelos pensamentos, sentimentos, ações e experiências dos outros.

É interessante observar como as pessoas atribuem as causas das ações das pessoas. Tendemos a pensar que as más ações dos outros se devem a causas internas e nossas próprias ações a causas externas. Por exemplo, muitos pensam "tem alguma coisa muito errada com esse Fulano para ele agir desse jeito", mas ao mesmo tempo pensamos "eu agi de maneira estúpida hoje porque tive um dia muito estressante".

* * *

Você consegue conviver em paz com os outros ao mesmo tempo que se mantém fiel a seus próprios princípios? Se você não segue seus próprios ideias, mas ao contrário segue os ideiais de algum grupo, então não está sendo verdadeiro consigo mesmo.

Ser verdadeiro consigo mesmo implica em dois princípios:

1. Diga a si mesmo a verdade sobre suas intenções.

2. Eleve-se e siga seus mais altos ideais.

* * *

O vício é um problema típico da dependência emocional ou imaturidade emocional. Depender de coisas ou pessoas faz de você uma personalidade viciante.

Al-Anon ensina que o conceito de desapego é um meio para distanciar seus sentimentos sobre si das ações e sentimentos alheios. Quando seus sentimentos sobre si não mais dependerem dos sentimentos de outras pessoas, então você terá se desapegado dessa pessoa.

-> Desapego é liberdade para sentir.

-> Desapego significa não fazer da coisa algo sobre você.

-> Desapego é manter sua identidade fora da coisa, o que quer que seja a coisa.

Sua felicidade depende da felicidade das pessoas a sua volta? Seus sentimentos dependem dos sentimentos das pessoas a sua volta?

Quando você se desapega significa que você não mais tem um ego para defender ou proteger. Sem um ego para defender ou proteger você terá maior liberdade para experimentar e sentir.

A codependência por sua vez é frequentemente associada à dependência emocional. Você se sente forçado a socorrer alguém ao invés de deixá-la batalhar e alcançar a maturidade? Você respeita as pessoas o suficiente para deixá-las aprender a cuidar de si mesmas?

Observe que nos aviões as comissárias ensinam que você tem de colocar sua própria máscara de oxigênio anter de tentar ajudar alguém a colocar a sua. É assim que a vida funciona também. Cuide primeiro de você para que então você seja capaz de cuidar dos outros. Apesar do que dizem os devotos do pensamento positivo mágico, suas capacidades, energia, tempo e recursos são limitados. Garanta que sirva primeiro às coisas mais importantes de maneira que possa depis servir mais e melhor aos outros.

* * *

A solidão é uma de suas necessidades? Ora, se você não suporta sua própria companhia então por que alguém deveria suportar a sua companhia? Se você não gosta de estar sozinha consigo mesmo, então por que alguém deveria querer estar sozinho com você?

A solidão é a melhor maneira de contemplar, rezar e meditar. A solidão o colocará face a face com seu eu. A solidão o colocará face a face com suas intenções positivas e negativas. A solidão é tão necessária para o autoconhecimento quanto as relações socias. A soldão ensina sobre as relações internas enquanto as relações sociais ensinam sobre as relações externas.

* * *

Os gritalhões, os metidos a machão, e todos aqueles que acham que precisam lutar são as pessoas mais fracas de todas. A verdade é que a força é exatamente o contrário do que o macho ou o machismo definem como força.

A pessoa mais forte é na verdade aquela que se responsabiliza por seus próprios sentimentos. A pessoa que se sente insultada por qualquer um -- ou aquela que precisa lutar para salvar sua cara -- é a mais fraca de todas.

O machão é a personalidade mais fraca e imatura popularmente aceita: nenhuma outra é tão fácil de controlar, prever ou manipular em nível emocional do que o macho.

O forte é aquele capaz de dar a outra face.

Se você estiver centrado em si e for senhor de si então qualquer violência emocional ou insulto que lhe for dirigido simplesmente refletirá a fraqueza emocional, a imaturidade, a insegurança e a falta de inteligência de quem lhe atacou.

* * *

Portanto, quando algu~em lhe provocar, tenha certeza de que foi sua própria opinião quem lhe atacou. -- Epíteto.

* * *

Os 6 níveis da maturidade emocional

Nível 1: responsabilidade emocional

Quando a pessoa atinge o nível 1 da maturidade emocional ela percebe que não é mais capaz de encarar seus estados emocionais como responsabilidade de forças externas como pessoas, lugares, coisas, forças, destino ou espíritos.

As pessoas neste nível de maturidade emocional frequentemente usam as duas seguintes expressões:

-- "Quando eu fiz aquilo eu me senti...porque eu pensei que isso queria dizer..."

-- "Quando isso aconteceu eu me senti...porque eu interpretei isso como sendo..."

Nível 2: honestidade emocional

A honestidade emocional tem a ver com a vontade da pessoa em conhecer e possuir seus próprios sentimentos. A questão da resistência a autodescoberta vem dos temores conscientes e inconscientes da pessoa em lidar diretamente com as vozes críticas que ela ouve em sua mente. Esses temores se baseiam na dor emocional que o ego, a auto-estima e a conversa interior lhe infligiram no passado.

Neste nível de honestidade emocional as pessoas sabem como escolher o que vão sentir de forma que evitam ser feridas. Elas também sabem como escolher não interagir com seus acusadores interiores usando técnicas que os ignoram, distraem ou redirecionam.

Neste nível de maturidade emocional você não esconde, atulha, suprime ou reprime o que sente, mas honestamente experiencia o que sente. Você ao menos é honesto consigo mesmo sobre como realmente se sente apesar do que você deveria supostamente sentir. Porém, esta honestidade de forma alguma exige que você aja da maneira que sente.

Como um objetivo secundário deste nível, as pessoas aprendem a localizar outras pessoas com as quais possam compartilhar com segurança seus reais sentimentos, seus reais eus, de maneira aberta e receptiva. É neste nível também que a pessoa começa a nunca mais aceitar que seu eu seja seu comportamentos ou experiências. Se você se comportar como um cachorro até o fim da sua vida isso não fará de você um cachorro. Assim também você jamais será um estúpido agindo de maneira estúpida.

Nível 3: abertura emocional

As pessoas neste nível experimentam e aprendem o valor de ventilar os sentimentos para que esses sentimentos se esvaiam, bem como os perigos implicados ao se ocultar os sentimentos do eu e dos outros.

A auto-revelação é a questão mais importante neste nível de maturidade emocional. Contudo, a auto-revelação jamais será tão importante quanto a vontade da pessoa em ser aberta sem que as vozes críticas que ela ouve dentro de si tentem mudar, controlar ou condenar esses sentimentos.

É importante notar que ventilar os sentimentos é algo que deve ser feito corretamente. Se sua intenção não é deixar que um sentimento se vá então ao ventilá-lo você apenas o alimentará e o reforçará mais ainda.

Nível 4: assertividade emocional

O principal objetivo deste nível é ser capaz de pedir e receber o alimento que se precisa e requer -- primeiro do eu, depois dos outros.

Como objetivo secundário, a pessoa também aprende como expressar qualquer sentimento em qualquer situação.

-> Pedir por tempo livre para contemplar, meditar e rezar.

-> Pedir por compreensão e compaixão por sentimentos desagradáveis que esteja sentindo.

-> Ser capaz de aceitar elogios com um simples "Obrigado".

-> Expressar o que está sentindo sem exigir que os outros entendem ou apreciem seus sentimentos.

-> Informar aos outro que se sente vulnerável e que pode reagir insuficientemente a mais stress ou confronto.

-> Dar parabéns às pessoas pelas suas conquistas.

-> Dizer a alguém que você acha que o ele fz foi inteligente, oportuno e importante.

Nível 5: entendimento emocional
Conceitos próprios e autoimagens nesta fase são compreendidos como sendo "o" problema que interfere com a responsabilidade emocional. Aqui a pessoa percebe que não é possível ter o que se chama de boa autoimagem ou conceito próprio sem ter por outro lado uma autoimagem e um conceito próprio ruins.

Por sua própria natureza, a referência dos conceitos próprios e das autoimagens são sempre externas e, portanto, são os alvos e ganchos preferidos para o Jogo da Culpa.

As pessoas neste nível de responsabilidade emocional sempre se lembram de sondar seus conceitos próprios e autoimagens a fim de livrar-se deles. O autoconhecimento é usado para livrar o eu dos coneitos próprios e autoimagens e não para formar mais conceitos próprios e autoimagens que aprisionarão o eu de maneiras ainda mais complicadas e tortuosas.

A principal tarefa aqui é deixar totalmente de identificar-se com quaisquer conceitos próprios ou autoimagens e passar a identificar-se somente com seu verdadeiro e natural eu, que é um hospedeiro.

Nível 6: desapego emocional

Neste nível a pessoa vive sem o fardo e as ciladas dos conceitos próprios, autoimagens, conceitos grupais e conceitos sociais. A pessoa está consciente apenas do eu enquanto processo, enquanto ser senciente, enquanto ser experienciante, enquanto vaso vivo, enquanto incognoscível e imperturbável -- pois o eu é vivo, não estático ou fixo.

Por não ter conceitos próprios ou autoimagens para defender ou promover, a pessoa pode experimentar o amor incondicional por seus inimigos.

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Os 5 aspectos dos sentimentos que devem ser controlados

Você não pode controlar seus sentimentos, mas você sim pode controlar o antes e o depois de um sentimento e a persistência de um sentimento. E se você souber fazer essas três coisas bem, então nunca mais sentirá a necessidade de controlar um sentimento. Eis o que você pode controlar:

1. Se você vai apegar sua identidaade a um sentimento e mantê-lo preso aí ou se vai desapegar sua identidade de um sentimento e deixar ele se esvair.

2. Se você vai alimentar um sentimento com atenção, conexões, pensamentos e tempo para mantê-lo vivo ou se vai mat´-lo de fome sem atenções, conexões, pensamentos e tempo.

3. Como reagirá ou responderá a um sentimento sem pensamentos, sentimentos e ações.

4. Como se sentirá antes de que algo aconteça ao escolher como interpretar e responder a algo antes de que aconteça.

5. A intensidade, frequência e duração de seus sentimentos pela maneira como lida, resolve problems e processa seus sentimentos.

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O paradigma STPHFR

Há mais coisas entre o estímulo (S) e a resposta (R) do que apenas pensamentos.

A verdadeira causa dos sentiemntos é o contato com a eneergia interior que está no coração, o trono da força vital. Quando a força vitl, sua energia vital, entra em contato (H) com alguma coisa, você terá sentimentos (F) sobre o que quer que tenha sido contactado. O coração pode fazer contato com qualquer coisa que esteja sentindo no seu mundo interior, com qualquer coisa que esteja sentindo no seu corpo, e com qualquer coisa que esteja sentindo no seu mundo exterior. Em suma, as sensações contactadas pelo coração podem ser sensações de coisas, pensamentos ou sentimentos.

Seu coração pode ter sentimentos ao tocar seus pensamentos, imagens ou memórias. Você pode até mesmo te sentimentos de sentimentos. Seu coração pode ter sentimentos ao tocar sensações do seu corpo, seu eu imaginário (ego, auto-estima), sua mente, seu ambiente físico, seu eu real, sua alma e seu ambiente espiritual.

-> Seu coração não precisa entrar em contato com aquilo que você sente em seu mundo interior, no seu corpo ou no seu mundo exterior.

-> Sentir com o coração é uma escolha, mas o condicionamento, o hábito e as respostas inconscientes podem tornar esse processo automático.

-> Identificar-se com algo sem sombra de dúvida resultará em levar esse algo ao coração. Identificar-se com algo é uma coisa muito pessoal e importante para que o coração não queira conhecer sentindo-o e contactando-o.

-> Os sentimentos comandam os comportamentos (R), não os pensamentos (T).

-> As sensações são a vida, não os pensamentos ou imagens (T).

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O modelo STPHFR



S = Stimulus = O que aconteceu? A qual evento ou experiência estou respondendo?

T = Thinking = O que estou pensando sobre o estímulo (S) que chamou minha atenção?

P = Playback = Quais pensamentos (T) estou reproduzindo (P) várias e várias vezes em minha mente sobre S?

H = Hearting = Quais pensamentoes (T) aceitei, identifiquei-me, possuí e levei ao coração?

F = Feeling = Quais sentimentos tenho sobre o que possuí (H)?

R = Response = Qual é minha resposta a S baseada em meus sentimentos (F) sobre H?

Para descobrir por que você se sente do jeito que sente descubra o que levou a seu coração.

Os sentimentos baseiam-se em contatos com sensações. As sensações baseiam-se em prestar atenção a algo. Você é responsável pelo que presta atenção e pelo que leva a seu coração; portanto, você é responsável por como se sente.

Sim, você tem maus hábitos de pensar, reproduzir e levar ao coração, hábitos esses que estão em piloto automático (subconsciente ou inconsciente). Mas você pode tornar esses hábitos, programas e scripts conscientes outra vez. Afinal de contas, originalmente eles eram conscientes antes de você condicioná-los e programá-los para se tornarem hábitos. Sim, os outros lhe ensinaram maus hábitos. Mas os outros não podem mudar seus hábitos por você.

Sim, você ainda pode tentar afetar o estímulo (S) quando isso for razoavelmente possível. Porém, a maior parte de sua energia deve ser aplicada onde você obterá o maior efeito e benefício: controlar o que você escolhe pensar (T), quais pensamentos você escolhe reproduzir (P) e o que você contacta (H) com sua energia interior.

A maneira mais eficaz de controlar um sentimento é controlar o que você leva ao coração (H). Se você não leva algo ao coração (H) você não conseguirá ter sentimentos sobre esse algo.

A maneira mais eficaz de controlar o que você leva ao coração (H) é controlar o que você reproduz (P) -- pois você somente leva ao coração (H) o que você reproduz (P). Reproduzir implica em identificar-se com algo, fazer desse algo parte do seu ego ou auto-estima, acrescentar sentimentos e experiências a novas experiências (S), obssecar-se com (S), tentar mudar ou controlar (S), gerar expectativas e desejos sobre (S), fazer de (S) algo importante ou perigoso, e ter crenças e interpretações sobre (S).

Embora isto tudo seja uma óbvia simplificação, afinal nem todas as sensações vêm do pensamnto (T) ou (P), é um lugar fácil para você começar a retomar seu poder pessoal: a responsabilidade emocional é a chave da sua saúde mental.

Sim, os outros podem criar a ocasião, a oportunidade, a tentação e o estímulo para que você pense, repense, e leve essas sensações ao coração. Mas os outros não podm escolher seus pensamentos (T) ou quais pensamentos você vai reproduzir (P). E os outros não podem escolher levar suas sensações dos estímulos ou dos pensamentos ao seu coração (H). Sim, é verdade, quando você era criança os outros pareciam ter poder sobre seus pensamentos e sentimentos, mas agora que você é adulto pode escolher ver através desses jogos e manipulações.

Somente você é responsável por suas escolhas. Não é maravilhoso?! Ou então o que você seria? Não um ser humano, mas um robô, uma marionete, uma invenção da imaginação de alguém, ou um zumbi.

Está na hora de você crescer, de amadurecer, e de tornar-se responsável por você todo: emocional, mental e comportamental. Então estará pronto para a fase final da maturidade: a responsabilidade espiritual.

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-> Aceite que você é totalmente responsável por todos os seus sentimentos. Pare de culpar os outros e se fazer de mártir.

-> Não aceite absolutamente nenhuma responsabilidade pelos sentimentos dos outros. Recuse qualquer culpa.

-> Não aceite absolutamente nenhuma responsabilidade por mudar os sentimentos dos outros. Deixe que os outros amadureçam.

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Quanto mais uma pessoa precisa de ajuda tanto mais provável essa pessoa vai resistir a aceitar ou a buscar ajuda. E por quê? Porque essa pessoa se encontra emocionalmente fraca e vulnerável de tal forma que qualquer confissão de qualquer falha que seja a levará a sentir ainda mais dor e sofrimento pelo ego ferido. Evitar e escapar da dor do ego ferido é a vida das pessoas emocionalmente imaturas. Infligir dor nos outros por meio de críticas, fofocas, sabotagem ou sarcasmo é a estratégia daquelas pessoas emocionalmente imaturas que descobriram que esse tipo de estratégia é eficaz para escapar da dor do seu ego ferido.

Fonte: Kevin FitzMaurice, Secret of Maturity, FitzMaurice Publishers, Portland, OR, EUA, 2017. Trechos selecionados.

15 de julho de 2018

Razão e emoção na psicoterapia


Finalmente solucionei, pelo menos para meu gosto, o grande mistério do porquê tantos milhões de seres humanos não apenas se tornam emocionalmente transtornados, mas por que eles persistem em permanecer assim. O própria recurso da linguagem, que os torna essencialmente humanos -- a capacidade de falar aos outros e de falar a si mesmos -- também os capacita a abusar desse recurso ao falar asneiras a si mesmos: definir as coisas como terríveis e inaceitáveis quando, na pior das hipóteses, essas coisas são apenas muito inconvenientes ou perturbadoras.

Em especial sua capacidade de falar, de falar a si mesmas, e sua capacidade de filosofar permite às pessoas que esqueçam que suas necessidades de sobrevivência são físicas ou sensoriais -- tais como comidas, fluidos, abrigo e boa saúde. Suas capacidades linguísticas os permitem, de maneira ilegítima, a traduzir seus desejos psicológicos -- tais como amor, aprovação, sucesso, lazer -- em necessidades definicionais. Assim, uma vez que definam seus desejos ou preferências como necessidades, ou aceitem as definições de seus pais ou de outras pessoas, a habilidade autocomunicante dos seres humanos continuará a lhes brindar com a doce e meiga capacidade de continuar a definir suas ¨necessidades¨ de maneira distorcida, mesmo que não haja nenhuma evidência que respalde suas definições.

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Definir o que somos pelo que fazemos é o que chamo de salto ¨mágico¨ na terra do non-sequitur. E o que é pior: esse tipo de pensamento definicional praticamente arruina seus próprios fins. Pois o objetivo de chamar-se de ¨mau¨ quando você faz coisas más é ajudar a que você cometa menos atos desta natureza no presente e no futuro. Mas uma vez que você se defina como ¨mau¨ então você apenas e tão-somente fará ¨coisas más¨ e uma vez que você aja como se assim fosse então quase sempre desempenhará mais ações más.

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1. Muitas preferências e valores mais que questionáveis são incutidos pelos pais durante a tenra infância, tais como as preferências de completa abstinência sexual antes do casamento. Mas em geral estas preferências não são transtornantes até que sejam transformadas em um ¨tem que¨ absolutístico: ¨Eu tenho que ser perfeitamente abstinente em todos os momentos antes do casamento e nunca nem mesmo desejar sexo não-marital!¨

2. Os ¨tem que¨ absolutistas, incondicionais, são parcialmente incutidos pelos pais, mas de maneira altamente inconsistente e contraditória. Assim, quando seus pais lhe dizem ¨Você tem que ser sexualmente abstinente¨ ou ¨Você sempre tem que fazer a lição de casa¨ e você os desobedecer, o que realmente poderá lhe acontecer? Quase sempre, pouco ou nada. Eles gritam e esperneiam por alguns minutos, e acabou: eles voltam a serem amorosos e gentis com você! Então a mensagem que eles continuam a transmitir é: ¨É preferível, em nossa família e cultura, que você continue virgem, meu querido, e a gente nõ vai gostar se você deixar de ser, mas obviamente você pode fazer praticamente qualquer coisa que quiser em termos sexuais e nada terrível vai acontecer com você¨. Mas é quando você toma de maneira séria e literal esses ¨tem que¨ e os transforma em seus próprios comandos é que você tende a se transtornar com isso.

3. Portanto seus ¨tem que¨ em geral não são aprendidos, mas são inventados por você mesmo, fabricados a partir de valores (frequentemente aprendidos) ou preferências, e os transforma em comandos neuróticos, perfeccionistas.

Convenhamos, na maioria das vezes somos nós mesmos que nos autoneurotizamos.

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Praticamente todos os seres humanos têm a tendência inata de transformar suas fortes preferências em exigências e deveres absolutistas, dogmáticos.

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As pessoas transtornadas pensam irracionalmente -- e sentem e se comportam de maneira autodestrutiva -- porque possuem tendências inatas para agir assim, aprendem a agir assim a partir de seus pais e do ambiente cultural, e tendem a praticar e a se habituarem a agir assim desde a tenra idade. Elas muito facilmente acabam pensando de maneira disfuncional. Alguns dos principais processos de pensamento nos quais elas se inculcam -- e que inclusive se sobrepõem e se reforçam muturamente -- são: (1) Elas criam falsas generalizações. (2) Elas tiram conclusões irrealistas. (3) Elas lançam mão de non-sequiturs. (4) Eles encaram as afirmações definicionais e tautológicas como se fossem factuais. (5) Elas acreditam devotamente em conclusões teológicas infalsificáveis. (6) Elas persistem em inventar e sustentar conclusões autodestrutivas. (7) Elas tiram conclusões sobre seus transtornos que acabam produzindo outros transtornos secundários. (8) Elas criam conclusões desesperançosas. (9) Elas se convencem de que seus pensamentos e sentimentos tem existência ¨objetiva¨ e independente, ao invés de serem em sua grande maioria inventados por elas mesmas. (10) Elas desprezam ou rejeitam as relações entre suas crenças irracionais neuróticas e seus comportamentos.

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1. Os seres humanos desenvolvem pensamentos e processos conscientes e inconscientes, e criam seus sentimentos e comportamentos neuróticos com crenças irracionais conscientes e inconscientes. Contudo, em vez de esses pensamentos irracionais estarem ocultos ou reprimidos (como ensina a teoria psicanalítica), quase sempre se encontram imediatamente abaixo do nível da consciência (aquilo que Freud chamava de pensamento pré-consciente) e podem facilmente ser resgatados e revelados mediante uso da teoria REBT.

2. Embora antigos eventos e sentimentos traumáticos possam estar inconscientemente reprimidos, isso é bem mais raro do que se imagina; e mesmo assim os sentimentos transtornantes que acompanham tais memórias traumáticas não sobrevivem por causa desse condicionamento antigo. Na maioria das vezes, os traumas infantis e as filosofias neuróticas que originalmente os acompanham (e que frequentemente são inventados pelos indivíduos neurotizados) são mantidos vivos pelas próprias pessoas ¨traumatizadas¨. É em grande medida seu próprio comportamente retraumatizante (assim como as tentativas naturais de dar conta ao que aconteceu) que mantém vivas as antigas perturbações. Boa parte desta retraumatização pode estar inconsciente -- ou seja, acompanham as crenças básicas horrorizantes e autodestrutivas.

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Há algo importante que não posso deixar de dizer. Estou convencido, embora não de maneira dogmática, de que existem limitações biologicamente inerentes aos seres humanos que os impedem de pensar consistentemente e construtivamente sobre seus próprios comportamentos. A resistência a novas ideias é uma parte estatisticamente normal da vida humana.

Fonte: Albert Ellis, Reason and Emotion in Psychotherapy, Birch Lane Press, Nova York, NY, EUA, 1994. Trechos selecionados.