Neste artigo, o Metropolita Hierotheos de Nafpaktos versa sobre os falsos teólogos que, à exemplo das pessoas que se divertem dando conselhos sobre métodos práticos de suicídio, se divertem aconselhando seus ouvintes e leitores a cometerem suicídio espiritual. O autor lembra ainda que muitos desses teólogos fazem parte da Igreja Ortodoxa.
Ícone: Apóstolo São João, o Teólogo.
* * *
A época em que vivemos – essa época de informação e informática – produz certos eventos que despertam em nós surpresas e emoções. Observamos eventos trágicos, situações depressivas, atos desumanos, e chegamos ao ponto de dizer: “Mas vejam só o que o homem anda fazendo, ele que é a mais bela criação de Deus!”
Recentemente, os jornais publicaram uma notícia que nos entristeceu terrivelmente – não foi apenas o suicídio de um jovem, mas o meio pelo qual ele escolheu se suicidar.
“A opinião pública está chocada e tenta entender os detalhes que levaram ao fim trágico de um jovem de 18 anos em Ambelokipi, na periferia de Atenas. Ele obteve a informação de como se suicidar por meio de e-mails trocados na internet. Quando os funcionários da Secretaria de Segurança de Atenas informaram à pessoa que lhe fornecera os dados sobre o efeito letal de um determinado pesticida sobre o fim trágico do jovem rapaz, ela entrou em colapso psicológico, alegando que havia dado as instruções ‘só de brincadeira!’ ” (jornal Eleftheros Typos, edição de 21 de janeiro de 2008).
Este evento macabro expressa a frivolidade e a desumanidade das pessoas que, em nome da brincadeira ou mesmo do crime em si, fornecem informações que podem levar uma pessoa – sobretudo um jovem – ao fim, à aniquilação, à morte física e eterna, pois o suicídio é a coisa mais trágica que pode acontecer na vida de uma pessoa.
Porém, ao ler este artigo, ocorreu-me que também há por aí pessoas que, igualmente frívolas e desumanas, fornecem conselhos teológicos “só de brincadeira” e tornam-se, assim, a causa da morte espiritual de muitas pessoas e de muitos jovens. Não estou aqui me limitando à categoria das pessoas auto-entituladas “espirituais”, que escrevem, ensinam e aconselham jovens de forma imprudente; estou incluindo na categoria de “teólogos” as pessoas que estão dentro da Igreja, embora elas também preguem uma teologia “de brincadeira”.
A teologia da Igreja é uma palavra de conselho e que pertence à vida em si; ela é revelatória e terapêutica e, por isso, salvífica. Ela não é um conselho orientado a justificar ou disfarçar as paixões e fraquezas humanas. A palavra teológica versa sobre as paixões e sua terapia, e essencialmente indica o caminho para a união da pessoa com Deus. Observamos esse fato em todos os principais Padres da Igreja, sobretudo nos Padres da Philokalia, embora a maioria dos Padres da Igreja seja em essência “philokalianos”.
Por conseguinte, onde quer que haja “teólogos” em nossa época que falem e escrevam contemplativamente, psicologicamente ou façam uso de sua imaginação, ou seja, que expressem apenas uma teologia das paixões, então tal teólogo será apenas e tão-somente um teólogo “só de brincadeira”, o qual guiará o povo ao suicídio espiritual. E o que é pior: quando o perigo de suas atitudes lhes é apresentado, eles não sentem remorsos nem entram em colapso psicológico; ao invés disso, eles continuam a se regozijar e justificar “teologicamente” sua teologia “de brincadeira”, a qual leva ao suicídio espiritual.
E tal suicídio existencial constitui um crime eterno.
Ícone: Apóstolo São João, o Teólogo.
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A época em que vivemos – essa época de informação e informática – produz certos eventos que despertam em nós surpresas e emoções. Observamos eventos trágicos, situações depressivas, atos desumanos, e chegamos ao ponto de dizer: “Mas vejam só o que o homem anda fazendo, ele que é a mais bela criação de Deus!”
Recentemente, os jornais publicaram uma notícia que nos entristeceu terrivelmente – não foi apenas o suicídio de um jovem, mas o meio pelo qual ele escolheu se suicidar.
“A opinião pública está chocada e tenta entender os detalhes que levaram ao fim trágico de um jovem de 18 anos em Ambelokipi, na periferia de Atenas. Ele obteve a informação de como se suicidar por meio de e-mails trocados na internet. Quando os funcionários da Secretaria de Segurança de Atenas informaram à pessoa que lhe fornecera os dados sobre o efeito letal de um determinado pesticida sobre o fim trágico do jovem rapaz, ela entrou em colapso psicológico, alegando que havia dado as instruções ‘só de brincadeira!’ ” (jornal Eleftheros Typos, edição de 21 de janeiro de 2008).
Este evento macabro expressa a frivolidade e a desumanidade das pessoas que, em nome da brincadeira ou mesmo do crime em si, fornecem informações que podem levar uma pessoa – sobretudo um jovem – ao fim, à aniquilação, à morte física e eterna, pois o suicídio é a coisa mais trágica que pode acontecer na vida de uma pessoa.
Porém, ao ler este artigo, ocorreu-me que também há por aí pessoas que, igualmente frívolas e desumanas, fornecem conselhos teológicos “só de brincadeira” e tornam-se, assim, a causa da morte espiritual de muitas pessoas e de muitos jovens. Não estou aqui me limitando à categoria das pessoas auto-entituladas “espirituais”, que escrevem, ensinam e aconselham jovens de forma imprudente; estou incluindo na categoria de “teólogos” as pessoas que estão dentro da Igreja, embora elas também preguem uma teologia “de brincadeira”.
A teologia da Igreja é uma palavra de conselho e que pertence à vida em si; ela é revelatória e terapêutica e, por isso, salvífica. Ela não é um conselho orientado a justificar ou disfarçar as paixões e fraquezas humanas. A palavra teológica versa sobre as paixões e sua terapia, e essencialmente indica o caminho para a união da pessoa com Deus. Observamos esse fato em todos os principais Padres da Igreja, sobretudo nos Padres da Philokalia, embora a maioria dos Padres da Igreja seja em essência “philokalianos”.
Por conseguinte, onde quer que haja “teólogos” em nossa época que falem e escrevam contemplativamente, psicologicamente ou façam uso de sua imaginação, ou seja, que expressem apenas uma teologia das paixões, então tal teólogo será apenas e tão-somente um teólogo “só de brincadeira”, o qual guiará o povo ao suicídio espiritual. E o que é pior: quando o perigo de suas atitudes lhes é apresentado, eles não sentem remorsos nem entram em colapso psicológico; ao invés disso, eles continuam a se regozijar e justificar “teologicamente” sua teologia “de brincadeira”, a qual leva ao suicídio espiritual.
E tal suicídio existencial constitui um crime eterno.