Imaginar que teus sonhos sejam revelações é uma coisa perigosa: essa postura leva ao orgulho espiritual. Pensa comigo: será possível que um coração e uma mente que estejam sob influência de paixões selvagens realmente possam ter revelações divinas? Será que tu não estás excessivamente confiante em tua própria dignidade? Pois quem se estimaria tanto a ponto de se achar digno de tal graça?
28 de setembro de 2010
23 de setembro de 2010
Inimigos risonhos: a história do polvo
Phótios Kóntoglou
Hoje em dia, presenciamos o surgimento de muitas religiões que representam os céticos e os ateus. Uma delas é o turismo, fruto da curiosidade mórbida das pessoas que querem xeretar e descobrir, mas sem dar a mais mínima importância para aquilo que vêem ou ouvem. A maioria dos turistas é composta de gente entediada com suas próprias vidas e que querem passar seu tempo sem se importar com os monumentos ou com as lições de história que os guias lhes contam, os quais agem como se estivessem preparando um banquete para pessoas que sofrem de anorexia. Tudo o que o guia lhes diz entra por um ouvido e sai pelo outro.
Porém, quem tem coragem de rejeitar essa nova divindade que é a indústria do turismo, que traz consigo um grande dote? Pois hoje em dia as coisas que trazem dinheiro são santas. Como você se atreve a falar mal dessas coisas? Você insultou Maomé, você insultou Mamon.
Como se não bastasse o turismo entupir os museus com gente de todas as raças, de folders em mãos e câmeras pendurada nos ombros, e como se não bastasse toda e qualquer montanha isolada que tenha duas colunas quebradas ou pedaços de mármore esculpidos ser emporcalhada, e como se não bastasse que nenhum mistério das civilizações antigas reste oculto, que nenhuma tumba não tenha sido aberta para que turistas exaustos pudessem olhar, eles também entram nas igrejas e em capelas remotas, onde nosso povo reza, e ficam ali, com as mãos cruzadas para trás, sem fazer o sinal da Cruz, sem se perguntar o que essa gente infeliz está fazendo ali de pé ou onde estão.
O turismo tomou conta de tudo. Em sua presença real, todas as portas têm de estar abertas para recebê-lo, portas de castelos que jamais foram conquistados por guerreiro algum, portas de mosteiros que permaneceram trancadas por milhares de anos, celas, cavernas e eremitérios nos quais homens santos viveram em reclusão. Altares, cestos para o santo pão, taças de comunhão, relicários: tudo é despudoradamente trazido a público para que turistas possam vê-los.
Por fim, a maior fortaleza da Ortodoxia, o Monte Atos, a Santa Montanha, também se rendeu ao turismo. No jardim da Virgem Maria que é o Monte Atos, onde, por sua vontade, nenhuma presença feminina, seja humana ou animal, jamais pisou, agora é freqüentado por milhares de homens de todas as raças, alguns de cigarro na boca, outros com calças apertadas, outros semi-nus, tagarelando, rindo, pois estão indo para se divertir, para fugir de seus trabalhos tediosos, de seus negócios, da tecnologia, dos trens, dos aviões, dos navios, dos carros, teatros, saunas, hotéis e tudo o que lhes cerca quando retornarem a seus países. Mas, mesmo quando estão aqui, carregam consigo o cheiro fétido dessas coisas, incapazes que são de sentir qualquer coisa, incapazes de qualquer contrição, totalmente alienados dos antigos mistérios ocultos da Santa Montanha.
Ora, como é possível transmitir fragrância espiritual a quem não tem olfato espiritual? Como podem sentir o que vêem e ouvem se essas coisas são frutos supersubstanciais e revelações de misericórdia, de oração, de teoria divina? Não que essas pessoas sejam culpadas -- algumas são inocentes e humildes --, mas estão tão distantes das condições de entender que este não é um lugar para recreio, para caminhadas, para se divertirem, nem mesmo para aprenderem, mas um lugar que carrega sobre si esta inscrição: "Este é um lugar de respeito! Não sou nada menos do que a casa de Deus e os portões do céu". Essa gente infeliz não sabe o que vê e ouve, pois estas não são coisas que se possam compreender mentalmente. Como poderiam supor que nem mesmo seus guias são capazes de perceber o verdadeiro significado, e que, apesar do conhecimento que possuem sobre as coisas santas, trata-se de um conhecimento superficial, mecânico, insípido, pois "a relação com Deus só se dá mediante a memória espiritual, as bênçãos da oração e o sacrifício".
Este não é o lugar para se encontrar respostas à mórbida curiosidade humana, mas um lugar onde as pessoas esquecem o mundo, onde se esforçam espiritualmente, com o sofrimento do corpo, entregando-se completamente nas mãos de Deus, com jejuns, com as mãos erguidas ao céu, caladas por anos a fio, com seus corações fechados a todo e qualquer contato exterior. É apenas por acaso que vocês, turistas, chegam aqui. O objetivo de vocês é agradar a seus sentidos e corpos, mas aqui, onde seus guias lhes trouxeram, é um local de alegria enlutada, onde ninguém que tenha morado ou ainda more aqui vai lhes alegrar, pois aqui eles vivem com dor no coração, aquecidos pelo calor do zelo pela salvação de suas almas. Como se atrevem a vir aqui, como se estivessem vindo a uma festa de casamento, quando este é um lugar de lembrança constante da morte, um chamado triste a Deus?
Os inimigos de nossa religião e de nossa nação são mais perigosos do que os velhos inimigos, pois eles agem de maneira dissimulada, aparentemente pacífica, parecendo inocentes e incapazes de fazer qualquer mal. Refiro-me precisamente às chamadas "benesses da civilização moderna", às facilidades que tornam a vida mais fácil e que são, na verdade, armadilhas venenosas, refiro-me aos espetáculos, às diversas formas de entretenimento, ao turismo etc. Estes inimigos parecem inocentes, incapazes de nos fazer mal, pois não se apresentam como selvagens e não revelam suas intenções sub-reptícias, pois mal são notados. Dos inimigos conseguimos nos proteger, mas não desses novos inimigos, como procurarei ilustrar na seguinte história:
Era uma vez uma mamãe-polvo, que descansava tranqüilamente no fundo do mar com seu filho. Um dia, o polvinho foi fisgado e começou a ser levado para cima. Ele começou a gritar por sua mãe: "Eles me pegaram, mamãe!" Ela lhe garantiu: "Não se preocupe, filho!" O polvinho começou a gritar de novo: "Eles estão me tirando da água, mamãe!" "Não se preocupe, meu filho!" -- "Eles estão me fritando, mamãe!" -- "Não se preocupe, meu filho!" -- "Eles estão me cortando com uma faca!" -- "Não se preocupe!" -- "Eles estão me colocando em uma panela quente!" -- "Não se preocupe!" -- "Eles estão me comendo, eles estão me mastigando!" -- "Não se preocupe, meu filho!" -- "Eles estão me engolindo!" -- "Não se preocupe!" -- "Eles estão bebendo vinho, mamãe!" "Oh! Eu te perdi, meu filho!"
A moral da história é que todas as aflições sofridas pelo polvo não chegaram a matá-lo: fisgar, fritar, cozinhar, mastigar, nada disso o matou. Mas quando a mãe ouviu que as pessoas que o capturaram e comeram estavam bebendo vinho para digeri-lo, clamou: "Eu te perdi, meu filho!" O vinho, que à primeira vista é a coisa mais suave da história em comparação com a faca e a mastigação, é na realidade o maior inimigo do polvo.
É exatamente assim que as coisas se passam com nós, gregos. Muitos turbilhões já passaram por nossa terra, toda sorte de gente selvagem, assassinos impiedosos, espadas, lanças, todo tipo de arma. Persas, germânicos, francos, árabes, turcos e outros. Eles mataram, cortaram em pedaços, enforcaram, cozinharam em espetos, mas não morremos, pois a luta nos deixou mais fortes, sólidos como o aço, e combatemos o fogo com o fogo. Mas hoje em dia, os inimigos mudaram de aparência, tornaram-se sub-reptícios, risonhos, são falsos amigos, pois parecem inofensivos e até mesmo benfeitores, cheios de boas intenções. São essas as benesses que acompanham os dispositivos tecnológicos, as máquinas de lavar, os aviões, cinema, rádio, nudez e tudo o mais que nos paralisa, que tira de nós a religião, a tradição, a família, tudo o que é realmente importante.
Uma dessas benesses sub-reptícias é o turismo, o vinho inocente que mata o polvo, que não é nem faca, nem dente.
Fonte: NOCTOC
Foto: Metropolitan Museum of Art, Nova York, EUA.
14 de setembro de 2010
Os efeitos medicinais do sinal da Cruz e da Oração do Senhor
Cientistas provaram experimentalmente que o sinal da Cruz e a oração possuem propriedades miraculosas.
"Constatamos que o velho costume de fazer o sinal da Cruz sobre os alimentos e bebidas antes das refeições possui um profundo significado místico. Mas, além disso, há uma função prática: o alimento purifica-se instantaneamente. Trata-se de um grande milagre, que acontece literalmente todos os dias", disse a física Angelina Malakhovskaya ao jornal Zhizn nesta sexta-feira.
Malakhovskaya estudo o poder do sinal da Cruz há quase dez anos, com a bênção da Igreja. Ela conduziu inúmeras pesquisas, fazendo questão de repeti-las a fim de certificar-se de seus resultados antes de torná-los públicos.
Uma das descobertas mais incríveis foi que a água adquire propriedades bactericidas depois de ser abençoada por uma oração ortodoxa e por um sinal da Cruz. Segundo o jornal, o estudo também revelou uma propriedade nova e desconhecida do Verbo de Deus, que é transformar a estrutura da água ao aumentar consideravelmente a densidade óptica na região espectral ultravioleta.
Os cientistas constataram o impacto que a Oração do Senhor [Pai-Nosso] e o sinal da Cruz ortodoxo têm sobre as bactérias patogênicas. Amostras de água foram coletadas de várias fontes -- poços, rios, lagos -- e levadas ao laboratório. Todos as amostras continham staphylococcus aureus, uma bactéria intestinal. Observou-se que se a Oração do Senhor fosse rezada e o sinal da Cruz fosse feito sobre as amostras de água, o número de bactérias diminuía sete, dez, cem, e às vezes mais de mil vezes.
As experiências foram feitas de maneira a excluir qualquer tipo de influência por sugestão mental. A oração era rezada tanto por fiéis quanto por céticos, mas o número de bactérias patogênicas nos diversos ambientes ainda assim diminuia se comparado aos padrões de referência.
Os cientistas também constataram os impactos benéficos da oração e do sinal da Cruz sobre as pessoas. A pressão arterial de todos os participantes estabilizou-se e os índices dos exames de sangue melhoraram. O mais surpreendente é que os índices sempre oscilavam para os padrões de saúde necessários: a pressão arterial das pessoas hipotensas aumentava e a das pessoas hipertensas diminuía.
Observou-se também que se o sinal da Cruz fosse feito de maneira displicente, com os três dedos posicionados de maneira incorreta ou tocados fora dos locais corretos do corpo -- meio da testa, centro do plexo solar [região abdominal] e os rebaixos dos ombros direito e esquerdo -- os resultados positivos diminuíam ou até mesmo cessavam.
Fonte: Interfax
Leia também: As seis coisas que os demônios mais temem
13 de setembro de 2010
Todas as criaturas vivas aspiram a Deus
Todo ser vivo aspira ao amor: homem, animais e plantas. Todos as pessoas aspiram a Deus e buscam a Deus, a despeito de serem religiosas ou não. Algumas se dizem ateístas, mas elas não sabem que seus corações buscam a Deus. Pois quando uma pessoa busca a justiça, o amor e a verdade, ela está, no fundo, buscando a Deus. Todos as pessoas aspiram ao amor imutável e à justiça que permanece sempre a mesma... A única diferença é que algumas pessoas se opõem a Deus, enquanto outras não; algumas aspiram a Deus conscientemente, enquanto outras não sabem que aquilo a que aspiram é, na verdade, Deus.
Fonte: Ancião Tadeu de Vitovnica (+2002)
9 de setembro de 2010
A raiva
A vitória sobre a raiva é uma das maiores vitórias de um soldado de Cristo. Geralmente ficamos com raiva daqueles que desejamos que renunciem ao pecado e dos que nos caluniam. Entretanto, agindo desta maneira, esquecemo-nos que a raiva é um pecado mortal e, desejando a salvação dos outros, perdemos a nossa própria salvação, segundo São Macário. A raiva contra os inimigos é freqüentemente ligada a outro impulso maligno: o desejo de vingança. Santo Eupisíquio subjugou a paixão da raiva em si mesmo, tanto é que ele entregou uma parte de sua enorme riqueza aos pobres e outra aos seus caluniadores, por quem ele estava sendo torturado e morreria. Ele tinha seus caluniadores por benfeitores. São João Crisóstomo disse: "Cortemos fora as asas da raiva, e o mal não voará tão alto. A raiva é uma doença demoníaca que pode destruir nossas almas... A raiva é um fogo terrível que engole tudo... Se um homem irado pudesse ver a si mesmo no momento em que está com raiva, jamais necessitaria de outro conselho nem se irritaria, pois não há nada mais desagradável que uma face raivosa." Abba Amon confessou sobre si mesmo: "Passei catorze anos em Scetis, orando a Deus dia e noite, para que me concedesse vitória sobre a raiva."
Fonte: Prólogo de Ochrid, São Nicolau Velimirovich
8 de setembro de 2010
Leitura espiritual: mudança vs. prazer
Hoje em dia, as pessoas lêem tanto que acabam se transformando em gravadores, preenchendo suas fitas cassete com coisas supérfluas. Porém, segundo Abba Isaque, se a sabedoria não se fundar sobre a retidão prática, torna-se um depósito de desgraça. Observem que as pessoas que se interessam por esportes lêem jornais e revistas esportivas enquanto estão sentadas. Elas podem até se parecer com bois gordos, mas mesmo assim se deslumbram com os atletas...elas não aproveitam nada...o mesmo ocorre com as pessoas que lêem livros espirituais. Elas passam a noite inteira se concnetrando em livros espirituais, e ficam contentes com isso. Elas pegam um livro espiritual, sentam confortavelmente e começam a ler. "Oh, sim, eu me beneficiei com a leitura", dizem elas. Na verdade, elas deveriam dizer: "Eu gostei da leitura. Foi uma leitura muito prazerosa". Mas isto não é tirar proveito da leitura. Nós realmente aproveitamos a leitura quando entendemos o que lemos, quando nos auto-censuramos e auto-disciplinamos ao aplicar o que lemos: "O que isto significa? Onde me encontro em relação a esta verdade espiritual? O que devo fazer agora?"
Fonte: Ancião Paísio, o Atonita (+1994)
"Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus"
A incredulidade é, evidentemente, o fruto maligno de um coração maligno; pois as pessoas sinceras e puras de coração descobrem Deus em toda parte, discernem Deus em tudo e acreditam na existência de Deus em todos os momentos, sem hesitar.
Quando o homem puro de coração contempla o mundo natural, isto é, o céu, a terra, o mar e todas as coisas que neles há, e observa os sistemas que os constituem, a multidão infinita de estrelas no céu, os inúmeros pássaros e quadrúpedes e todo tipo de animal terrestre, a variedade de plantas, a abundância dos peixes no mar, ele imediatamente se espanta e exclama, como o Profeta David: "Quão grandes são as tuas obras, Senhor! Todas as coisas fizeste com sabedoria".
O homem, impelido por seu coração puro, também descobre Deus no mundo da graça da Igreja, da qual o homem maligno procura se distanciar. O homem puro de coração acredita na Igreja, admira seu sistema espiritual, descobre Deus nos mistérios, nos píncaros da teologia, na luz das revelações divinas, nas verdades das doutrinas, nos mandamentos da Lei, nas realizações dos santos, em toda boa obra, em todo dom perfeito, em toda a criação.
É por isso que o Senhor disse, nas Beatitudes: "Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus".
Fonte: Sâo Nectário de Égina (+1920)
4 de setembro de 2010
Ícone da Mãe de Deus de Vladimir
O Ícone da Mãe de Deus de Vladimir foi escrito pelo Apóstolo Lucas numa prancha sobre a qual o Salvador alimentou-se, juntamente com Sua Puríssima Mãe e com o Justo José. A Mãe de Deus, ao contemplar a imagem, exclamou: "De agora em diante, todas as gerações me chamarão de abençoada. Que a graça do meu Filho e a minha esteja com este ícone". Em 1131, o ícone foi enviado de Constantinopla para Rus´, aos cuidados do Príncipe Mstislav (+1132, comemorado em 15 de abril), tendo sido guardado no Mosteiro Devichi, em Vyshgorod, a antiga cidade da Princesa Santa Olga, a Igual-aos-Apóstolos.
O filho de Yuri Dolgoruky, Santo André Bogoliubsky, levou o ícone à cidade de Vladimir, em 1155, guardando-o na famosa Catedral da Dormição, que fora contruída por ele mesmo. Foi nesta época que o ícone ganhou o epíteto de "Ícone de Vladimir". Em 1395, o ícone foi levado pela primeira vez a Moscou. Dessa maneira, a bênção da Mãe de Deus uniu em laços espirituais Bizâncio e Rus´, via Kiev, Vladimir e Moscou.
A comemoração do Ícone da Mãe de Deus de Vladimir acontece várias vezes ao longo do ano (21 de maio, 23 de junho e 26 de agosto). A celebração mais solene é a de 26 de agosto, que é o dia marcado para comemorar a transferência do ícone da cidade de Vladimir para Moscou. Em 1395, o temível conquistador Khan Tamerlane alcançou as fronteiras de Ryaza, tomou a cidade de Elets e, avançando em direção a Moscou, chegou nas proximidades do Rio Don. O Grão-Príncipe Vasilii Dimitrievich acompanhou seu exército a Koloma, pousando às margend do Rio Oka. Ele rezou aos santos hierarcas de Moscou e ao Monge Sérgio pela libertação da terra-natal, e escreveu ao Metropolita de Moscou, São Cipriano (comemorado em 16 de semtembro) para que o Jejum da Dormição, que estava próximo, fosse dedicado a orações piedosas por misericórdia e arrependimento. Sacerdotes foram enviados a Vladimir, onde se encontrava o famoso Ícone de Vladimir. Após a Divina Liturgia e o molieben da festa da Dormição, os sacerdotes levaram o ícone em procissão até Moscou. Ao longo do percurso, os dois lados da estrada estavam abarrotados de pessoas que, ajoelhadas, rezavam: "Ó Mãe de Deus, salve a Rússia!" Nesta mesma hora, quando a população de Moscou saiu ao encontro do Ícone de Vladimir no Campo Kuchkov, Tamerlane estava dormindo em sua tenda. De repente, ele teve um sonho: no topo de uma grande montanha se encontravam santos hierarcas que portavam bastões dourados, e sobre eles, em uma luz incrivelmente radiante, brilhava uma Mulher Majestosa. Ela lhe ordenou que deixasse os domínios da Rússia. Ao acordar, muito assustado, Tamerlane perguntou qual era o significado daquela aparição. Os especialistas lhe disseram que a Senhora Radiante era a Mãe de Deus, a grande Protetora dos cristãos. Tamerlane ordenou que suas tropas dessem meia-volta. Em memória a este libertação miraculosa, que ocorreu no Campo Kuchkov, onde se deu o Encontro da Ícone da Mãe de Deus de Vladimir, foi construído o Mosteiro do Encontro (Sretensky). O dia 26 de agosto foi escolhido como o dia em que os russos celebram o encontro do Ícone da Mãe de Deus de Vladimir.
Muitos eventos importantes ocorreram em frente do Ícone da Mãe de Deus de Vladimir: a eleição e elevação de São Jonas, o defensor da autocefalia da Igreja Ortodoxa Russa (1448), de São Jó, primeiro patriarca de Moscou e Toda-a-Rússia (1589) e do Patriarca Ticônio (1917). Além disso, o entronamento de Sua Santidade Pímen, Patriarca de Moscou e Toda-a-Rússia, ocorreu exatamente em um dia em que se celebra o Ícone da Mãe de Deus de Vladimir (21 de maio/3 de junho de 1971).
Os dias 21 de maio, 23 de junho e 26 de agosto tornaram-se, portanto, dias muito especiais para a Igreja Ortodoxa, em especial para a Igreja Ortodoxa Russa.
Fonte: Codex Justinianus
Assinar:
Postagens (Atom)