Se você está enlutado por causa de uma doença terminal, seja sua ou de um amigo, é importante que entenda a diferença entre o luto saudável e racional que resulta dessa perda pessoal e o luto irracional (auto-destrutivo). Este em geral resulta em depressão.
Ocorre que você exige que o mundo não seja tão injusto a ponto de abreviar sua vida. Ou que você insiste que o mundo absolutamente não deveria lhe tratar dessa maneira tão injusta que está lhe tratando. Ora, que masturbação mental maravilhosa! Ao choramingar e reclamar sobre sua morte iminente você estará travando uma batalha que jamais poderá vencer. Todos morremos. Poucos fatos são tão inescapáveis quanto esse. Preste atenção às suas exigências, escute a maneira como você catastrofiza a situação, cuide para que esteja apenas desalentado e desanimado sobre o estado infeliz em que se encontra em vez de estaar enlutado. Observe e veja se você está condenando a Deus, os médicos ou outras pessoas que você acha que são os culpados pela sua doença. Encontre aquilo que lhe faz horrorizar pela sua doença.
Sim, claro, se uma pessoa jovem se encontra em estado terminal, trata-se de uma situação triste e injusta, mas situações tristes e injustas às vezes têm de existir. Dizer que você deveria tê-la ajudado mais é quase o mesmo que dizer que você deveria ter sido uma pessoa diferente. Além disso, nunca se esqueça que você é sempre um ser falível, sempre imperfeito, sempre propenso a errar e às vezes a transgredir.
Sempre que você sentir raiva isso significa que você está condenando médicos, amigos ou outras pessoas por lhe terem decepcionado. Você insiste que eles deveriam ter agido de maneira diferente. Eles agiram de acordo com seus caráteres e temperamentos.
Às vezes ocorre de despejarmos a raiva na pessoa amada que está ali moribunda ou até mesmo já morta. Ora, ao agir assim você está exigido que ela não deveria ter decepcionado você com sua morte. Quanta arrogância!
Fonte: Albert Ellis e Michael Abrams, How to Cope with a Fatal Illness, Barricade Books, Nova York, EUA, 1994.